O clima esquentou na quarta reunião do Pacto Contra a Violência em Itabuna. O chefe de gabinete do prefeito Capitão Azevedo, Ivan Montenegro, foi ao ataque na abertura do encontro encerrado há pouco, na sala das comissões da Câmara de Vereadores.
– Uma das pessoas que deu entrevista comentando da ausência de secretários não está aqui. Ele [o promotor] se mostrou desacreditado quanto a este projeto, mas nós vamos até o fim – resmungou Ivan Montenegro.
Ele atirava contra o promotor público Clodoaldo Anunciação, que deu entrevista ao Pimenta e criticou secretários municipais por terem abandonado o Pacto (confira em post abaixo).
Clodoaldo chegou um pouco depois do início da reunião. Sem saber do ataque desferido pelo chefe de gabinete do prefeito, o promotor de Justiça não se calou e voltou à carga contra os secretários ausentes ao Pacto (Antônio Vieira, da Saúde; Carlos Burgos, da Fazenda; Fernando Vita, do Desenvolvimento Urbano; e Gilson Nascimento, da Administração).
MARQUISE NA MIRA
O promotor citou várias ações deficitárias no município – de ruas mal-iluminadas às esburacadas que impedem passagem de viaturas da polícia ou caminhão do lixo – e bateu firme na Marquise, empresa responsável pela coleta de lixo e varrição de ruas em Itabuna:
– Cadê a Marquise, está aqui? A Marquise tem um contrato alto [R$ 1,5 milhão] com o município e não está aqui. Cadê a Marquise? O cidadão é afetado pela falta de ações do município.
À ausência dos secretários e o envio de representantes para algumas pastas, Clodoaldo deu o próprio exemplo sobre como tratar a questão: “Eu sou chefe do meu posto [no MP], mas estou aqui. Não enviei estagiário ou concursado”. E completou: “eu estou preocupado com a cidade”.
O representante do Ministério Público disse que, na promotoria, existem mais de 200 representações de pessoas sem atendimento médico ou exames complexos. A falta de atendimento, assinalou, é fator gerador de violência. “Cadê o secretário de saúde?”.
PUXÃO DE ORELHA NO PREFEITO
A sessão cobrança não terminou por aí: “Cadê o prefeito, está aqui? O prefeito é militar, tem certa habilidade com a segurança. Cadê?”. O promotor criticou a falta de ações para o combate à dengue, que ameaça eclodir. Novamente.
Segundo ele, a prefeitura não atentou a este fato e demitiu 65 garis, comprometendo as ações de combate ao mosquito transmissor da doença. O promotor observou a falta de compromisso dos secretários ausentes.
– Cadê o secretário da Fazenda [Carlos Burgos]? Cadê o secretário de Administração [Gilson Nascimento]? Eles não se comprometeram publicamente para dar respaldo ao que é decidido aqui.
A reunião vai render…