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Deu na Istoé

Com as pesquisas de opinião na ponta da língua, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), acredita que pode ser reeleito no primeiro turno. “Repare, essa é a fotografia de hoje”, disse à ISTOÉ, mas ressalvando que é cedo para cantar vitória.

Segundo levantamento do Instituto Campus, Wagner tem 48,8% das intenções de voto, contra 22% do ex-governador Paulo Souto (DEM) e 10,5% do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). “Há que aguardar o programa eleitoral em agosto, mas, se não houver um fato novo, a tendência atual deve ser mantida”, prevê Wagner. Estaria pesando a seu favor a geração de 201 mil empregos desde 2007.

— Afinal, quando foi feita esta pesquisa, governador?

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Dilma passa à frente de Serra, segundo Vox Populi.

Dois meses depois do esperado, a ex-ministra Dilma Rousseff (PT) passou à frente do ex-governador paulista José Serra (PSDB) na série de levatamentos do Instituto Vox Populi. A pesquisa ouviu dois mil eleitores em 117 cidades brasileiras, de 8 a 13 de maio, e foi encomendada pela Rede Bandeirantes.

De acordo com este levantamento, Dilma Roussef está com 38% (era 31% em abril) e Serra com 35% (34%. Ela está à frente, mas em situação de empate técnico. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais. Marina Silva, do PV, pontua com 8%.

Em um eventual segundo turno, Dilma teria 40% contra 38% de Serra.

Quando apurado o voto espontâneo, quando o eleitor diz em quem vai votar sem que lhe apresentem uma lista de candidatos, Dilma vai a 19% e Serra alcança 15%. Em janeiro, ambos tinham percentuais idênticos: 9%.

O Vox Populi traz números preocupantes para Serra na região Sudeste, onde estão concentrado o maior percentual de eleitores do país. Lá, a situação é de empate técnico entre os dois principais candidatos.  Dilma alcança 44% no Nordeste e 41% no Norte. Serra lidera no Sul, com 44%.

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ALFABETIZADO QUE NÃO LÊ, ANALFABETO É

Ousarme Citoaian
Há algum tempo, em Itabuna, uma professora de alfabetização infantil, na solenidade de “licenciatura” de seus alunos, recomendou aos mesmos que lessem. “A gente se alfabetiza para ler, pois, se não fosse assim, não valeria a pena o meu esforço, nem dos pais de vocês, nem de vocês”. O discurso me emocionou. Se não o aplaudi de pé, solitário, solidário e esperançoso, foi com receio de ser internado com urgência em nosocômio psiquiátrico credenciado pelo SUS. Está certíssima a professora: se não leio, para quê me alfabetizei? A alfabetização é irmã siamesa da leitura e prima carnal da escrita.

A MENOR DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS

Tenho dificuldade para explicar o assunto. Mas imagino que o alfabetizado que não lê é como aquele indivíduo que cursa a faculdade, licencia-se, por exemplo, em Direito e, depois, monta uma loja de calçados. Com todo respeito, para ter êxito com uma empresa comercial necessita-se de alguma técnica (que pode ser apreendida na prática da observação) e talento para os negócios. Então, ir à escola para ser comerciante é dissipar inteligência, perder tempo importante a estudar o que não interessa, usar a linha curva para ir de um ponto a outro, quando a reta é a menor distância.

CAMINHO PARA A TRANSFORMAÇÃO

A propósito de professores, aproveito para registrar dois textinhos, com sugestão de que pensemos a respeito deles: “Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Falou e disse o educador brasileiro Paulo Freire (foto); “O professor medíocre conta; o bom professor explica; o professor superior demonstra; o grande professor inspira”, sentenciou Arthur Ward, administrador americano.

HOJE É DIA DO PROFESSOR

Conservadora e preconceituosa (isto está comprovado em vários estudos), a sociedade brasileira tem ojeriza ao novo. Certos setores sofrem ataques agudos de urticária tão logo entram em contato com alguma coisa fora da mesmice. Isto é perceptível também quanto ao conhecimento. Todos nós já ouvimos a expressão calhorda “quem sabe faz; quem não sabe, ensina”. Uma grosseria contra o professor. Se é possível graduar as profissões, esta fica ao lado ou à frente do que há de mais importante. Vá o comentário por conta do Dia do Professor. É 15 de outubro? E daí? Façamos de conta que é hoje também.

