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Walmir Rosário

Com a “corda curta”, Geraldo Simões já não consegue “comer em todos os pastos”, como se diz na pecuária, e procura aparecer nos eventos sozinho.

Nos últimos dias Itabuna passou a ser o centro das atenções dos possíveis “prefeituráveis”. Constantemente, em eventos públicos e privados, lá estavam desfilando garbosamente políticos de todos os matizes e agremiações partidárias, com a desenvoltura de sempre, cumprimentando pessoas, distribuindo sorrisos, amabilidades nem sempre gratuitas.

Mas, enfim, é esse o comportamento do político que pretende agradar a pessoas ou grupos, além de apresentar um comportamento politicamente correto. Melhor demonstração de procedimento republicano, para usar uma palavra em moda, não existe. Circular de mesa em mesa, perguntar por pessoas, mesmo as indesejáveis, faz parte desse protocolo.

São nessas apresentações e aparecimentos públicos que o candidato ou muitos deles dão uma pista de qual o caminho pretendem seguir. Nesse périplo, também ficam conhecidos os correligionários, camaradas, companheiros ou simples coligados. Claro, eles fazem parte do séquito e buscam um lugar ao sol, ou melhor, na futura chapa. É a lei que rege a política.

Para melhor ilustrar essas mal traçadas linhas de pouco raciocínio, o comunista Davidson Magalhães “correu” Itabuna de Norte a Sul, de Leste a Oeste, visitando pessoas, instituições, dando palestras, mostrando sua competência à frente da Bahiagás. No caminho, comemorou os 89 anos do velho e renovado partidão, o PCdoB, em Itabuna, como não poderia deixar de ser.

Nada mais plausível para quem deseja vencer a eleição no próximo ano e dirigir os destinos de Itabuna. Aqui virá constantemente, para acompanhar obras e a expansão da Bahiagás, conceder entrevistas durante oferecimento de café da manhã aos profissionais de imprensa. Contudo, não deixará fora de sua agenda o encontro com os possíveis eleitores. Nada mais justo.

Quem leva uma dianteira nessa “maratona” é o atual prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo, que com o seu Projeto de governo Prefeitura Móvel não sai da periferia da cidade. Não abre mão de suas visitas às comunidades mais carentes, prometendo um “mar de leite e uma ribanceira de cuscuz” para que os eleitores renovem seu mandato.

Enquanto o Governo Federal não manda o dinheiro para transformar Itabuna na megalópole do Sul da Bahia, segue abrindo ruas, tapando buracos, sempre perto de uma máquina e homens com picaretas a cavar valas para implantar esgotos e canos de água.

Da periferia caminha para o centro, conversa com dirigentes de partidos políticos – de preferência os nanicos – para prestarem irrestrito apoio. Também namora o PMDB, cujo latifúndio mais cobiçado é um espaço generoso no horário eleitoral gratuito e muita gente ocupando cargos de relevância no governo federal. Estratégia importante para a liberação das verbas. Sem contar com o Partido Progressista (PP), com quem mantém um affair e troca juras de amor eterno. Acredito até que teremos casamento à vista.

Mas ainda tem aqueles que, como Geraldo Simões, escondem o jogo com a mesma desfaçatez com que enganam o eleitor. Após a rejeição ao nome de sua esposa, Juçara Simões, junto aos cardeais do Partido dos Trabalhadores (PT), que não “engolem” a imposição da vontade individual de Geraldo sobre os filiados do partido.

Com a “corda curta”, Geraldo Simões já não consegue “comer em todos os pastos”, como se diz na pecuária, e procura aparecer nos eventos sozinho, seguido apenas por uns dois ou três apaniguados hospedados em seu gabinete na Câmara Federal. Juçara ao seu lado nos eventos políticos: nunca mais. Por questão de estratégia, é claro.

E foi assim, no Seminário de Marketing, onde cometeu grandes besteiras, no shopping de Itabuna, na solenidade de aniversário do PCdoB, no qual agiu com indelicadeza com os anfitriões, e por aí afora. Como uma das simples lições que nos dá o marketing, “quem não anuncia não é lembrado”, o produto a ser vendido aos itabunenses é Geraldo Simões e não Juçara Feitosa.

Se o Supremo Tribunal Federal e Tribunal Superior Eleitoral deixarem, é claro, por ter um passado administrativo não muito recomendável.

Walmir Rosário é jornalista, advogado e editor do site www.ciadanoticia.com.br

 

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