O Março Azul-Marinho é dedicado à conscientização sobre o câncer colorretal, o terceiro tipo de câncer mais comum no Brasil, que afeta homens e mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A campanha ressalta a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e da informação para reduzir a incidência da doença. O câncer colorretal afeta o intestino grosso (cólon) e o reto, partes finais do sistema digestivo. Na maioria dos casos, desenvolve-se a partir de pequenas lesões benignas que podem crescer e se tornar malignas com o tempo.
O Inca estima que, de 2023 até o final de 2025, o Brasil registre 45.630 novos casos de câncer colorretal por ano, totalizando mais de 135 mil diagnósticos no período. O risco é de 21,1 casos a cada 100 mil habitantes, afetando 21.970 homens e 23.660 mulheres.
Alexandre Lins, gastroenterologista e professor da UnexMED Itabuna, explica que o câncer colorretal pode ser silencioso nos estágios iniciais, o que torna os exames preventivos fundamentais para a detecção precoce.
FATORES DE RISCO, SINTOMAS DE ALERTA E DIAGNÓSTICO
De acordo com o especialista, os principais fatores de risco que aumentam a chance de desenvolver esse tipo de câncer são a obesidade, o alto consumo de carne vermelha, carnes defumadas e ultraprocessados, além do uso excessivo de álcool e o tabagismo. Fatores não modificáveis, como histórico familiar de câncer de intestino ou presença de pólipos na família, também elevam o risco.
Os principais sinais de alerta que não devem ser ignorados incluem sangue nas fezes, perda de peso e alterações no ritmo intestinal, como constipação ou diarreia persistente. O diagnóstico é feito por meio da colonoscopia, exame no qual um tubo flexível com uma câmera é inserido pelo reto para examinar o cólon e o reto. Durante o procedimento, o profissional de saúde pode identificar pequenas lesões ou pólipos, removendo-os, se necessário, para análise.
PREVENÇÃO
O Inca recomenda que pessoas a partir dos 45 anos façam exames preventivos regularmente, especialmente aquelas com histórico familiar da doença ou fatores de risco. Quando identificado nos estágios iniciais, o câncer colorretal pode ter taxas de cura acima de 90%. “O paciente que tem o diagnóstico com o tumor precoce tem um risco menor de metástase e, nesses casos, a chance de cura é muito maior”, reforça o médico Alexandre Lins.
Embora o tratamento em estágios avançados envolva cirurgia, quimioterapia e radioterapia, o câncer colorretal pode ser prevenido em grande parte dos casos. Pesquisas científicas mostram que mudanças no estilo de vida reduzem significativamente os riscos. “Os hábitos que podemos adotar para reduzir o risco do câncer de intestino incluem atividade física regular, alimentação saudável rica em frutas, verduras, fibras e grãos, com menor consumo de carne vermelha, defumada e ultraprocessados”, orienta o gastroenterologista.
A identificação precoce do câncer colorretal é essencial. Como ele pode ser assintomático no início da doença, exames de rastreamento são cruciais. A triagem deve ser iniciada entre 45 e 50 anos para a população em geral, variando conforme diretrizes médicas e fatores de risco individuais. Para pessoas com histórico familiar da doença ou condições hereditárias que aumentam o risco, a triagem deve começar ainda mais cedo.
A campanha Março Azul-Marinho reforça que a informação e a prevenção salvam vidas. Consultar um profissional de saúde para orientações personalizadas e manter exames em dia são passos essenciais para evitar o câncer colorretal.
O Ministério Público do Estado da Bahia emitiu, nesta segunda-feira (24), parecer favorável ao recurso da Prefeitura de Itabuna no processo que trata da demissão de servidores aposentados do quadro funcional do município. A Procuradoria-Geral de Justiça reforçou o entendimento da decisão provisória concedida anteriormente pelo Tribunal de Justiça da Bahia, que já havia determinado a suspensão dos efeitos da decisão de primeira instância que mantinha os aposentados nos cargos.
O parecer do MP-BA aponta que a permanência dos aposentados no serviço público, sem a devida previsão legal, gera grave lesão à ordem e à economia públicas. O órgão baseia sua manifestação no artigo 37, parágrafo 14, da Constituição Federal e na tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal no Tema 1150 de repercussão geral, que proíbe a reintegração ou permanência de servidores aposentados pelo Regime Geral de Previdência Social no mesmo cargo.
Além disso, o MP-BA ressaltou que a manutenção dos aposentados no quadro funcional resulta em ônus excessivo aos cofres públicos, pois implicaria no pagamento simultâneo de proventos de aposentadoria e salários para as mesmas funções. A situação, segundo o parecer, compromete a responsabilidade fiscal do município e inviabiliza a efetivação dos servidores aprovados no último concurso público.
De acordo com a Prefeitura, o Sindicato do Magistério Municipal Público de Itabuna (Simpi), um dos requerentes da ação original (relembre), não apresentou recurso contra a decisão liminar que determinou a saída dos aposentados.
