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Aproveitando o contato com o secretário, questionei sobre a conclusão do Complexo Integrado de Educação de Itabuna (CIE), localizado no bairro São Caetano, e ele sinalizou que pretende concluí-lo ainda esse ano, justificando que a pandemia atrasou a finalização da obra.

Rosivaldo Pinheiro || rpmvida@yahoo.com.br

A pandemia tem mostrado as veias abertas do Brasil, fazendo emergirem as nossas deficiências e os vários brasis existentes. A carência de leitos clínicos e de UTI e a falta de diálogo entre os entes públicos são partes desse retrato e geraram consequências, sentidas em todas as esferas socioeconômicas do país.

Entrevistei no último sábado, no Ponto de Vista, pela Rádio Nacional, o secretário de Educação da Bahia, professor Jerônimo Rodrigues. Na ocasião, questionado sobre a possibilidade de liberação de tablets para os estudantes, ele, apesar de achar a iniciativa positiva, destacou que não adotaria essa política porque, antes, os alunos precisariam ter internet, ambiente de estudo e possibilidade de interação em tempo real com os professores, porque não há como fazer educação sem a presença do professor. Estes também têm carências que precisam ser superadas para atender essa demanda que surge a partir da pandemia.

É importante destacar que existe uma distância abissal entre os estudantes brasileiros: aqueles que detêm condição de renda e frequentam escola privada e a imensa maioria que está em desvantagem econômica e que frequenta a escola pública. Essa realidade está exposta na pesquisa TIC Educação 2019, divulgada em junho deste ano. Ela aponta que 39% dos estudantes de escolas públicas não têm computador ou tablet em casa. Já nas escolas particulares, o índice é de 9%.

A pesquisa também mostra que, na escola pública, 21% dos alunos acessam a internet pelo celular. Na rede privada, esse índice cai para 3%. A pesquisa também mostrou que 53% dos professores não têm capacitação para o uso do computador e da internet nas aulas, e outros 26% têm pouca capacitação, totalizando 79%, isso acaba por dificultar o ensino à distância.

Itabuna também tem suas limitações. Aproveitando o contato com o secretário, questionei sobre a conclusão do Complexo Integrado de Educação de Itabuna (CIE), localizado no bairro São Caetano, e ele sinalizou que pretende concluí-lo ainda esse ano, justificando que a pandemia atrasou a finalização da obra.

Apontei também a necessidade da construção de um colégio de nível médio em Ferradas, para atender aos moradores do bairro e do seu entorno, além dos condomínios São José, Gabriela e Jubiabá, todos do projeto Minha Casa, Minha Vida. Uma escola naquela região evitaria que os estudantes moradores se amontoassem em ônibus e se deslocassem para longe das suas residências. Nesse ponto, o secretário se comprometeu em analisar a proposta e me dar o retorno.

Ainda na oportunidade, oficializei a ideia de instalação do Núcleo de Educação Territorial Litoral Sul (NTE-05) no prédio onde anteriormente funcionavam os juizados especiais, ao lado do Fórum Rui Barbosa, onde funcionará a Reitoria da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).

A participação do secretário foi de fato entusiasmante. Mostrou-se sensível e disposto a somar forças com a comunidade escolar, famílias e outros setores importantes da sociedade, para juntos fazerem a Bahia superar sua colocação no último ranking (2018) do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), no qual, por diversos fatores históricos, surge com um dos piores indicadores de educação do Brasil.

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades (Uesc).

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