O presidente da Câmara de Vereadores de Itabuna, Aldenes Meira, e o seu partido, o PCdoB, não economizam artilharia contra o “núcleo duro” do Governo Vane.
Ao fazer avaliação de 2014, Aldenes deixou implícito que não ficará barato o aperto sofrido. Criticou o fato do prefeito manter “secretários com superpoderes”. Os alvos: Oton Matos (controlador-geral), Marcos Cerqueira (Fazenda) e Silas Alves (chefe de Gabinete).
Se os dois lados não se entenderem, o Governo Vane terá acabado lá em 30 de novembro, quando o PCdoB conseguiu manter o controle da presidência da Câmara, enquanto os “Homens de Vane” decidiram apoiar o ex-presidente Ruy Machado – e se deram mal.
O presidente reeleito da Câmara Municipal de Itabuna, Aldenes Meira (PCdoB), avaliou que a sua vitória ontem (30) não representou derrota para o prefeito Claudevane Leite. “Sou da base aliada”, observa.
Apesar de afirmar que nem o prefeito nem o governo perderam, o vereador citou o controlador do município, Oton Matos, o secretário da Fazenda, Marcos Cerqueira, e o chefe de gabinete do prefeito, Silas Alves, como derrotados.
O trio, apoiado por José Trindade, secretário da Assistência Social, trabalhou para o adversário de Aldenes na disputa, Ruy Machado (PTB).
O vereador também disse o que foi importante para reverter o resultado ontem e citou prioridades para o novo mandato. Confira entrevista ao PIMENTA, ontem.
Confira BLOG PIMENTA – A outra chapa expôs apoios e revelava ter 12 dos 21 votos. O que foi decisivo para que você revertesse o quadro e ganhasse a eleição? ALDENES MEIRA – A chapa encabeçada por Ruy Machado bradava a todo tempo que tinha o apoio do prefeito Vane. Isso pressionava alguns vereadores. Porém, o prefeito ficou isento no processo. Tivemos conversas com Vane e em nenhum momento ele declarou apoio a nenhum dos candidatos. Ele sempre achou e em suas falas sempre diz que o legislativo deve ser independente. PIMENTA – Mas, na prática, foi desta forma? ALDENES – Claro que setores do governo apoiaram a minha chapa e outros apoiaram a chapa de Ruy. Foi até bom para o governo por ter gente nos dois lados. PIMENTA – Como foi essa “divisão” de apoios? ALDENES – Claramente, víamos que o controlador Oton Matos, o secretário Marquinhos [Marcos Cerqueira, da Fazenda], o chefe de Gabinete, Silas Alves, e o [secretário de Assistência Social, José] Trindade, tendiam para a chapa de Ruy. Mas, em contrapartida, Giorlando Lima e Wenceslau Júnior me apoiaram e Mariana Alcântara, em que pese o PPS estar na outra chapa, me ajudou, era simpática à nossa candidatura. Então, dentro do Executivo, houve isso. A nossa vitória é o que o legislativo quis, preferiu o nome da gente. PIMENTA – O resultado foi visto como derrota do prefeito, porque a articulação do governo puxou votos para Ruy Machado. O senhor também entende assim? ALDENES – Não. Se eu sou da base aliada, como é que foi uma derrota para o governo? PIMENTA – Mas o núcleo político não trabalhou pelo seu nome. ALDENES – É, mas houve articulação por mim. Tanto é que nós ganhamos. O meu partido também trabalhou para que ganhássemos, o meu partido é do governo. Então, não encaro como derrota do prefeito Vane nem do governo. Agora, sim, é uma derrota de setores do governo que trabalharam contra.
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Oton botou o bedelho dele, tirou vereadores do meu grupo para o outro, prometendo coisas. Acho que ele é o derrotado.
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PIMENTA – Quais setores? ALDENES – Oton foi derrotado nesse processo, botou o bedelho dele, tirou vereadores do meu grupo para o outro, prometendo coisas. Acho que ele é o derrotado. PIMENTA – E quanto ao PCdoB? ALDENES – Discutimos qual o melhor caminho e, quando definimos que era o meu nome, o partido me deu apoio o tempo todo. O vereador Jairo [Araújo], que é presidente do meu partido, articulou para obtermos essa vitória. PIMENTA – Quais as prioridades para o novo mandato? ALDENES – Primeiramente, dar continuidade ao trabalho de transparência e isonomia e tratar o legislativo dentro do espírito republicano. No dia 9, abriremos envelopes com as propostas das empresas para realizar o concurso público. Outra prioridade é a construção da sede própria da Câmara. Vamos ao BNDES em busca de recursos para esta obra, já que o volume de repasse do duodécimo não comporta essa demanda. No mais, vamos continuar tocando o legislativo com independência e democracia. PIMENTA – O prédio será construído mesmo na Princesa Isabel? ALDENES – A gente terá que fazer estudo de local, mas, provavelmente, será o mesmo. A Secretaria de Meio Ambiente queria uma permuta de espaço para anexar ali a um suposto parque municipal. Estamos discutindo, mas, a priori, o espaço será aquele. Aí é conseguir o recursos para financiar a obra.
Episódio absurdo ocorreu, ontem, na Câmara de Vereadores de Itabuna. Na semana passada, os nobres edis aprovaram a convocação do prefeito Claudevane Leite (PRB) para que se explicasse quanto às mazelas na Saúde. Repetimos, foi uma convocação. Na calada (da noite?), a convocação transformou-se em convite. E o prefeito, como revela o BA24h, acabou sendo ouvido ontem pela manhã, a portas fechadas. Registre-se que o prefeito foi ouvido pela Casa tendo como testemunhas do depoimento apenas o chefe de gabinete do governo municipal, Silas Alves, e a secretária de Governo, Cleide Oliveira. O episódio é lamentável e revela falta de transparência da casa chamada de espaço do povo – quando convém, claro! A presidência da Casa terá aí uma ótima oportunidade para esclarecer esse episódio nebuloso. O cidadão – que mantém aquela casa e paga os vereadores – precisa saber os motivos não apenas da mudança de convocação para convite e de ter sido o prefeito ouvido a portas fechadas, longe dos olhos e ouvidos do cidadão-contribuinte-eleitor, como diria o saudoso Eduardo Anunciação!
A festa da TV Santa Cruz, ontem à noite, registrou uma gafe institucional envolvendo o prefeito e o vice-prefeito de Itabuna.
Claudevane Leite está em São Paulo e deveria ser representado pelo vice, Wenceslau Júnior, porém o chamando à mesa de abertura do evento foi o chefe de gabinete do prefeito, Silas Alves. Wenceslau ficou uma “arara”.
A gafe foi o tititi político do evento, mas a direção da emissora está isenta. A troca de Wenceslau por Silas foi imposição do setor de comunicação da Prefeitura de Itabuna.