Operação tapa-buracos é tocada pelo Governo do Estado || Foto PMI
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O Governo da Bahia deu início, nesta segunda-feira (16), a uma operação tapa-buracos em trecho da BA-001 na zona norte de Ilhéus. Segundo a Prefeitura, o serviço tocado pela Superintendência de Infraestrutura e Transportes da Bahia atende a pedido do prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD).

O trecho beneficiado se estende da região do 5º Grupamento de Bombeiros Militar, na Barra, às imediações do Distrito Industrial. Aquela região está esburacada há meses, problema que se agravou após as chuvas de novembro e dezembro. No auge deste verão, quando Ilhéus e cidades vizinhas, a exemplo de Itacaré, receberam milhares de turistas, a buraqueira prejudicou o fluxo de veículos e contribuiu para longos congestionamentos. Motoristas também amargaram prejuízos com os danos causados a veículos, como o empenamento de rodas.

Aquele trecho da BA-001 será requalificado pelo Governo da Bahia, conforme ordem de serviço assinada pelo então governador Rui Cosa (PT), atual ministro da Casa Civil, em outubro de 2022.

Projeto revitaliza orlas ilheenses em investimento de R$ 70 milhões
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O governo baiano investirá total de R$ 70 milhões em obras de revitalização de orlas e duplicação de trechos de rodovias estaduais no litoral ilheense, segundo informa o prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD).

A autorização para início das obras será assinada pelo governador Rui Costa, no Batalhão-escola da PM, na Barra de Itaípe, na tarde desta sexta-feira (21). O investimento será na continuidade da duplicação da Orla Sul e requalificação da zona norte.

A continuidade da duplicação da Orla Sul engloba três quilômetros, do Ceplus até o Cururupe. Os serviços compreendem a implantação de ciclovias e construção de equipamentos urbanos, além da urbanização, paisagismo e pavimentação do trecho, segundo o município.

ZONA NORTE

Já a urbanização da Zona Norte prevê serviços de drenagem, com nove quilômetros de pavimentação, seis quilômetros e meio de ciclovia e cinco pontos de intervenção. O trecho se estende do Parque Infantil (Malhado) até o Polo Industrial, no Iguape.

–  Fizemos a primeira etapa da Orla Sul e agora vamos dar continuidade à segunda etapa. Agradeço primeiramente a Deus, ao governador e toda a sua equipe por atender as necessidades do nosso povo – disse o prefeito Mário Alexandre, Marão.

Prefeito fez anúncio ao lado da primeira-dama Soane Galvão e do secretário Vinicius Briglia || Imagem extraída de vídeo
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O prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), anunciou que o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) vai elaborar estudo para desenvolver o projeto de uma solução definitiva contra o avanço do mar nos bairros São Miguel e São Domingos, na zona norte de Ilhéus.

Ele fez o anúncio ao lado a primeira-dama Soane Galvão e do secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Vinicius Briglia, num vídeo que começou a circular hoje (27) nas redes sociais. Segundo o prefeito, além de evitar que o problema se transforme numa tragédia, a ideia é revitalizar a orla norte como atração turística. O estudo será iniciado neste semestre.

De acordo com o oceanógrafo Lucio Figueiredo de Rezende, professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), o INPH tem engenheiros qualificados para fazer esse tipo pesquisa. Recentemente, Lucio concedeu entrevista ao PIMENTA e apontou que uma solução viável para conter o mar seria a estabilização da orla com pedras, levando em consideração a importância de se reurbanizar a faixa litorânea – relembre aqui. “Compraram nossa ideia, e o INPH é um corpo de engenharia qualificado. Vamos acompanhar”, observou o docente do Departamento de Ciências Exatas, nesta terça-feira (27), ao avaliar positivamente a iniciativa do gestor.

Entrevista pelo PIMENTA, professor da UESC, Lúcio Rezende, explica como o Porto do Malhado agravou a erosão marinha na orla norte e sugere o que pode ser feito para conter avanço do mar || Fotos: Facebook/Reprodução e Ed Ferreira
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O oceanógrafo Lucio Figueiredo de Rezende, nesta entrevista ao PIMENTA, alerta para o risco de o São Miguel, bairro do litoral norte de Ilhéus, sumir do mapa, caso nada seja feito para conter a erosão marinha naquela área.

