FG é uma angustiante dúvida, não em relação à sua saída do DEM, já dada como favas contadas, mas com quem fica em uma eventual disputa entre Rui Costa e Otto Alencar pelo governo da Bahia.
O barco do senador Otto Alencar, autoridade-mor do PSD da Bahia, desliza com mais velocidade em decorrência de bons ventos que começam a soprar na parte posterior.
O parlamentar, que nasceu em Ruy Barbosa, cidade da Chapa Diamantina, médico ortopedista, deixa de lado as fraturas e fissuras ósseas para tratar exclusivamente de traumatismos políticos.
Otto vive o seu melhor momento na vida pública. Pilota seu avião em céu de brigadeiro, sem nuvens cinzentas que possam atrapalhar seu legítimo e democrático sonho: ser novamente governador da Bahia.
Até os que procuram prejudicar, agindo nos bastidores, na calada da noite, de maneira sorrateira, terminam ajudando, como Cícero Monteiro e Josias Gomes, homens de confiança do governador Rui Costa (PT).
Monteiro e Gomes, respectivamente o atual e o ex-secretário de Relações Institucionais, trabalharam para manter Marcelo Nilo (PSL) na presidência da Assembleia Legislativa do Estado.
O prefeito soteropolitano ACM Neto, o fiel da balança, o comandante da oposição, caminhava no sentido de liberar os deputados para que cada um votasse de acordo com sua vontade.
Para o demista Neto, era o mesmo que trocar seis por meia dúzia. Ou seja, tanto faz Marcelo Nilo, do PSL, como Ângelo Coronel, do PSD. Ambos integrantes da base aliada do governismo.
Quando o democrata percebeu que a articulação política do Palácio de Ondina estava pedindo votos para Marcelo Nilo, queimando o Coronel, tomou a decisão de apoiar o candidato do senador Otto Alencar.
Cícero Monteiro e Josias Gomes só fizeram o que não deveriam fazer. Sem dúvida, os responsáveis pelo apoio decisivo da oposição à candidatura do Coronel, o que levou Nilo a desistir de conquistar o sexto mandato.
Fica agora a obrigação de arrumar uma vaga para Marcelo Nilo na chapa majoritária da reeleição do governador Rui Costa, como candidato a vice ou a senador. Vale lembrar que já defenestraram Nilo na sucessão de 2014.
Ora, ora, até as freiras do Convento das Carmelitas sabem que existe uma preocupação com a ascensão do senador Alencar, que vai ocupando os espaços políticos de maneira inteligente e sem fazer oba-oba.