Auxiliar no desenvolvimento de um ecossistema de agricultura familiar e regenerativa da cultura do cacau é o objetivo do Kawá, fundo de investimento voltado para pequenas propriedades do país. A iniciativa, lançada esta semana, pretende levantar R$ 1 bilhão até 2030 para investir em projetos ligados à cadeia produtiva da fruta na Bahia e no Pará.
O projeto é uma parceria do Instituto Arapyaú, organização voltada para desenvolvimento justo, inclusivo e de baixo carbono do país, e da ONG Tabôa Fortalecimento Comunitário, que atua para fomentar acesso a recursos financeiros e estímulo à cooperação, para projetos de sustentabilidade e justiça socioambiental.
Para o gerente de bioeconomia do Instituto Arapyaú, Vinicius Ahmar, o projeto vai contribuir para melhorar as condições de vida de pequenos produtores, de baixa renda e com baixa produtividade na produção.
“Com o Kawá, queremos ampliar a escala de impactos econômicos, sociais e ambientais positivos, atraindo investidores de maior porte para destravar modelos produtivos que façam uso sustentável do solo e gerem renda para quem mais precisa e quem conserva a floresta”, disse.
Diversas organizações integram a iniciativa que pretende beneficiar, na primeira fase, 1,2 mil agricultores dos dois estados, com cerca de R$ 30 milhões.
O nome Kawá faz referência à forma como o cacau era chamado nas civilizações pré-colombianas, quando era conhecido como kakawa. A iniciativa mescla recursos concessionais e filantrópicos com capital público e privado.
O Kawá é classificado como um Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro). A metodologia de concessão de crédito é mais simplificada e acessível.
Ao receber o crédito, o produtor tem até 45 dias para realizar o investimento. Após esse período, são 36 meses de prazo para pagá-lo, com uma média de seis meses de carência.
Os recursos têm como destino o custeio da adubação, irrigação, mão de obra, compra de equipamento e adensamento com mudas.
Além disso, o Kawá prevê a possibilidade de comércio de créditos de carbono de conservação por parte dos produtores. A iniciativa tem ainda parceria da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), que sinalizou a possibilidade da compra do cacau dos produtores beneficiados.
A assistência técnica ficará a cargo Consórcio Intermunicipal do Mosaico das Apas do Baixo Sul da Bahia (Ciapra), da Fundação Solidariedade e da Polímatas Soluções Agrícolas e Ambientais. Da Agência Brasil.
Uma criança de 4 anos caiu do 3º andar de um prédio, neste domingo (23), no Condomínio Itabuna Park, no bairro São Roque, em Itabuna. O menino sofreu fraturas nas costelas e no tornozelo, além de ferimentos em outras partes do corpo.
O acidente ocorreu por volta das 16h, quando a vítima estava em casa na companhia da avó. A janela de onde a criança caiu não tem grade nem tela de proteção. A queda foi de uma altura de 10 metros.
Acionado, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-192) chegou rapidamente ao condomínio e prestou os primeiros socorros à criança, que foi levada para o Hospital Manoel Novaes.
O pequeno Arthur continua internado no hospital itabunense nesta segunda-feira (24). Ele respira com ajuda de aparelho e aguarda vaga em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Procurada pelo PIMENTA, a direção do Manoel Novaes informou que o menino precisa ser transferido para outro hospital e que a transferência depende da Central de Regulação da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab). Atualizado às 13h28min para correção.
O que é esclarecedor e deve servir como reflexão nesse contexto político que estamos vivendo é que Nós Ainda Estamos Aqui. Eles também continuarão aqui.
José Cássio Varjão
No momento em que um punhado de pessoas, desprovidas de erudição, se aglomeram em determinados ambientes públicos para endossar as palavras e as ideias de mentes vazias e, às vezes, sem cognição, que pedem o “esquecimento”, por parte das autoridades, de crimes cometidos por tentativa de ruptura institucional, percebe-se explicitamente que, antes da particular liberdade de escolha de cada brasileiro, está plantada, por parte da elite branca, escravagista, antinacionalista e liberal/econômica, a semente do personalismo político, que teima desde 1930 em nos dividir entre nós e eles, o bem e o mal, de um lado qualquer um, e do outro quem tem nove dedos.
Quando incautas e desocupadas dezoito mil e trezentas testemunhas participam de um cortejo fúnebre, com a devida atenção dispensada ao defunto, e junto dele, seus asseclas, que não irão deixar nem o corpo do finado esfriar, para se apossar do seu espólio eleitoral, constata-se que continuaremos presenciando esse espetáculo dantesco. Ele dá engajamento, dá like e, principalmente, dá recortes distorcidos da realidade, como o da polícia de Claudio Castro, governador do Rio de Janeiro, que estimou essa bizarrice em quatrocentos mil presenciadores.