COISAS DE MARSHAL MCLUHAN

Ligo a tevê e, num lance de má sorte, dou de cara com um ilustre especialista em nutrição, explicando as excelências da vitamina Ê. Assim mesmo: vitamina Ê. “A vitamina Ê faz, a vitamina Ê acontece”, e por aí segue. As vitaminas são identificadas por letras (A, B, C, D, E e K, com ligeiras variações) – e não existe em língua portuguesa a letra Ê. Interligada pela tecnologia – veja conceito de aldeia global de McLuhan (foto) –, a sociedade brasileira parece condenada a repetir bobagens linguísticas que, dicionarizadas mais tarde, adquirem status de consagração. Mas continuam sendo o que são: bobagens.

DIFERENÇA ENTRE LETRA E FONEMA

Dizem os conhecedores da língua (aqueles que não têm disposição para “consagrar” babaquices) que esse Ê não é letra, mas fonema. A quinta letra do nosso alfabeto (também segunda vogal) chama-se E (com som aberto). Não se trata de implicância nem de regionalismo nordestino, mas da pronúncia correta. Vale para qualquer canto do Brasil. Quem fala Ê é paulista mal informado ou quem repete a televisão, como se ela fosse, mal comparando, a Bíblia. Assim, vamos chamar IBGÊ e não IBGÉ, sendo que aquele famoso colégio de Ilhéus (o I.M.E., na foto de Mendonça), baianamente dito IMÊÉ, passa a se chamar IMÊÊ. Lá ele!

PRECONCEITO ATINGE NOMES DE  MULHER

Marcos de Castro, aqui várias vezes referido, nos chama a atenção para o imenso preconceito que a gramática alimenta contra as mulheres. E destaca a questão dos nomes próprios, que me passara despercebida: “Boa parte deles nasce de nomes masculinos e só se tornam nomes de mulher quando recebem desinência feminina”. O jornalista e filólogo aponta uma exceção, aliás nome muito bonito, de sonoridade cristalina e origem “nobilíssima”: Mariana. Trata-se da justaposição de Maria e Ana (Nossa Senhora e sua mãe). De Mariana nasceu Mariano, uma formação rara.

EM CASA DE JOÃO, MULHER ERA JOÃOZINHO

Entre os romanos, as mulheres eram tão sem importância (tanto em casa quanto na sociedade) que muitos dos seus nomes eram somente diminutivos dos nomes masculinos. Agripina (de Agripa) e Messalina (de Messala) são os exemplos citados por mestre João Ribeiro. É algo que soa hoje tão ridículo quanto se a um homem chamado João correspondesse uma mulher batizada como Joãozinho. Ao acaso, alguns nomes que nasceram do masculino: Manuela, Getúlia, Paula, Lúcia, Júlia, Maura, Antônia, Célia, Fernanda, Márcia e Patrícia.

PATRÍCIA AMORIM É PRESIDENTA DO FLA

Patrícios eram os nobres romanos, a elite à qual se conferia alta dignidade, em determinado período. Mais tarde, o substantivo comum transformou-se em próprio, e de Patrício veio Patrícia (que nada tem a ver com as atuais patricinhas). Por falar nisso, Marcos de Castro sugere que a nadadora Patrícia Amorim reaja às tentativas de chamá-la de presidente, dizendo aos repórteres: “Por favor, sou mulher e mãe, e tenho o direito de ser tratada por uma forma feminina. Sou presidenta do Flamengo, não sou presidente”. Dá neles, Patrícia!

