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Início da tarde de sexta-feira, a polícia federal aciona três viaturas para investigar supostas três mortes de índios tupinambás na região entre Una, Buerarema e São José da Vitória, no sul da Bahia. As mortes não foram confirmadas, mas agentes da PF encontraram um cenário de tensão e destruição na Fazenda Boa Sorte, uma das cinco invadidas por tupinambás na última quarta-feira, 16 (confira aqui).

A tensão atingiu níveis mais elevados nos últimos dias porque os descendentes de indígenas, além de confrontos com produtores e donos de terras numa região de mais de 47 mil hectares que envolve quatro municípios, agora brigam entre si. Os caciques Babau e Moisés disputam quem invade mais propriedades e, consequentemente, toma mais terras.

A disputa, que começou na última quarta, resultou em derrota aparente para o grupo do cacique Moisés. Babau, cujo nome é Rosivaldo Ferreira, é a principal liderança dos descendentes de tupinambás. Moisés foi quem acionou a Polícia Federal, ontem. Ele é acusado pelo grupo de Babau de ter se aliado a traficantes de drogas para tomar as fazendas, na última quarta. E se voltar à região, afirmam seguidores de Babau, será escorraçado.

Está mais do que na hora das autoridades estaduais e federais voltar suas atenções para a região em litígio. São 47.376 hectares onde, além dos descendentes tupinambás, existe uma legião de produtores, trabalhadores, empreendedores da área de turismo. Uma morte misterioso ocorreu no início de junho e até agora não foram divulgadas as circunstâncias do que parece ser um possível assassinato. O homem era trabalhador rural de uma fazenda invadida pelos indígenas.

A tensão foi ainda mais agravada após a divulgação de relatório da Fundação Nacional do Índio (Funai), publicado no Diário Oficial da União em 20 de abril, que reconhece a região que compreende os municípios de Ilhéus, Una, São José da Vitória e Buerarema como sendo, originariamente, de propriedade dos descendentes tupinambás. Ou há posicionamento dos governos federal e estadual ou se caminha para derramamento de sangue na área dos mais de 47 mil hectares.

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