Os seguidores do irrefletido capitão são pessoas sem discernimento ou autonomia de escolha política, são os mesmos que votaram na UDN, na ARENA, em Fernando Collor, Fernando Henrique, votaram no PSDB, colocaram broche da Ucrânia na roupa, pediram voto impresso e auditável e ainda pedem intervencionismo militar. Nesse caso, por completa falta de entendimento do que foram os atos institucionais, principalmente o AI-5, ou um golpe, dentro do golpe.
Nesse panorama histórico atual, o filme Ainda Estou Aqui, extraído do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional, com mais de 5 milhões de expectadores e com arrecadação de mais de 200 milhões de reais em todo o mundo, não nos deixa esquecer do período cinzento da nossa história, que percorreu um continuum entre as agressões físicas e as prisões, os assassinatos e os desaparecimentos de cidadãos, que só cessaram com a malfadada Lei da Anistia, um acordo entre os poderosos, feito pelo andar de cima da sociedade, convencionado pelas oligarquias que sustentaram o regime, amparadas sob o guarda chuvas da ARENA, que deixou de punir os torturadores, os assassinos e os responsáveis pelos desaparecimentos, como o do ex-deputado Rubens Paiva.
A cultura do país resiste, Ainda Está Aqui, para lembrar que, das mentes brilhantes dos nossos artistas, saíram as vozes dissonantes contra o regime de exceção. Usando de metonímias e anáforas, para construir letras com duplos sentidos e metáforas, Chico Buarque, Adoniram Barbosa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, João do Vale, Ney Matogrosso, entre outros, desafiavam a ditadura brincando com as palavras propositadamente incorretas. Adoniram Barbosa, em Tiro ao Álvaro, usou tauba, automóver, revórver e frechada, para desafiar os censores.
Chico Buarque, para também driblar a censura, criou um heterônimo para a solução do problema e ele se chamava Julinho da Adelaide. O personagem criado por Chico, supostamente, era um compositor de morro carioca que frequentava as páginas policiais. Julinho da Adelaide gravou duas músicas: Jorge Maravilha e Acorda Amor, e ficou tão famoso que, em 7 de setembro de 1974, o escritor Mário Prata (amigo de Chico) fez uma entrevista para o Jornal Última Hora. Os amigos, com o tempo, descobriram, mas os censores não. Os seguidores da turba são semelhantes, às vezes alguns deles não sabem nem o motivo pelo qual estão presentes no aglomerado de pessoas, o importante é estar de verde amarelo, gritar mito e rezar para pneus.
O jornalista Carlos Heitor Cony, imortal da Academia Brasileira de Letras – ABL, preso duas vezes, citava as dificuldades de convivência com a censura, antes e após o AI-5, com o fechamento total da ditadura. “A gente contava com dois fatores, um a favor e um contra. A favor era que os censores eram muito burros e não percebiam certas nuances. Por sua vez, por serem muito burros, às vezes, cismavam com coisas que não tinham nada demais e proibiam uma peça, um artigo ou uma música”.
Uma dessas vozes dissonantes, na plenitude dos seus 82 anos, fez um show apoteótico no Estádio Fonte Nova, em Salvador, no último sábado, dia 15.03.25. Na turnê de despedida da sua gloriosa carreira artística, chamada de Tempo Rei, mais de 40 mil empolgados fãs aproveitaram, por duas horas e trinta minutos, das músicas que marcaram a carreira de 60 anos de Gilberto Gil. Com direito a um estrondoso “Sem Anistia!”, Gil começou sua apresentação cantando Cálice e concluiu com Aquele Abraço.
Composta por Chico Buarque e Gilberto Gil, a música Cálice, lançada há 52 anos, em 1973, teve um impacto profundo e duradouro na MPB, se tornando um símbolo de resistência artística e política, fazendo um trocadilho com a expressão “cale-se”, uma clara referência ao silêncio imposto pelo regime. A letra, repleta de metáforas religiosas (como o cálice da Santa Ceia), criticava indiretamente a repressão e a violência do governo, driblando a censura de forma inteligente. A música se tornou um hino de relutância pacífica, inspirando outros artistas a usarem a arte como forma de protesto. A canção também é um exemplo da sofisticação poética da MPB, combinando elementos religiosos, políticos e sociais em uma letra densa e cheia de significados, sendo frequentemente relembrada em momentos de crise política no Brasil, mostrando que seu impacto transcende o período da ditadura.