DA ARTE DE ESCREVER BEM

O pesquisador Jorge de Souza Araujo me espanta a cada página. Num dos seus livros mais recentes, Graciliano Ramos e o desgosto de ser criatura, vejo que Quebrangulo, onde nasceu o Velho Graça, significa “matador de porcos”, em quimbundo. Jorge aponta forte semelhança entre o autor de Vidas secas e o escritor e ativista italiano Antonio Gramsci (foto): os dois foram criticados pelos seus partidos comunistas (PCB e PCI) por “falta de vigor revolucionário”, estiveram presos, adoeceram na cadeia e voltaram à liberdade no mesmo ano (1937). Gramsci, vítima do fascismo de Mussolini; Graciliano, do de Getúlio. O brasileiro escreveu Memórias do cárcere; o italiano, Cartas do cárcere.

GRACILIANO RAMOS EPIGRAMISTA

Graciliano Ramos, o que surpreende quem lê sua prosa descarnada, fez incursões na poesia.  Ele disse que compunha sonetos “para adquirir ritmo”, sem nunca ter pretendido ser poeta. “Aprendi isso para chegar à prosa, que sempre achei muito difícil”, afirmou. E o estoque de inusitados nesse Graciliano Ramos de Jorge Araujo (ganhador do Concurso Nacional de Literatura da Academia Alagoana de Letras) ainda guardava um inesperado Velho Graça epigramista: “De sífilis terciária, um dia, enfim, morreu/Este de alcoice imundo ignóbil filho espúrio/E a terra que o comeu/Entrou logo a tomar injeções de mercúrio”, escreveu ele contra desafeto anônimo.

ROBERTO DAMATTA E AS BALAS PERDIDAS

Sou um raro brasileiro que nunca viu (nem pretende ver) Tropa de elite. Também não quero ler Elite da tropa. Fico com a opinião de Roberto DaMatta, quando diz que “o cinema brasileiro é uma deprimente, com as exceções de praxe: só mostra pobreza, miséria, sofrimento, prostituição e bandidagem”. Prefiro o faroeste, a violência lá longe, antiga e vingada. Para ver polícia e bandido trocando tiros, basta estar na rua de uma grande cidade. Bom pra quem gosta de emoções fortes. No faroeste há justiça; no dia-a-dia das balas perdidas, não (e quando digo faroeste, me refiro aos americanos). A ficção não supera a realidade.

ITALIANO EM TEMPO DE TELENOVELA

 Faroeste italiano é como acarajé feito por baiana branca, se vocês me entendem. Já se vê, sou seletivo: Sergio Leone, o grande nome do spaghetti western, não entra em minha lista. Seu Era uma vez no Oeste, por exemplo, não me agrada, porque tem timing de telenovela (e eu detesto telenovela). Se a crítica adora Era uma vez, azar da crítica. Vamos fazer uma lista de dez ou vinte? Eu dou a saída com Matar ou morrer (Fred Zinnemann), Onde começa o inferno (Howard Hawkins), Os Brutos também amam (George Stevens), O homem que matou o facínora (John Ford), El Dorado (refilmagem de Onde começa) e Paixão de fortes (Ford).
</span><strong><span style=”color: #ffffff;”> </span></strong></div> <h3 style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>E FRED JORGE CRIOU CELLY CAMPELLO!</span></h3> <div style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>No auge do sucesso, em 1965, a música teve uma versão no Brasil, gravada por Agnaldo Timóteo. Como costuma ocorrer com as

ESTRANHA FORMA DE DIZER “I LOVE YOU”

Filmes de caubói (como se dizia antigamente), às vezes, têm referências surpreendentes. Em Onde começa o inferno, Angie Dickson ameaça vestir uma roupa que deixa as pernas à mostra e ouve do desajeitado xerife John Wayne: “Se você usar isso em público, eu vou prendê-la”. E ela, chorando de felicidade: “Até que enfim! Pensei que você nunca ia dizer que me ama”. Ele, espantado: “Eu disse que ia prendê-la. Ela: “É a mesma coisa”. Em Paixão de fortes, Henri Fonda, caído por Cathy Downs, busca ajuda no velho Farrell Mac Donald: “Você já esteve apaixonado?”. Resposta: “Não. Sempre fui barman”. Filme americano com humor inglês…

