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Manuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

Hoje, quase todas as notícias veiculadas nos remetem a um único assunto: a crise de valores, a ausência de ética, a desonestidade deslavada e generalizada.

Quando eu penso em evolução e crescimento, penso em educação. Porque não consigo pensar em desenvolvimento sem pensar em cultura, em conhecimento, em evolução pessoal. Aqueles que não se desenvolvem como seres humanos pensantes e, assim, modificadores da vida, não conseguem mudar o mundo. E se nós não nos sentirmos capazes de modificar o mundo, quem irá fazê-lo?

É aí que entra uma das profissões mais antigas e mais importantes, tendo em vista que as demais, na sua maioria, dependem dela. Platão, filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental, na sua obra A República, já alertava para a importância do papel do professor na formação do cidadão. E Confúcio, pensador chinês, mestre, filósofo e teórico político, foi feliz ao escrever a frase “Se não sabes, aprende; se já sabes, ensina.”

Hoje, quase todas as notícias veiculadas nos remetem a um único assunto: a crise de valores, a ausência de ética, a desonestidade deslavada e generalizada. Dinheiro público construindo casas de praia? Motivo de riso. Caixa dois nas prefeituras? Muitas têm. Compra de voto? Sempre foi assim. Sonegação de impostos? Forma de sobrevivência. Pagamento de propina? Um a mais não vai fazer diferença. E por aí vai… Respostas simples e cínicas são dadas diariamente. E, acreditem, essa inversão de valores já chegou à educação…

Um professor universitário some da sala de aula de uma instituição pública durante ANOS e até hoje nada se fez em relação a isso? Está nos faltando indignação! Não aquela emocional, de momento, que temos ao tomar conhecimento do fato. Falta-nos manter o inconformismo o tempo que for necessário, até que as mudanças cabíveis aconteçam. Do jeito que está, o que esperar do nosso futuro?

A instituição deve ser a primeira a mostrar sua revolta, a primeira a solicitar uma mudança de postura ou algo do tipo. É preciso dar o exemplo, solucionar o caso. Uma instituição que ‘tapa o buraco’ de um professor durante quase uma década, de forma conveniente, me faz repensar a admiração que mantinha por ela.

Nunca tivemos tantas faculdades por aqui. Nunca tivemos tantos cursos preparatórios, tantas ofertas de pós-graduação, tantos profissionais devidamente capacitados. Muitos deles já estão no mercado de trabalho e nas salas de aula. Outros ainda aguardam, avidamente, por uma oportunidade. Só me resta acreditar que julgam a capacidade intelectual do FANTASMA maior que a de qualquer ser real regional. Permitam-me o termo baianês mais apropriado para o caso: “lá ele…”.

Manuela Berbert é jornalista e colunista da Contudo.

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