Gilberto Gil e Caetano Veloso ficaram presos pela repressão, entre dezembro de 1968 e fevereiro de 1969, em Realengo, no Rio de Janeiro. Foram soltos numa Quarta-Feira de Cinzas com o objetivo, determinado pelos militares, de voltarem a Salvador, fazerem dois shows, para angariar fundos e saírem do Brasil para o exílio. Iriam para Londres. No avião, entre o Rio de Janeiro e Salvador, com um guardanapo e uma caneta na mão, a estrutura de Aquele Abraço saiu do imaginário artístico de Gil para entrar na história da MPB como um símbolo de resistência, de otimismo, de união, alegria e orgulho de ser baiano/carioca, afinal, a Bahia lhe deu “régua e compasso” para lutar contra as adversidades. Aquele Abraço era uma ode ao Rio de Janeiro, ao mencionar ícones culturais como o samba e a Portela, o futebol com o Flamengo (Gil é Fluminense, que tinha derrotado o Flamengo na final do Carioca de 1973), o Carnaval e a Banda de Ipanema, Chacrinha e sua Terezinha, sem se esquecer de Realengo. Aquele Abraço significava gesto passageiro, transitório. Gil sabia que iria voltar e que o regime iria acabar. É como se desejasse falar que Ainda Estaria Aqui, um dia, em breve.
Numa época em que os artistas reagiram à ditadura com a voz e um microfone nas mãos, o jornalismo fazia o mesmo, empunhando uma caneta, que a voz rouca do povo ecoava de dentro das cátedras das melhores universidades do país através de mentes brilhantes, percebemos, deste modo, o quanto somos lenientes nos dias atuais. Só quem não conhece a história pode se conformar com um país que não tenha o Ministério da Cultura, como no governo que essa turma quer trazer de volta.
O que nos move e o que nos faz seguir adiante, lutando contra as arbitrariedades que aconteceram há uns poucos anos no Brasil, é o legado de quem lutou contra um regime ditatorial e sanguinário, em síntese, quem de nós não gostaria de ter “caminhado contra o vento, sem lenço e sem documento?” ou não ter se encantado com as “Cardinales bonitas e a sensualidade de Bardot”, na letra de Caetano e Gil? Quem não gostaria de ser “apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco e vindo do interior”, como Belchior foi? Quem não gostaria de ter “sonhado com a volta do irmão do Henfil, com tanta gente que partiu num rabo de foguete” ou “chorou com as Marias e Clarisses no solo do Brasil”, como Aldir Blanc e João Bosco escreveram e a grande Elis Regina eternizou com sua voz? Quem não quis “botar o bloco na rua, brincar e botar pra gemer” pulando de alegria com Sérgio Sampaio? Quem não “jurou mentiras e seguiu sozinho, assumindo seus pecados”, igual a Ney Matogrosso? Se “viver é melhor que sonhar”, e Belchior sabia “que o amor é uma coisa boa”, por que não sermos os embaixadores dessa mensagem? E não termos medo do “perigo na esquina”, até “porque eles já venceram e o sinal ficou fechado para nós”. Ainda bem “que somos jovens” e vamos seguir nossa luta, nossa caminhada contra o retrocesso que espreita sorrateiramente, cada passo dessa jornada.
O que é esclarecedor e deve servir como reflexão nesse contexto político que estamos vivendo é que Nós Ainda Estamos Aqui. Eles também continuarão aqui.
José Cássio Varjão é cientista político, MBA em Cooperação Internacional e Políticas Públicas; Administração Pública Municipal e Desenvolvimento Local; Administração Pública e Gestão de Cidades Inteligentes; Gestão de Negócios Inovadores e pós-Graduando FESPSP Repensando o Brasil: Sociologia, Política e História.
Uma pessoa morreu e duas ficaram feridas em uma colisão na noite deste domingo (23), no Semianel Rodoviário de Itabuna, ligação das BRs 415 e 101. José Edvaldo Ferreira estava dirigindo o VW Gol que colidiu contra um Hyundai HB20 em frente ao escritório regional da Coelba e ao galpão de uma cervejaria, no Parque Verde.
Bastante conhecido em Itabuna, José Edvaldo faleceu ainda no local, preso às ferragens do veículo. A esposa de Edvaldo e o motorista do HB20 ficaram feridos e foram levados para o Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães.
José Edvaldo trabalhava há muitos anos no Guincho Grapiúna. Nesta manhã de segunda-feira (24), familiares e amigos aguardavam, no Departamento de Polícia Técnica (DPT), em Itabuna, a liberação do corpo, que será velado no Pax Santa Fé, no Pontalzinho. O enterro está previsto para as 16h, no Cemitério Campo Santo, em Itabuna.
O Governo da Bahia sancionou os programas CNH da Gente e CNH na Escola, que garantem isenção das taxas do Departamento de Trânsito (Detran) para a concessão da primeira habilitação, adição ou mudança de categoria, sem custos para os beneficiados. O anúncio foi feito pelo vice-governador Geraldo Júnior (MDB), ao lado da secretária estadual da Educação, Rowenna Brito.
“O CNH da Gente e o CNH na Escola garantem acesso gratuito à carteira de habilitação para milhares de jovens da rede pública, criando oportunidades de emprego e inclusão social. O governo segue comprometido com a juventude, oferecendo novas perspectivas e afastando os jovens da criminalidade por meio de ações como o Programa Bahia Pela Paz”, disse Geraldo Júnior.