O HOMEM, O RIFLE E O CAVALO

Outro recurso recorrente no cauboi é a música. High noon (Matar ou morrer), My Darling Clementine (Paixão de fortes) são bons exemplos. Em Onde começa o inferno, há um intervalo na tensão de quatro homens à espera de uma quadrilha inteira, quando Dean Martin e Rick Nelson cantam um tema country (My rifle, my pony and me), com a ajuda do “doidinho” Walter Brennan, tendo John Wayne como plateia. É a síntese do gênero: o vaqueiro, a arma, o cavalo e a mulher amada. Confira em vídeo:
 
 

(O.C.)
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Há pouco, no início desta noite de sábado, um policial militar, a serviço na sede da 1ª Companhia da PM, no bairro da Conceição, coibia o tráfego de bicicletas pela ponte Góes Calmon (a chamada Ponte Velha). De fato, alguns ciclistas teimam em desrespeitar a proibição de circular por aquela via, ignorando inclusive as placas ali existentes.

Até aí, o policial não cumpria mais do que o seu legítimo dever. O incompreensível na história é que o PM não se conformava em parar e advertir os ciclistas. Ele gritava, esbravejava e humilhava as pessoas sem a menor necessidade.

Um homem, que levava  recipientes de água mineral em sua bicicleta, foi parado, levou uns bons gritos e teve a bicicleta apreendida. Seguiu a pé com os dois garrafões  que transportava. Voltou minutos depois, em companhia de uma mulher, para tentar conversar com o valentão e recebeu mais uma dose de gritos.

Infelizmente, tem gente que confunde autoridade com autoritarismo e extrapola. É o caso desse nervosinho.

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Segundo a empresa responsável pela coleta de resíduos sólidos em Itabuna, uma das maiores dificuldades para a realização desse serviço é o hábito de muitos moradores de deixar o lixo na via pública fora do horário, além de mal-acondicionado.

Pois vejam o exemplo da própria Câmara de Vereadores. Nesta sexta-feira  (14), havia pilhas de caixas, cadernos, livros e papeis soltos, tudo esparramado em um ponto da área externa do prédio.

O flagrante é do fotógrafo Waldir Gomes, que identificou até obras da literatura no meio do “lixo” da Câmara.

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Obra prossegue na Cinquentenário

Em mensagem enviada ao Pimenta, o empresário Fernando Florêncio levanta dúvida sobre o teste ao qual a Prefeitura de Itabuna diz ter submetido as pedras que vão compor os novos passeios da avenida do Cinquentenário.

A avaliação, feita na Uesc, teria aferido somente a resistência à pressão, mas o teste mais importante é o que mede a capacidade do piso de suportar a chamada abrasão. Em outras palavras, isso significa o atrito produzido pelo pisoteio no revestimento.

Observa o empresário, que atua no setor de pisos, que os dois únicos laboratórios habilitados a realizar o teste de abrasão situam-se em São Paulo. São eles o Laboratório Falcon Bauer e a Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica).

Florêncio afirma ainda que o material produzido à base de cimento tem baixa resistência à abrasão e, portanto, não é recomendado para a utilização em pisos.

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Daqui a pouco, às 22h, no Cogumelo´s Bar, na Sapetinga (Ilhéus), a banda OQuadro lançará o projeto Coletivo Macaco Santo. A proposta é apresentar ao público “o melhor da black music nacional e internacional. A galera promete uma mescla de sons que vai de James Brown aos ritmos jamaicanos, sem esquecer do hip-hop. A promessa é não deixar ninguém parado.

A festa terá entre as atrações a banda de indie rock Meu Amor e Uns Centavos, de Itabuna, e grafitagem com o artista plástico Quinho. O ingresso custa apenas R$ 5,00 e a informações podem ser obtidas pelo telefone (73) 9191-2221.

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Bruno Barros Barboas, de 23 anos, morreu neste sábado (15) no Hospital Calixto Midlej Filho. Ele estava internado desde a noite de terça-feira (11), após ter sido baleado quando fazia sexo dentro de um carro, nas proximidades do Grapiúna Tênis Clube.

