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(4) Luiz ConceiçãoLuiz Conceição | jornalistaluizconceicao2@gmail.com

Não se pode estragar a diversão, o lazer e a vida de quem quer que seja e ficar impune. Principalmente com ações claramente criminosas. A impunidade é como o primeiro gole.

Noticia a mídia da capital baiana uma suposta doença misteriosa que causa dores musculares e deixa escura a urina dos cidadãos que consumirem peixes vendidos na praia de Guarajuba, litoral norte de Salvador, sem fiscalização. E contaminados com formol?!!! Quer dizer que, à porta do verão, nos deixamos surpreender com tamanha maldade de gente inescrupulosa que, para ganhar dinheiro, não se preocupa com a saúde alheia?

Cadê a Vigilância Sanitária do Estado e das prefeituras envolvidas? O que se fez para melhorá-la na fiscalização de bebidas, alimentos e no ambiente em que tais produtos são comercializados?

Muitas pessoas nesta época do ano curtem férias e outras nos visitam como turistas, advindas de outros estados e países. O criminoso episódio de Guarajuba faz lembrar outros registrados no interior do estado, com mortes e sofrimento para as famílias das vítimas.

Na década de 90 casos de consumo de pinga contaminada foram registrados na Bahia. Em 1999, pelo menos 35 pessoas morreram vitimas da venda ilegal e criminosa de cachaça contaminada com álcool metílico (metanol) em municípios do sul e sudoeste baiano – Dario Meira, Ibicui, Nova Canaã, Iguaí, Santa Cruz da Vitória, Firmino Alves, Maracás, Itagibá e Itiriçu.

Como a gente é povo sem memória, é bom que se diga que a Bahia enfrentou problema semelhante, em 1998, quando 11 pessoas morreram em Serrinha. Nove anos antes, a tragédia vitimou pessoas em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo.

É verdade, contudo, que avanços houve com a estruturação de vigilância sanitária (Visa) em alguns municípios e mesmo na Divisão de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde da Bahia (Divisa).

Mas a recorrência dessas ações criminosas na comercialização de produtos nas praias, em cabanas, lanchonetes, restaurantes, feiras livres, etc. apontam para a necessidade de maior integração e vigilância, inclusive com a participação da Polícia Judiciária, da Polícia Militar, Ministério Público e firme atuação de autoridades do Judiciário.

Chega de notícias aziagas no limiar da alta estação, cuja exposição ao sol nos alegra alma, doura a pele e nos diverte no convívio familiar, com amigos ou pessoas que nem sequer conhecemos. Não se pode estragar a diversão, o lazer e a vida de quem quer que seja e ficar impune. Principalmente com ações claramente criminosas. A impunidade é como o primeiro gole.

Luiz Conceição é jornalista.

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