A secretária Rowenna Brito destacou a importância da ação para os estudantes da rede estadual. “Estamos falando de 10 mil vagas no programa CNH da Gente, das quais 5 mil são destinadas a estudantes da rede estadual com mais de 18 anos e que fazem parte do Bolsa Presença. Além disso, 2 mil vagas são reservadas para estudantes com menos de 17 anos, que terão a oportunidade de realizar a parte teórica da habilitação ao longo de dois anos”, detalhou.
A medida vai beneficiar, especialmente, estudantes do Ensino Médio e da Educação Profissional e Tecnológica da rede pública estadual. Além disso, o programa também atenderá a população cadastrada no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), promovendo mais oportunidades para quem deseja ingressar no mercado de trabalho.
CRITÉRIOS
Os programas serão executados pelo Detran-BA. Para participar, os interessados deverão atender a critérios específicos, como ter mais de 18 anos, estar inscrito no CadÚnico, saber ler e escrever e residir no estado da Bahia. Os estudantes menores de 17 anos poderão iniciar a formação teórica, preparando-se para a obtenção da CNH no futuro.
O diretor-geral do Detran-BA, Rodrigo Pimentel, ressaltou a importância dos programas para a inclusão da juventude baiana. “A sanção dessa Lei promove dois projetos prioritários para o Governo do Estado da Bahia e para o povo baiano. A CNH da Gente e a CNH na Escola representam garantia do acesso à Carteira Nacional de Habilitação para estudantes e a população ingressa em projetos sociais. Nesse primeiro momento, são mais de 12 mil vagas. Nós faremos o anúncio, em breve, de quais são as regras e normas para que os interessados possam realizar o cadastro, que será feito integralmente pelo portal ba.gov.br”, afirmou.
A Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza de Ilhéus (Semps) instaurou comissão responsável por organizar processo seletivo simplificado para a Pasta. O grupo de trabalho é formado por cinco membros, inclusive a secretária Sayonara Machado, que preside os trabalhos.
A comissão também é composta pelo superintendente financeiro Antônio Ocké; a supervisora administrativa Lohaine Ribeiro; a assistente social Cristiane de Almeida; e a supervisora de Proteção Social Básica, Gabriele Silva Ribeiro.
A Portaria nº 295, publicada na última sexta-feira (21), estabelece que a comissão deverá encaminhar a seleção dos inscritos para a Secretaria de Gestão elaborar os atos de homologação do processo seletivo. Ainda não há data definida para a publicação do edital.
SELEÇÃO DA SAÚDE
A Prefeitura de Ilhéus também vai fazer processo seletivo para o preenchimento de vagas na Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). Medida semelhante já foi adotada pela Secretaria Municipal de Educação.
Deslegitimar é o objetivo dessa agenda estrutural, que busca intimidar, hostilizar, ridicularizar, até mesmo com falsos elogios públicos que escondem atitudes misóginas nos bastidores, as poucas mulheres que decidiram e decidem enfrentar mais essa luta todos os dias, numa permanência que vive ameaçada.
Mariana Ferreira
É exaustivo ver a permissividade e o nível de tolerância com que é tratada a violência de gênero nos espaços de poder. Poderia aqui elencar inúmeras falas, inclusive institucionais, de evidente violência contra as mulheres que hoje ocupam esses espaços, afastando dos plenários brasileiros mulheres extremamente inteligentes e realizadoras.
A última, de Plínio Valério (PSDB), senador da República, com sua declaração em púlpito (!): “Imagina o que é ficar com a Marina [Silva] seis horas e dez minutos sem ter vontade de enforcá-la”, é um dos fortes exemplos da desqualificação do debate por meio de uma agressão concreta a uma mulher, que também é ministra de Estado, professora, deputada federal eleita, ex-senadora e ativista.
A lei que tornou crime a violência política de gênero completou três anos em agosto do ano passado. Ela estabelece regras jurídicas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher nos espaços e nas atividades relacionadas ao exercício de seus direitos políticos, dentre outras providências (Lei n° 14.192/2021). No entanto, isso não parece intimidá-los, e a reflexão sobre isso precisa ser feita coletivamente.
Deslegitimar é o objetivo dessa agenda estrutural, que busca intimidar, hostilizar, ridicularizar, até mesmo com falsos elogios públicos que escondem atitudes misóginas nos bastidores, as poucas mulheres que decidiram e decidem enfrentar mais essa luta todos os dias, numa permanência que vive ameaçada. A exemplo de 60,4% das prefeitas e vices brasileiras que afirmam já ter sofrido algum tipo de violência política de gênero durante campanhas ou mandatos, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM), em parceria com o Movimento Mulheres Municipalistas, que ouviu 224 prefeitas e 210 vices no segundo semestre do ano passado.
Por causa desse ambiente hostil, muitas estão pela metade em suas ambições, representações e realizações. E também pela metade está o número das que têm a intenção de permanecer na política concorrendo à reeleição, conforme esse mesmo estudo.
