Tempo de leitura: < 1 minuto

A polícia já teria identificado e os taxistas sentem na pele: em Itabuna, uma quadrilha se especializou em roubar táxis. Nos últimos meses, cinco carros foram ‘levados’ somente na praça da estação rodoviária.

Um casal entra no táxi e solicita corrida para outra cidade, alegando ter perdido o ônibus e haver urgência em chegar ao destino. O clima é de apreensão na categoria.

Tempo de leitura: < 1 minuto

O jornal Valor traz, no caderno Fim de Semana, uma reportagem reconstituindo o período mais complicado do Governo Lula, em 2005, quando estourou o episódio do Mensalão. A certa altura, se diz que a medida da crise era o consumo de bebidas e comidas.

O comunista Aldo Rabelo sorvia generosas doses de cachaça. O hoje governador da Bahia, Jaques Wagner, enxugava tranquilamente – e sozinho – um litro de uísque, às vezes alternado por rum ou vinho, conta a reportagem. Os dois faziam parte do grupo que monitorava a crise e propunha saídas. Wagner, apesar das altas doses, mantinha “a compostura e a língua afiada”.

A reportagem também revela que a principal arapuca pra tentar pegar o presidente Lula no episódio do Mensalão foi armada pelo senador Antônio Carlos Magalhães e o deputado federal ACM Neto, que arquitetaram a tomada do depoimento quase “camicase” do publicitário Duda Mendonça.

Tempo de leitura: < 1 minuto
Azevedo: espaço pra "Marcão" (Foto arquivo 30.06.09).

E não é que a turma do ex-assessor municipal Marcos Gomes voltou a mandar na saúde… Na semana que passou, Marcão, como é chamado pelo prefeito Capitão Azevedo (DEM), conseguiu derrubar Álvaro Catarino, do cargo de coordenador administrativo do Samu 192 em Itabuna.

Marcão colocou em seu lugar (no lugar de Catarino, bem entendido!) um amicíssimo, deslocado da unidade de saúde do Pedro Jerônimo. Tá podendo!

Na gestão do ex-prefeito e pai Fernando Gomes, Marcos, aquele de nome e sobrenome, mandava e desmandava na pasta da Saúde. As suas garras voltaram a crescer. Afiadíssimas, pois.

Tempo de leitura: 2 minutos

Daniel Thame

O estudante José Denisson da Silva Neto, de 17 anos, foi assassinado brutalmente na porta do Colégio Ciso, em Itabuna, na tarde de quinta-feira, dia 20.

Denisson estava na porta da escola, quando dois homens se aproximaram em uma moto e um deles deflagrou quatro tiros que atingiram o estudante na perna direita, abdome, braço esquerdo e nas costas. O jovem, que cursava a oitava série, morreu na hora.

“Não, José Denisson não era apenas um estudante e sim um jovem envolvido com o tráfico de drogas, que morreu numa guerra pela disputa dos pontos de venda”, bradaram os simplistas, reverberando o noticiário policial, quase que com o alivio de que há um marginal a menos em circulação.

Mas não é tão simples assim.

José Denisson era apenas um estudante, jovem da periferia paupérrima de Ilhéus que se mudou para a periferia paupérrima de Itabuna.

O consumo de drogas foi o caminho natural de uma existência em meio a grandes dificuldades e nenhuma perspectiva de futuro.

(Foto Pimenta na Muqueca – 20.05.10).

Um perfil que se encaixa perfeitamente no padrão de crianças e adolescentes que são recrutados pelos traficantes.

De consumidor, ele passou a vendedor de drogas.

Um desses inúmeros soldadinhos do tráfico, que comercializam pequenas quantidades em portas de escolas e bares, ganhando um dinheirinho que mal dá pra sustentar o próprio vício.

E que de tão abundantes no, digamos, mercado, acabam se tornando absolutamente descartáveis, visto que não faltam peças de reposição.

José Denisson foi apenas mais uma peça descartada nessa engrenagem macabra, em que o tráfico encurta a vida de milhares de jovens e adolescentes.

No momento em que José Denisson deixou de ser apenas estudante para se tornar estudante e soldadinho do tráfico, selou o próprio destino.

Morreu como morrem tantos e tantos soldadinhos, tombados numa guerra que quase sempre só atinge a parte de baixo do submundo das drogas.

É lícito supor que se existissem políticas públicas de inclusão de jovens e adolescentes, José Denisson não estaria na porta do colégio, onde encontrou a morte, mas na sala de aula, onde poderia encontrar um futuro melhor.

Inúteis perorações, verborragia pura, diante de um corpo estendido no chão, diante dos colegas de escola, testemunhas de uma lição de violência cotidiana que assusta, mas que não se faz absolutamente nada para evitar.

Não foram apenas quatro tiros que mataram José José Denisson.

Foi também uma arma letal que atende pelo nome de omissão.

Daniel Thame é jornalista, blogueiro e autor do recém-lançado Vassoura.