Professor do Departamento de Ciências Exatas da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Lucio explica como a construção do Porto do Malhado, inaugurado em 1971, interferiu na dinâmica do litoral ilheense, com o acúmulo de areia na Praia da Avenida e os processos erosivos na orla norte. Também sugere o que pode ser feito para impedir que o mar ganhe mais terreno no São Miguel e no bairro vizinho, o São Domingos.

Casas ameaçadas pelo avanço do mar no São Miguel

O docente, que é doutor em Oceanografia Física pela Universidade de Aveiro, de Portugal, defende que a estabilização da linha costeira seja acompanhada pela reurbanização da orla norte.

Os manguezais também podem sofrer com os impactos do avanço da mar na Barra de Taípe e o assoreamento na Baía do Pontal, observa Lucio, chamando a atenção para a importância do mangue como barreira contra a dispersão de poluentes no meio ambiente. Leia.

A Avenida Soares Lopes e sua praia, em fotos de 1957 e 2020 || Acervo de José Nazal

BLOG PIMENTA – Quais foram os principais impactos da construção do Porto do Malhado para as orlas do Centro e da Zona Norte de Ilhéus?

Lucio Figueiredo de Rezende – O impacto mais evidente da construção do Porto do Malhado foi o acúmulo de sedimentos que a gente vê na [Avenida] Soares Lopes. Isso era um processo litorâneo, que levava à distribuição de sedimentos ao longo da orla de Ilhéus. Esse sedimento acabou sendo aprisionado na Soares Lopes. Você vê o engordamento artificial daquela praia da Soares Lopes, que está levando também a um processo de assoreamento da Baía do Pontal, que está bem assoreada. No lado norte, há processos erosivos, principalmente em São Miguel. São Miguel, por suas próprias características, já seria um local erosivo. Entretanto, no passado, nós tínhamos um aporte frequente de sedimentos que equilibrava esses processos erosivos. Agora, depois de anos da construção do porto, você tem o bloqueio da carga sedimentar e processos erosivos intensos em São Miguel.

O espigão do Porto do Malhado, na ponta norte da Praia da Avenida

Esse bloqueio foi feito com o espigão do porto?

É uma consequência da construção do espigão, porque o transporte litorâneo não consegue transpor aquele espigão. Há uma retenção muito grande de carga sedimentar. Tem a ver com a parte de transporte de sedimentos, velocidade de fluxo, etc. Falando de uma maneira simples, é isso: uma incapacidade de transporte. Isso acontece muito. Quando você constrói barreiras no ambiente costeiro, isso gera problemas que vão se manifestar em outras regiões. Se você construir diversos espigões, você vai transferindo esses processos litorâneos para outras regiões. Você tem que tomar cuidado com isso. A zona litorânea é muito sensível, é parte de um sistema dinâmico, cuja resultante pode ser um processo erosivo em outra região.

Os espigões do São Miguel em 2006 || Foto José Nazal

O senhor explicou que os espigões construídos na orla norte poderiam ser um pouco maiores, mas não muito. Por quê?

Você deve agir sempre com parcimônia. Se você colocar espigões muito grandes, embora possa melhorar a deposição local, acaba gerando processos erosivos mais à frente. Por isso é necessário agir com muita parcimônia e responsabilidade no ambiente litorâneo. Eu acho que os espigões, da forma como estão ali, estão bons. Eles seguraram um pouco do transporte sedimentar. O que deveria ter sido feito – e não foi – era uma estabilização da linha de costa. É inconcebível perder ruas inteiras com o avanço do mar. Você estabiliza a linha de costa e dá uma tranquilidade para a população local.

Área estabilizada com pedras na linha costeira do São Miguel, ao lado da Barra de Taípe, perto da Cabana da Sol

A gente viu na Barra de Taípe, perto da Cabana da Sol, uma área bem estabilizada. O ideal seria fazer o mesmo tipo de estabilização, com aquela quantidade de pedras, ao longo da orla de São Domingos e São Miguel?

Sim, e, de preferência, cuidando com humanismo da região, estabilizando e fazendo, por exemplo, uma faixa litorânea, talvez com ciclovias, enfim, um lugar agradável. Assim você resgata a autoestima da comunidade e não perde área para o mar. O mar está avançando sempre. Todo ano ele avança um pouco. Se nada for feito, vai continuar avançando.