Não distante, um episódio de misoginia aconteceu, institucionalmente, em Itabuna, no sul da Bahia, quando o vereador Danilo Freitas (União Brasil) usou da sua palavra no plenário da Câmara de Vereadores para desqualificar a primeira-dama do município, Andrea Castro, que poucos meses antes avaliava se juntar às poucas mulheres na política para representar a região na Assembleia Legislativa da Bahia. Ele se retratou por meio de nota, mas a punição exemplar não poderia deixar de existir: ficou impedido pela Comissão de Ética da Câmara de Vereadores de se pronunciar nas sessões legislativas de setembro a dezembro de 2023 e no ano seguinte foi condenado pela Justiça a pagar indenização por danos morais.
A violência política de gênero não fica, no entanto, restrita aos púlpitos das Casas Legislativas, às chacotas de presidentes como Bolsonaro ou aos bastidores das corridas eleitorais. Está também alastrada nas redes sociais e tem sido crescente, ainda mais agora, com a recente decisão de Mark Zuckerberg de dar fim à checagem de fatos nas redes sociais da Meta. Uma vergonha, e tão perto das eleições de 2026. Que da indignação coletiva e do instinto de sobrevivência enquanto seres sociais emerjam mais mulheres para ocupar os espaços de poder brasileiros. E que estejam por inteiro.
Mariana Ferreira é jornalista e consultora em Comunicação.
Gerente, motorista de ônibus, motorista de micro-ônibus, instrutor de educação inclusiva, confeccionador de calçados e auxiliar de contabilidade estão entre as oportunidades de emprego e de Jovem Aprendiz para hoje (24) em três das unidades do SineBahia.
Há 40 vagas em Jequié, 35 em Ilhéus e 19 em Itabuna, conforme o SineBahia. A relação completa das oportunidades anunciadas pode ser conferida ao final do texto.
Os interessados nas vagas podem comparecer ao SineBahia na unidade desejada com carteiras de Identidade e de Trabalho, CPF e comprovantes de residência e de escolaridade, preferencialmente pela manhã.
ONDE FICA O SINEBAHIA
A unidade Itabuna do SineBahia opera no segundo piso do Shopping Jequitibá, na Avenida Aziz Maron (Beira-Rio), no Góes Calmon. A de Ilhéus está situada na Rua Eustáquio Bastos, no Centro. Em Jequié, o atendimento é na Avenida Octávio Mangabeira, no Mandacaru. Clique em Leia Mais e saiba quais são as vagas anunciadas para hoje.
Os interessados em concorrer a uma das 102 vagas de emprego ofertadas em concurso público pelas universidades Federal do Sul da Bahia (UFSB) e Federal do Oeste da Bahia (Ufob) têm até esta segunda-feira (24) para se inscrever. Para a UFSB, são 71 oportunidades para cargos de níveis médio/técnico e superior.
As vagas são para lotação na reitoria, em Itabuna, e nos campi de Ilhéus, Porto Seguro e Teixeira de Freitas. A taxa de inscrição é de R$ 120 para nível médio e R$ 150 para os cargos de nível superior. A remuneração varia de R$ 4.029,90 a R$ 5.967,04, incluindo auxílio-alimentação. O servidor pode ainda ser contemplado com outros benefícios.
As vagas para nível médio são para Assistente em Administração, Técnico em Laboratório – Análises Clínicas, Técnico de Laboratório – Química, Técnico em Enfermagem e Técnico de Tecnologia da Informação. Já as de nível superior, são para Administrador, Analista de Tecnologia da Informação, Arquivista, Assistente Social, Bibliotecário, Biólogo, Enfermeiro, Engenheiro Civil, Engenheiro de Segurança no Trabalho, Médico/Psiquiatra, Nutricionista, Pedagogo e Psicólogo.
As provas serão aplicadas no dia 18 de maio, nas cidades de Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Itabuna, Porto Seguro, Salvador e Teixeira de Freitas, no turno da manhã para os cargos de nível médio e no turno da tarde para os de nível superior. A duração será de 4 horas.
De acordo com o edital, o concurso terá validade de dois anos, podendo ser prorrogado por igual período. A banca responsável pelo processo é o Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional (Idecam). Acesse aqui para se inscrever para o UFSB ou Ufob.
UFOB
O edital da UFSB é em conjunto com a Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob), com os mesmos locais de provas e banca. Porém, o número de vagas é distinto. A Ufob oferta 31 vagas para técnicos administrativos, com cargos de níveis médio/técnico e superior. As oportunidades são para os campi de Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Luís Eduardo Magalhães e Santa Maria da Vitória. A remuneração varia de R$ 4.029,90 a R$ 5.967,04, incluindo auxílio-alimentação. As inscrições custam R$ 120 para nível médio e R$ 150 para os cargos de nível superior.
As provas serão aplicadas no dia 18 de maio em Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Itabuna, Salvador, Porto Seguro e Teixeira de Freitas, no turno da manhã para os cargos de nível médio e no duro da tarde para os de nível superior. A duração será de 4 horas. Acesse aqui o edital para as duas universidades.