Informações do site Radar Notícias dão conta de que Bruno estava em companhia de uma garota de programa de 16 anos e teria sido abordado por um assaltante. Ao reagir, levou dois tiros, que lhe atingiram na cintura e em uma das pernas.

O corpo do rapaz foi trasladado para Salvador, sua cidade de origem.

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O fornecimento de energia elétrica à Casa dos Artistas, em Ilhéus, foi religado nesta sexta-feira (14), como informa o diretor do espaço, Romualdo Lisboa. Segundo ele, a medida foi determinada pelo gestor regional da Coelba, Carlos Moraes, atendendo a “súplicas da sociedade ilheense”.

O Pimenta noticiou na quinta-feira (13) o corte da energia da Casa dos Artistas, que foi motivado por um débito atrasado de R$ 1,5 mil. O espaço cultural, que recebe subsídio da Secretaria Estadual da Educação, espera agora reativar um convênio com a Prefeitura.

Com a normalização do fornecimento de energia, a Casa retorna com os espetáculos noturnos de teatro, violão, cordel, oficinas e a sessão semanal do Cineclube Équio Reis.

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Leandro Afonso | www.ohomemsemnome.blogspot.com

Robin Hood (idem – EUA/ Inglaterra, 2010), de Ridley Scott (Gladiador, Thelma e Louise), é ruim de doer, e se torna pior ainda quando aliado à expectativa criada pelo fato de ele abrir Cannes este ano – ainda que não seja ruim apenas pela relativização. Diretor de filme bom atrás de filme bom no começo da carreira, de Os Duelistas (1977) a Blade Runner (1982) passando por Alien (1979), Ridley Scott é, provavelmente com sobras, o melhor exemplo do extremo oposto de um bom vinho. Com a diferença de que um vinho cada vez pior, por mais que dê ressaca, pelo menos pode te deixar alto e divertido.

Na sua primeira hora, Robin Hood não é um filme de ação nem de aventura; é uma mistura de drama familiar com pinceladas épicas. Funciona em parte pelo caráter um pouco (com ênfase no pouco) diferenciado dentro da família blockbuster que pela construção em si, embora exista ali um certo mérito. Mas se a primeira parte é mediana, ou até comparativamente boa, a segunda é um desastre.

O uso de clichês – que a princípio pode nem ser um problema – é o que o filme tem de menos pior. São inúmeras e pouco inspiradas cenas de ação que, como se a dormência causada por elas não fosse suficiente, nos remetem a outros blockbusters melhores, de Piratas do Caribe (2003) e Tróia (2004) a Batman Begins (2005), com o qual se assemelha, inclusive, por tratar de uma faceta pouco explorada e anterior à “lenda”. Mas o que talvez melhor represente o filme seja um grito de Russell Crowe, tão constrangedor que não pode ser visto sem elevada dose de vergonha: como, salvo um ou outra exceção com boa vontade, o Ridley Scott dos últimos 20 anos.

Visto, em cabine de imprensa, no Multiplex Iguatemi – maio de 2010.

Robin Hood (idem – EUA/ Inglaterra, 2010)
Direção: Ridley Scott
Elenco: Russell Crowe, Cate Blanchett, Max Von Sydow, William Hurt
Duração: 140 minutos
Projeção: 2.35:1

8mm

Tradução não ajuda

Vidas que se Cruzam, cretina tradução para The Burning Plain (EUA/ Argentina, 2008), estreia na direção de Guillermo Arriaga (roteirista de 21 Gramas, Babel, Amores Brutos), leva à inevitável crítica pronta. “Lá vem o mágico de um truque só” ou “ele viu e reviu muito Robert Altman” são algumas das declarações feitas baseadas no título e no passado de Arriaga. Só que, até o final, as sensações são outras.