Parte da orla destruída pelo mar no São Domingos; erosão alcançou margem do asfalto da BA-001

Existe mesmo a possibilidade de todo o São Miguel desaparecer?

Sim, o São Miguel está cada vez sofrendo mais processos erosivos. Sim, o mar pode romper aquela barra de São Miguel, se você não fizer nada. Existe a solução de curto prazo: estabilizar a linha de costa. Também é preciso olhar para uma solução de longo prazo para minorar o sedimento aprisionado no Porto do Malhado. Se você faz uma solução de curto prazo, estabilizando a linha de costa, isso vai dar tranquilidade à população litorânea. Nesse tempo, você tenta achar soluções junto com o Governo do Estado, o porto, para recompor um pouco do transporte litorâneo. Você não pode recompor totalmente, porque agora há uma outra dinâmica que depende do acúmulo de sedimentos na Soares Lopes. O primeiro passo é estabilizar a linha de costa. É o que deveria ter sido feito muito tempo atrás. Não é nada tão caro assim. Aproveita o verão para fazer as obras, porque, no inverno, os processos erosivos voltarão.

A Codeba anunciou que vai fazer nova dragagem, o que é importante para aumentar a capacidade de atração de navios para o Porto do Malhado. Isso pode agravar a erosão no norte?

Isso é normal. O que pode ser feito é a análise desse material; se ele não estiver contaminado por metais pesados, poderia ser levado para a praia do norte. Só é possível saber se há contaminação com análises laboratorias. A princípio, não há problema em fazer uma dragagem no porto.

Professor explica sazonalidade do processo erosivo na costa litorânea, que se intensifica no inverno

Por que a erosão ocorre de forma sazonal?

A erosão ocorre ali [na orla norte]. No passado, você tinha um transporte sedimentar que equilibrava esse processo. Existe uma sazonalidade porque, no inverno, as ondas são mais energéticas. Você tem frentes frias e ondas de diversos quadrantes chegando. As ondas são formadas em altas latitudes, não são formações locais. Elas trazem energia de tempestades. No inverno, você tem mais tempestades, por isso as ondas são mais energéticas e fazem com que o transporte sedimentar seja em direção à plataforma. No verão e nos outros períodos do ano, as ondas são menos energéticas e as praias são mais gordas. Há um perfil construtivo das praias, um engordamento. Daqui a pouco, nós teremos processos erosivos e vamos ver todo o drama que se repete, todos os anos, naquela zona de Ilhéus. Há um estoque limitado de areia que transita na praia. Quando você não tem barreiras, ela transita livremente. Quando você faz uma barreira litorânea, muda esse fluxo de sedimentos.

O assoreamento na Baía do Pontal também é um impacto do Porto do Malhado ou já é da nova ponte?

A Baía do Pontal é um estuário, que tem a tendência natural de sofrer assoreamento. Nesse caso, também tem uma influência do engordamento da Praia da Avenida. Os sedimentos litorâneos estão entrando na Baía do Pontal. Ali é um reflexo de tudo isso que aconteceu em decorrência do porto e também do assoreamento natural do estuário. Daqui a pouco nós vamos ter que fazer alguma coisa na Baía do Pontal também, uma dragagem, para mantê-la estabilizada. É uma outra dinâmica, que também se conecta com a do litoral, mas é particular, porque ali você tem um estuário.

O senhor demonstrou preocupação com os impactos desse avanço do mar sobre os manguezais. O que está em risco nesse caso?

Os manguezais são barreiras biogeoquímicas. Eles retêm os poluentes. No manguezal, os poluentes estão complexados na estrutura do mangue, não causam problemas para a biota nem para os seres humanos. Quando você perturba o manguezal, pode tirar um pouco dessa estabilidade. Os manguezais são ambientes muito importantes, que devem ser preservados não só como berçários naturais, mas também como barreiras biogeoquímicas, segurando e estabilizando todas as nossas atividades, todos os poluentes que chegam na zona litorânea. Um ambiente sem mangue vai ser um ambiente muito mais contaminado. Atualizado às 13h16.

