Tempo de leitura: < 1 minuto

Bastam dez minutos de chuva e as ruas da Cidade Nova ficam assim (foto Pimenta)

O bairro ilheense da Cidade Nova amanheceu repleto de pontos alagados nesta terça-feira, 22. A situação, longe de ser excepcional, há muito tempo ocorre, bastando dez minutos de chuva forte.

Para acabar com o problema, a Prefeitura de Ilhéus iniciou uma obra de macrodrenagem no ano passado, mas os serviços seguem a passo de cágado e ainda não se sabe quando ela será concluída. O assunto chegou a ser discutido ontem na reunião semanal do prefeito Newton Lima com o seu secretariado. O prefeito pediu pressa na conclusão.

A responsabilidade foi colocada nos ombros do secretário de Obras, Marcone Queiroz.

Tempo de leitura: 3 minutos

Daniel Thame | danielthame@hotmail.com

Felizmente, o Brasil é hoje um país de instituições sólidas e a proteção ao meio ambiente não é assegurada em reuniões realizadas no breu das tocas.

De pouco proveito para a sociedade é a radicalização do debate em torno do Complexo Intermodal, como ora ocorre na ofensiva de grupos tidos como ambientalistas, numa inusitada associação com a Rede Globo. Esta, que em tantas oportunidades se associou a grupos que conspiraram contra a democracia, apoiando integralmente e se beneficiando economicamente da ditadura implantada pelos militares de 64, os mesmos que rasgaram o coração da floresta no megalômano, caro e inútil projeto da Rodovia Transmazônica, esse monumento histórico de desperdício de recursos públicos e de agressões ao meio-ambiente.

O que preocupa é que, nessa radicalização, o debate perde em objetividade e ganha em preconceitos, mistificações e desinformação. Surge um comportamento de arquibancada, de torcida organizada, com desprestígio da razão e de uma análise séria. Criticam de maneira preconceituosa e carregada de xenofobia os “investimentos do Cazaquistão”, quando sempre festejaram as investidas dos EUA, para os quais o Brasil nunca passou de mero quintal da Casa Branca. É a essa gente que interessa um clima tão impróprio ao debate amplo e transparente, que deve ser focado no interesse regional.

As muitas reuniões onde o projeto do Intermodal foi explicitado ocorreram em campo aberto, em audiências públicas com a participação franqueada a todos os interessados. Há pelo menos três anos, autoridades do Governo da Bahia e do Governo Federal, inclusive o próprio ex-presidente Lula, têm vindo à região para falar sobre o projeto. Não houve omissão de informações, muito pelo contrário.

Por outro lado, grupos que se organizam para combater o projeto – com interesses nem sempre muito claros – vêm promovendo encontros fechados, para poucos. Quase todos os participantes desses encontros são de fora da Bahia e ligados a grupos que não atentam para as demandas relacionadas ao desenvolvimento do Estado. São privilegiados que desejam a Bahia como área recreativa de luxo, não importando que esta porção do território nacional sofra de uma crônica falta de infraestrutura, o que impede o surgimento de uma economia sólida e de oportunidades de geração de emprego e renda para sua população.

Curiosamente, algumas dessas pessoas altamente privilegiadas, que hoje se aliam à Rede Globo para combater o Porto Sul, são as mesmas que se juntaram no passado para atacar a democracia, exterminar a liberdade e garantir que os interesses da minoria aquinhoada desse País continuassem intocados.

Esse grupo tem a força no potencial financeiro e tende a jogar pesado com a mídia e formadores de opinião, como os artistas globais já convocados pela Globo para sair em defesa do “meio ambiente”. E quem é contra?

Felizmente, o Brasil é hoje um país de instituições sólidas e a proteção ao meio ambiente não é assegurada em reuniões realizadas no breu das tocas. Projetos como o do Porto Sul e outros do mesmo porte são submetidos a critérios rigorosos, que procuram minimizar o impacto ambiental. Existem regras e instituições fortes, como o Ibama e o Ministério Público, que analisam, fiscalizam e têm poder para barrar o empreendimento, caso o seu benefício econômico-social seja inferior às perdas para o ecossistema.

Não fossem tais critérios, o Porto Sul já teria obtido licença ambiental e as máquinas estariam em operação. Mas nem o fato dele ser um projeto que é fruto de uma decisão de governo implica na possibilidade de queimar etapas.

Tais condições são ignoradas por esse grupo de tão variados interesses (onde o que menos conta é o interesse da população do Sul da Bahia), que conspira contra o projeto logístico em busca de favorecer investimentos ligados ao turismo de alto luxo. Essa é a intenção, mas é melhor e politicamente correto maquiá-la como defesa do meio ambiente.

Daniel Thame é jornalista.

Artigo publicado nesta terça-feira (22), no Diário Bahia