Depois de operar por quase 46 anos na travessia Salvador-Itaparica, o ferryboat Juracy Magalhães Júnior foi afundado de forma controlada, na sexta-feira (21), para a criação de um recife artificial marinho no Rio Vermelho, em Salvador. A iniciativa da Secretaria do Turismo do Estado (Setur-BA) foca em oportunidades para o turismo náutico e de mergulho na capital baiana. A ação contou com a parceria do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e da Marinha do Brasil.
Segundo o secretário estadual de Turismo, Maurício Bacelar, nove embarcações, ao menos, já foram naufragadas nas proximidades da costa de Salvador e na Baía de Todos-os-Santos. No turismo de mergulho, reforça, é possível conhecer a história da cidade por meio do contexto de naufrágio de cada embarcação.
“Nós temos naufrágios registrados por acidentes, pelas guerras da Independência da Bahia, do século XIX, mas queremos transformar Salvador no maior parque de turismo de mergulho do mundo urbano. As nossas embarcações estão muito perto do litoral, o que possibilita que mergulhadores amadores possam, em pouco tempo, sendo treinados, ter essa experiência”, conta sobre o impacto no turismo para a capital.
A embarcação tem quase 800 toneladas e 71 metros de comprimento. A estrutura foi afundada a quatro quilômetros da costa e a 30 metros de profundidade na região do Largo da Mariquita.
À frente de uma empresa de mergulho, Tania Corrêa conta como a experiência com o ferryboat Agenor Gordilho, primeiro afundado de forma planejada pelo Estado, em 2020, tem repercutido no turismo náutico.
“Um recife artificial é um aglutinador, uma casa para os animais marinhos. Então, o Agenor Gordilho, mesmo, está todo coberto de corais hoje. No mergulho encontramos alguns animais que são ameaçados de extinção. Você dá um upgrade no turismo local. Mergulhadores de todo o mundo vêm mergulhar em naufrágios que só existem aqui”, enfatizou a empresária, que também é instrutora de mergulho há 25 anos.
Segundo a Setur-BA, os segmentos náutico e de mergulho têm se consolidado no turismo. Desde a última ação, ocorreu aumento de cerca de 435% na procura por atividades de mergulho, em comparação com a temporada anterior à pandemia.
CUIDADO AMBIENTAL
A estrutura naufragada servirá como habitat para diversas espécies marinhas e favorecerá estudos científicos, que estão sendo realizados pelo governo baiano desde os primeiros afundamentos controlados do ferry Agenor Gordilho e de um navio de reboque, realizados em novembro de 2020.
Marcelo Peres, biólogo do Inema, explica que, após a operação, em apenas um ano o ferry será tomado por corais e espécies marinhas de todo tipo. “Fizemos os estudos prévios de sedimentos, de biodiversidade do local, onde poderia ocorrer o afundamento e, posteriormente, fizemos quatro vistorias para que não haja nenhum tipo de resíduo que possa trazer algum impacto negativo para o meio ambiente. Então, foram quatro inspeções, a gente avaliou também a presença de espécies invasoras e nossa expectativa é bem positiva para a biodiversidade e para o turismo do Estado”, dividiu.
O ferry Juracy Magalhães Jr. começou a operar em 5 de dezembro de 1972, na travessia Salvador-Itaparica, até ser retirado de circulação em 16 de novembro de 2018.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), publicou, no Diário Oficial da União (Dou), a Portaria nº 1.257, que institui o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Vassoura-de-Bruxa da Mandioca (PVBM). Causada pelo fungo Ceratobasidium theobromae (Rhizoctonia theobromae), a doença está relacionada na lista oficial de pragas quarentenárias presentes para o Brasil.
Atualmente a praga ocorre em seis municípios da região norte do estado do Amapá. Em janeiro, o Mapa já havia declarado estado de emergência fitossanitária relativo ao risco de disseminação para outras áreas produtivas.
Com a publicação, o Mapa busca fortalecer a cadeia produtiva da mandioca, estabelecendo os critérios e procedimentos para a prevenção e o controle da praga. As ações serão realizadas junto aos órgãos Estaduais ou Distrital de Defesa Sanitária Vegetal para cumprimento do PVBM. O sul da Bahia é um dos principais produtores de mandioca do país.
De acordo com a norma, fica proibido o trânsito de plantas e partes de plantas de espécies hospedeiras da praga oriundas de municípios com ocorrência da doença. O Mapa ressalta ainda que a “vassoura-de-bruxa” da mandioca não tem qualquer relação com a vassoura de bruxa do cacaueiro. O fungo também não representa qualquer risco à saúde humana, apesar de ser altamente destrutivo para as lavouras de mandioca.
RHIZOCTONIA THEOBROMAE (CERATOBASIDIUM THEOBROMAE)
A doença, que é conhecida na literatura como vassoura-de-bruxa da mandioca, foi detectada pela Embrapa Amapá nos plantios de mandioca das terras indígenas de Oiapoque, em 2024.