Avanço da Maré causa estragos na zona norte de Ilhéus || Foto DPE/BA
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A Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) encaminhou ofício à Prefeitura de Ilhéus em busca de informações sobre o eventual plano de recuperação das áreas degradadas e as medidas emergenciais adotadas para conter avanço da maré em trecho de quatro quilômetros da zona norte, que destrói residências e cabanas de praias. Moradores e comerciantes dos bairros São Miguel e São Domingos sofrem com a degradação em um trecho de quatro quilômetros situado na Zona Norte.

No documento, a Defensoria destaca a existência de estudos que apontam a construção do Porto do Malhado é responsável pelo avanço da maré, causando impactos socioeconômicos e ambientais nos bairros São Miguel e São Domingos. Defensor público coordenador da 3ª regional da DPE/BA, sediada em Ilhéus, Leonardo Couto Salles encaminhou o ofício à prefeitura e também lamentou a situação da Zona Norte.

“Há vários anos, moradores e comerciantes sofrem com a destruição de suas casas e de estabelecimentos comerciais em virtude do avanço do mar, possivelmente por conta da ausência de um prévio estudo de impacto ambiental quando da construção do Porto do Malhado. Até o momento, todos estão sem respostas efetivas das autoridades, inclusive no que diz respeito à reparação dos prejuízos causados na localidade”, explicou.

Segundo moradores da Zona Norte que buscaram a DPE/BA, a Prefeitura adotou entre as medidas preventivas a instalação de pedras em alguns pontos da região, mas estas não estão sendo suficientes para barrar o avanço da maré. Os habitantes locais também instalaram contenções com pedras e sacos de área, por vezes adotando recursos próprios, para conter os danos, sem sucesso.

No início de setembro, a Defensoria Pública do Estado convocou uma reunião, por meio da Ouvidoria Cidadã, com a presença da Defensoria Pública da União e a comunidade local. O objetivo foi ouvir diversos relatos dos moradores e comerciantes que estão perdendo suas casas e comércios por conta do avanço da maré, bem como a ausência de medidas eficazes por parte do poder público.

Sobre esta questão, há ainda Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público Federal contra a União, a Companhia das Docas do Estado da Bahia – CODEBA e o Município de Ilhéus, ajuizada há mais de 10 anos e ainda sem julgamento. A Ação Civil Pública tramita junto à Subseção da Justiça Federal em Ilhéus.

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Devido a serviços de manutenção numa das estações de Tratamento de Água (ETA) em Ilhéus, localidades da zona norte do município terão o abastecimento interrompido na próxima sexta. Conforme a Embasa, a manutenção será iniciada às 8h e tem previsão de conclusão até o final da tarde de sexta (25).

Imóveis situados em pontos mais distantes da rede distribuidora, como distritos, podem levar até 48h para ter o abastecimento totalmente regularizado. A Embasa ainda ressalta a importância de o usuário possuir reservatório domiciliar adequado às necessidades diárias de consumo do imóvel, minimizando o impacto de interrupções programadas ou emergenciais no fornecimento de água tratada.

LOCALIDADES AFETADAS

As localidades afetadas pelo interrupção no abastecimento são o Alto Nerival; Alto Soledade; Aritaguá; Barra/CSU; Centro Industrial, Iguape, Jardim Savóia, Novo Ilhéus, São Domingos, São João, São José, São Miguel, Sambaituba e Urucutuca.

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Volume de água na represa está mais de 5 metros abaixo do nível normal.
Nível da represa continua mais de 5 metros abaixo do normal.

Os moradores da zona norte de Ilhéus deverão continuar na torcida por mais chuvas. O volume de água que caiu neste final de semana, no município, elevou em apenas 11 centímetros o nível da Barragem do Iguape, segundo a Embasa informou ao PIMENTA.

De acordo com o escritório local da Embasa em Ilhéus, a barragem estava 5 metros e 60 centímetros abaixo do nível normal. A barragem responde pelo abastecimento de 70% das residências ilheenses interligadas à rede de água. Como a estiagem afetou o abastecimento, a captação de água também será feita na represa da Mata da Esperança.

O município encontra-se em situação de emergência. Hoje, a Embasa já havia anunciado a suspensão do racionamento de água na zona sul de Ilhéus e parte da região central. O racionamento começaria hoje. Como o volume de chuvas garantiu bom nível de água no Rio Santana, os moradores de Pontal e Cia continuarão tendo água regularmente.