Diferente do que acontece com os filmes que roteirizou, Arriaga parece tentar investir antes na construção dos personagens que no malabarismo narrativo (ainda que algo seja “revelado” no decorrer) – e isso é ótimo. O porém é que o filme soa melhor justamente como folhetim, no momento da escolha de cortes e pausas entre flashbacks e flashfowards, que como filme de ou para os atores.

Salvo raras exceções, as cenas que demonstram as personalidades e partes dos porquês das duas serem o que são hoje parecem ter mais duração que complexidade. A construção do relacionamento entre Mariana e Santiago, por exemplo, só não é pior porque Jennifer Laurence carrega uma expressão absurda.

Mas se o acaso, em toda a projeção, não é mais obsessivo, Arriaga se perde no final, em uma sequência de cortes que o que tem de presunçosa e potencialmente bela, tem também de inócua.

Arriaga dá, à sua protagonista (sem detalhes maiores), a visão onisciente de tudo que passou e com quem passou por ela, mesmo que de leve, para chegar à sua conclusão. Soa como alguém que, por mais que tenha dado sinais de que poderia ir além de sua obsessão, ela aparece mais forte que seu talento. Uma pena.

Filmes da semana

1. Vidas que se Cruzam (2008), de Guillermo Arriaga (Cinema do Museu) (**1/2)
2. Pura Adrenalina (1996), de Wes Anderson (DVDRip) (**1/2)
3. A Hora do Pesadelo (2010), de Samuel Bayer (Multiplex Iguatemi) (**)
4. De Punhos Cerrados (1965), de Marco Bellocchio (DVDRip) (***)
5. O Primeiro a Chegar (2008), de Jacques Dillon (sala Walter da Silveira) (***)
6. Robin Hood (2010), de Ridley Scott (Multiplex Iguatemi – Cabine de imprensa) (*1/2)
7. Alice no País das Maravilhas (2010), de Tim Burton (Cinemark – 3D) (**1/2)

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Leandro Afonso é comunicólogo, blogueiro e diretor do documentário “Do goleiro ao ponta esquerda”.

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O ex-zagueiro Emerson Nonato da Silva, o Borgel, do Itabuna Esporte Clube e Colo Colo, foi preso ontem à noite com sete papelotes de cocaína, na porta da Boate Ballo, na avenida José Soares Pinheiro.

O ex-atleta, na versão da polícia, estava vendendo a droga na porta da boate e tentou se desfazer de parte do “pó”. Borgel negou que a droga lhe pertencesse. Segundo o blog Xilindró Web, o atleta foi autuado em flagrante e passará alguns dias no Conjunto Penal de Itabuna.

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Essa Bahia não cansa de surpreender. Matéria divulgada na edição deste sábado (15) de A Tarde denuncia o estado precário da rodovia BA-148, que liga os municípios de Malhada de Pedras e Guajeru. Segundo a reportagem, nos últimos 15 anos ocorreram 92 partos em plena estrada (média de seis por ano).

Não se trata de uma predilação das mulheres daquela região baiana, mas consequência da precariedade da via, que impede os carros de rodar a mais de 20 quilômetros por hora. E o hospital mais próximo de Guajeru fica a 70 quilômetros de distância.

São tantos os nascimentos na BA-148, que ela já ganhou o apelido de “estrada-maternidade”.

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Da coluna Tempo Presente (A Tarde):

Depois de ter aparecido na novela Viver a Vida, da Globo, dando um emocionado depoimento sobre as agressões racistas que sofreu ao longo da vida e de como as superou até tornar-se (1984) a primeira juíza negra do Brasil, a baiana Luislinda Valois voltou a ser alvo de preconceito, ironicamente, justo por estar no cenário novelesco.

Participou da festa de encerramento de Viver a Vida ao lado do elenco. Ontem, o site da Rádio Banda B, de Curitiba, exibiu fotos do evento. Numa delas, a atriz Natália do Vale abraça Luislinda. Abaixo, a legenda: Natália do Vale enche de mimos a camareira.

No fim da tarde, o site tirou a matéria do ar. Mas o caso Luislinda (ontem e hoje) mostra o óbvio: em matéria de preconceito racial, o Brasil ainda tem muito a superar.