Os sintomas da doença caracterizam-se por ramos secos e deformados, nanismo e proliferação de brotos fracos e finos nos caules. Com a evolução da doença, é comum a ocorrência de clorose, murcha e seca das folhas, morte apical e morte descendente das plantas.
Já a dispersão pode ocorrer por meio de material vegetal infectado, ferramentas de poda, além de possível movimentação de solo e água. A movimentação de plantas e produtos agrícolas entre regiões também pode facilitar a dispersão do patógeno, aumentando o risco de infecção em novas áreas.
Uma colisão frontal entre um carro de passeio e uma carreta, que estava carregada de eucalipto, deixou três pessoas mortas e uma ferida. O acidente ocorreu na sexta-feira (21), na BR-418, em Nova Viçosa, no extremo-sul da Bahia. Os mortos estavam no carro de passeio, uma caminhonete Nissan Frontier. Um segundo adolescente que estava com eles foi socorrido para um hospital de Mucuri.
As vítimas do acidente, todas da mesma família, saíram de Juiz de Fora, em Minas Gerais, com destino ao município de Prado, no extremo-sul da Bahia, onde passariam alguns dias. Os mortos foram identificados como Rosimery Nicolichi, de 47 anos, Marcio Tairoviche Iancoviche, 51 anos e David Yanko Tairoviche Nicolichi, 16.
As primeiras informações, conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), são de que o motorista do carro de passeio teria perdido o controle do veículo e colidido com a carreta. A pista estava molhada, o que pode ter contribuído para que o motorista perdesse o controle da direção do carro.
Os corpos das vítimas foram levados para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Teixeira de Freitas. Já o adolescente sobrevivente passa bem. Júlio Ferreira da Silva, motorista da carreta não sofreu ferimentos.
A catadora de materiais recicláveis e diretora da Associação de Agentes Ambientais e Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis de Itabuna (ACRRI), Daniele dos Santos Pereira está escrevendo uma nova página em sua vida. Aos 27 anos, mãe de dois filhos, a jovem realiza o sonho de cursar o ensino superior.
Desde criança que Daniele aprendeu a lidar com as dificuldades. Para garantir o sustento da família, a jovem começava na “labuta” logo cedo no antigo lixão de Itabuna, fechado há quatro anos pela Prefeitura. A rotina não mudou tanto assim. Mas as condições de trabalho estão um pouco melhores. E desafios para pagar as despesas diárias são parecidas.
Ao contrário de muitos jovens que têm tempo para estudar e não aproveitam, Daniele dos Santos soube desde cedo que o caminho para a transformação social é a educação, o conhecimento. “Sempre acreditei que a educação era a chave para mudar a minha realidade”, afirma com emoção.
Para ela, “cada dia de trabalho serviu de aprendizado sobre resiliência, solidariedade e a importância de lutar pelos meus direitos e de todos os catadores, que precisam lutar para ter uma vida digna e ganhar visibilidade”, acrescenta.
VENCER PRECONCEITOS
A trajetória que levou Daniele até aqui não foi nada fácil. Entre momentos de preconceito e a luta constante pela sobrevivência, precisou batalhar para que seus esforços fossem reconhecidos. Hoje, ao atravessar os portões da instituição de ensino superior, ela carrega consigo o orgulho de suas origens e a determinação de construir um futuro melhor para si e para sua comunidade.
Na faculdade, Daniele dos Santos vai cursar Administração, com o objetivo de, futuramente, contribuir para a gestão da AACRRI e incentivar a inclusão social de pessoas em situação de vulnerabilidade. “Quero mostrar que, independentemente de onde viemos, o conhecimento transforma vidas e abre portas para novas oportunidades,” destaca.
A EDUCAÇÃO QUE TRANSFORMA VIDAS
O secretário municipal da Educação e coordenador do Projeto Recicla Itabuna, Rosivaldo Pinheiro, destaca que “é gratificante compartilhar esse momento especial. Daniele inicia um novo ciclo de mudanças e novas conquistas com a chegada à faculdade. Vimos esse projeto nascer com o final do lixão e a implantação da Central de Triagem com o aval do prefeito Augusto Castro (PSD) que cuida do meio ambiente e transforma a vida das pessoas”.
A assistente social da Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA), em Itabuna, Andrea Reis, ressalta que “a Educação pode ser um poderoso instrumento de mudança, pois a história de Daniele é um exemplo de que a determinação e a esperança podem florescer mesmo nos ambientes mais adversos, transformando a realidade de quem se recusa a desistir”.
A Central de Triagem e Reciclagem, no bairro Lomanto, que conta com cerca de 60 famílias associadas à AACRRI, foi implantada pela Prefeitura de Itabuna, com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE), CVR Costa do Cacau e Defensoria Pública do Estado – Projeto Mãos que Reciclam, coordenado pela defensora Aline Muller, O Boticário e Grupo Velanes.