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marivalguedesMarival Guedes | marivalguedes@gmail.com

Para fraudar, a Proconsult computaria os votos brancos e nulos em favor de Moreira Franco (PDS). A Rede Globo preparava o espírito da população. Havia o argumento de que eleitores de Brizola errariam os votos.

Há 11 anos morreu o ex-governador do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, Leonel Brizola (22-01-1922- 21-06-2004). Exilado pelos golpistas militares em 1964, retornou ao Brasil em 1979 e se candidatou a governador do RJ em 82.

O TRE do Rio contratou a Proconsult, empresa dirigida por ex-integrantes do Serviço Nacional de Informações-SNI, para fazer a apuração. O voto era na cédula e a contagem no mapa, mas a totalização era informatizada.

O eleitor escolhia candidatos a governador, senador, deputado federal, estadual, prefeito e vereador. Com um detalhe, os votos tinham que ser em todos os candidatos de um mesmo partido, voto vinculado.

Para fraudar, a Proconsult computaria os votos brancos e nulos em favor de Moreira Franco (PDS). A Rede Globo preparava o espírito da população. Havia o argumento de que eleitores de Brizola errariam os votos.

O PDT montou um esquema de apuração paralela. A Rádio Jornal do Brasil também. Parecia que havia duas eleições, em função da disparidade dos números anunciados pela Proconsult/ Rede Globo e JB.

No terceiro dia de apuração Miro Teixeira, que também estava na disputa, reconheceu a derrota. Procurado por um advogado do PDT, concordou em enviar telegrama cumprimentando Brizola pela vitória.

No dia 19 com o telegrama em mãos, Brizola concedeu entrevista principalmente para jornalistas estrangeiros afirmando que “só a fraude nos tira a eleição”.

A Globo recuou e solicitou entrevista com o candidato do PDT, que só aceitou falar ao vivo. Depois de muita confusão, Leonel de Moura Brizola foi proclamado governador eleito do Rio de Janeiro.

Outra fraude histórica foi na Bahia, em 1994, na disputa pelo senado. Havia duas vagas e disputavam Antônio Carlos Magalhães, Waldir Pires e Waldeck Ornellas. As pesquisas, às vésperas das eleições, davam como certas as vitórias de ACM e Waldir.

Mas os votos brancos e nulos foram computados para Ornelas, havendo urnas em que ele teve mais votos que ACM. Waldir Pires pediu recontagem, mas o TRE negou.

Além das fraudes, existe também a compra dos votos, a pressão. Numa das formas, o eleitor fingia que depositava a cédula na urna e entregava ao chefe político.

Surgiu até piada sobre esta modalidade. O peão retorna para a fazenda, entrega a cédula para o chefe. No final do dia pergunta: “coroné, eu votei em quem?”. O patrão responde com firmeza: “você sabe que o voto é secreto, rapaz”.

Marival Guedes é jornalista e escreve crônicas semanais no Pimenta.

4 respostas

  1. E porque não a 3º fraude histórica? A pesquisa do data folha legitimava a vantagem do PT sobre Aécio,era a senha que o Tribunal Superior Eleitoral queria.

    O que me leva acreditar que esta ideia macabra em legitimar a fraude é do então advogado do PT,Dias Toffoli,hora ocupando a “Justiça Eleitoral”,legitima à fraude e não abrindo mão da recontagem dos votos,como as duas fraudes histórias retratada no anunciado.

    A título de robustecer o anunciado,esta ideia de doação legal,cuja doação fruto de dinheiro roubado da Petrobras e a “justiça eleitoral” legitima a doação do produto roubado.

    O que me leva acreditar que é a mesma situação,a título de exemplo; Um assaltante de Banco ou mesmo um traficante de cocaína,cujo dinheiro produto de ação criminosa e o meliante faz doação ao PT,esta facção declara o recebimento do dinheiro fruto de ato criminoso e a “justiça eleitoral” legitima como doação legal,foi isso que o PT alegou e continua alegando.

    Tal atitude do PT não é por acaso,eu não tenho nenhuma dúvida que foi orientação do então advogado do PT, Dias Toffoli,que hora ocupa a “Justiça eleitoral” foi receber o dinheiro roubado da Petrobras e reverter em doação legal que tanto o PT estufa o peito com maior orgulho que o dinheiro é fruto de roubo mas se transformou o roubo em dinheiro limpo e o crime numa ação virtuosa,por ser declarada no “Tribunal de Justiça Eleitoral” “doação legal”.

    Dr.Leonel Brizola,em 1994,candidato a presidente do Brasil,o mesmo veio aqui na Bahia,Rio Vermelho,inaugurar o comitê do então candidato a governador da Bahia Dr.João Durval.

    Eu estava por lá e o Dr.Leonel Brizola,fez analogias ACM e Calabar,que ambos são traidores. ACM é igual a calabar,Acm traiu seus companheiros da revolução deixando para trás, e Calabar traiu os pernambucanos passando pra o lado dos holandeses,fato este em 1632 e Maurício de Nassau chegou em Olinda em 1637 em Porto Calvo.

    Fraude e traição são bem vivido pelo o nosso país,agora o Brasil vive no ápice desta duas tradições que nos envergonha como raça humana,para resumir;o próprio
    “partido dos trabalhadores” é a maior fraude e traição,o PT ocupa o centro do mundo de tudo do que é ruim,é a 3ª fraude e traição histórica do Brasil.

  2. Nunca ficou provado que Waldir Pires tivesse tido os votos para se eleger senador. Mas a maior fraude que este Brasil tem notícia é a que acontece agora, o governo está fazendo tudo que atribuiu ao adversário fazer. A mentira foi usada para enganar o povo e assim o PT consegue se reeleger. Agora carregará o peso da mentira e não poderá mais se apresentar a público sob pena de ser vaiada.

  3. -HOUVE UMA FRAUDE LOCAL, QUANDO NA ELEIÇÃO ENTRE FERNANDO GOMES E DR. RENATO COSTA.
    -DR. RENATO ESTAVA A FRENTE NA CONTAGEM DOS VOTOS, QUANDO POR VOLTA Das 21HS FOI DESLIGADO A ENERGIA DO BAIRRO SÃO JUDAS, ONDE NA AABB ESTAVA SENDO APURADOS OS VOTOS. POR CONTA DESSE INCIDENTE FRAUDULENTO, FOI SUSPENSO A CONTAGEM, RETORNANDO NO DIA SEGUINTE, SÓ QUE COMO MÁGICA, FERNANDO JÁ APARECIA A FRENTE DO DR. RENATO.
    -TENHO UM CONHECIDO QUE NA ÉPOCA FOI UM DOS ESCRUTINADORES, E VIU DIVERSAS URNAS SER ABERTAS COM VOTOS PARA FERNANDO, SÓ QUE AS CÉDULAS NÃO TINHAM ASSINATURAS DE PRESIDENTE E SECRETÁRIOS DA MESA DIRETORA.

  4. Achei bacana essa crônica, principalmente para que as pessoas conheçam ou resgatem a memória de como era o nível da política praticada.

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