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Itajuípe e o universo da gastronomia sul-baiana acordaram mais tristes neste sábado (13). Um infarto fulminante tirou a vida de Francisco Galvão de Almeida, carinhosamente chamado pelos seus clientes de Kito ou Seu Kito.

Kito estava em casa, quando sofreu o infarto, informa o filho Luiz, “Luizinho”, companheiro de todos os dias na jornada de atendimento aos clientes.

O Bar do Kito, em Sequeiro Grande, à margem da rodovia que liga Itajuípe a Coaraci, era parada obrigatória para um almoço farto, acompanhado de uma cerveja ou um “refri”, seguido sempre por uma deliciosa sobremesa e prosa das boas com o próprio Kito e Luizinho.

Francisco Galvão de Almeida, ou simplesmente Kito, tinha 72 anos. Ele deixa três filhos – Luizinho, Viviane e Lili -, uma legião de amigos e clientes. Era dos chefes de cozinha mais famosos do sul da Bahia e reconhecido desde os tempos do Chão de Estrelas, na década de 80, nem Itabuna.

VELÓRIO

O corpo de Seu Kito está sendo velado no SAF de Itajuípe, na região central da cidade. O enterro será no cemitério local, às 16h deste sábado.

HOMENAGENS

Amigos e clientes do Bar do Kito lamentam a partida do mestre da arte de cozinhar e servir. “Lembro dele não apenas pela comida excelente, mas pela forma carinhosa como sempre atendia as pessoas”, afirma o publicitário e amigo Gilvan Rodrigues, responsável por apresentar as maravilhas gastronômicas de Kito a uma infinidade de amigos. “Gilvan me apresentou a Kito, dono do restaurante em que se devia comer de joelhos. O céu terá cardápio especial”, afirma o jornalista e escritor Daniel Thame.

“Soube agora também da notícia.  Lamentável. Gente boa, Kito”, escreveu Marcos Vinícius Sousa, Japu, secretário de Administração de Itacaré e filho de Itajuípe. A comida e o atendimento fizeram com que muitos dos seus clientes se tornassem amigos de Kito e da família. “Sempre tivemos atendimento de excelência de Seu Kito, do filho. Era mais que dono de um restaurante. Parava para ouvir o cliente e conversar. Era o padrão excelência Kito de ser e de atender”, afirma Raimundo Leal, que confessa. “A gente abusava na resenha com seu Kito. Era sempre um ótimo papo, ótimo atendimento e ótima comida”, afirma.

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Rio Almada sofre efeitos de 6 meses de seca na região cacaueira.
Rio Almada sofre efeitos de 6 meses de seca na região cacaueira.

Se Itabuna sofre com a água salobra em decorrência da estiagem, os moradores de distritos de Itajuípe e Coaraci, que margeiam o rio, sofrem  ainda mais. Tanto Itabuna como os dois municípios dependem do Rio Almada para o abastecimento de água. O nível do rio reduziu-se a nível crítico e em vários trechos não há vazão de água, assim como em sua nascente, em Almadina.

As fotos captadas na tarde deste sábado (16) em um pequeno trecho do Almada, em Sequeiro Grande, em Itajuípe, são desoladoras e comprovam que o fluxo de água em direção ao mar está integralmente suspenso.

As pessoas do distrito de Itajuípe somente se utilizam da água retirada em alguns poços para gasto, já que a decomposição de matéria orgânica – folhas, galhos de árvores etc – causa mau cheiro. O rio, com seus pequenos poços e filetes d´água, insiste em sobreviver.

O abastecimento à população somente tem sido possível por meio de carros-pipa. O cenário é mais drástico em Itajuípe, obrigada a suspender o abastecimento. Nos distritos, muitos lamentam que políticos e pretensos candidatos a prefeito da Velha Pirangi façam mercância de votos em troca de água potável para o consumo humano.

Uns míseros filetes d´água são alívio para moradores de Sequeiro Grande, em Itajuípe.
Uns míseros filetes d´água são alívio para moradores de Sequeiro Grande, em Itajuípe.

REFLEXO EM ITABUNA

A seca no leito do Rio Almada tem reflexo direto no abastecimento em Almadina, onde a população protestou contra a Embasa por falta de água, Itajuípe e Coaraci, além de Itabuna.

Para se ter ideia, cerca de 600 litros de água por segundo eram captados do Almada para abastecer Itabuna. Hoje, a Emasa praticamente interrompeu a captação em Rio do Braço, em Ilhéus, dependendo apenas da captação em Castelo Novo, onde a maré afetou a qualidade da água, elevando os níveis de cloreto e tornando-a salgada.