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Marco Wense
Lula sabe que pode se aliançar com os “diabinhos” da política sem ter nenhuma perda eleitoral, que seus eleitores são lulistas, independente de qualquer coisa, por mais grave que seja.
Por mais que se tente explicar a posição consolidada de Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas para o Palácio do Planalto, não se chega a uma explicação razoável.
Envolvido até o pescoço com a Justiça, já condenado em um dos processos, o ex-presidente tem 35% do eleitorado, segundo recente pesquisa do instituto Datafolha.
A cada consulta é um Deus nos acuda para os adversários do petista, que parece imune a toda essa avalanche de denúncias, algumas procedentes, outras não.
Esse um terço dos eleitores, pelo andar da carruagem, não estão dispostos a mudar de candidato. Um petista, amigo meu, disse que “nem dois bunckers”, iguaizinhos ao do Geddel, muda o seu voto”.
Não à toa que Lula não se importa com as alianças que vem fazendo, se reaproximando de figuras “honestas” como o senador Renan Calheiros (PMDB).
Lula sabe que pode se aliançar com os “diabinhos” da política sem ter nenhuma perda eleitoral, que seus eleitores são lulistas, independente de qualquer coisa, por mais grave que seja.
Não cola em Lula o ditado popular de que “quem com porcos se mistura, farelos come” ou, então, “diga com quem tu andas e eu direi quem tu és”.
Em nove Estados do Nordeste, o PT já dá como favas contadas uma aliança com o PMDB em cinco. O mesmo PMDB que defenestrou Dilma da Presidência. O PMDB do “quadrilhão”.
Pois é. Enquanto o PSDB faz de tudo para descolar do PMDB, o PT se aproxima, esquece do passado e joga o discurso do “golpe” na lata do lixo.
Marco Wense é editor do Busílis.