Com dificuldade de exercer a profissão, Antônio Madureira afirma que seus problemas começaram quando decidiu entrar com uma representação no Conselho Nacional de Justiça contra o juiz da 3ª Vara Cível, que acumulava processos com cerca de 30 anos sem sentença. “Em revide à representação, o juiz se julgou suspeito para despachar meus processos”, explica.
O advogado afirma que também enfrentou problemas na 4ª Vara, com o desaparecimento e reaparecimento de um processo de cobrança de honorários e espera de 52 dias para ter anexado um documento a seu processo. “Em função destes casos e da influência dos juízes, outros magistrados também se deram por suspeitos em processos em que atuo”, desabafou.
O resultado, segundo Antônio, é refletido no bolso. “Não consigo exercer a advocacia, que é minha única profissão, meu único sustento. Minha aposentadoria não chega a R$ 2 mil”, pontuou.
Diante dos problemas relatados, o presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-BA, Adriano Batista, ressalta a importância da mobilização da classe e destaca o desagravo como instrumento capaz de devolver ao advogado parte da dignidade que lhe foi retirada pela conduta arbitrária e pelo desconhecimento por parte do ofensor.
Também em apoio ao advogado, Fabrício Castro pede apoio da classe durante o ato. “Será o momento de reunir a advocacia e reafirmar que a OAB da Bahia é intransigente quando o assunto é prerrogativa. Não admitiremos jamais que colegas tenham suas garantias violadas e, muito menos, que sejam impedidos de advogar. Vamos à luta”, concluiu. O espaço está aberto para que os magistrados, caso queiram, se pronunciem.