Juazeirense está classificado para próxima fase da Copa do Brasil
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A Juazeirense está classificada para a segunda fase da Copa do Brasil. Em duelo com duas viradas na noite desta quarta-feira (10), no Estádio Adauto Moraes, em Juazeiro, a equipe baiana bateu o Sport por 3 a 2 e carimbou passaporte para a próxima fase da competição nacional.

Etapa inicial movimentada e com vira-vira em Juazeiro. A equipe da casa abriu o placar logo no primeiro lance do jogo: Clébson cobrou falta de longe, Luan Polli espalmou e deu rebote para Kesley, que não hesitou e mandou para o fundo das redes.

Mas a resposta do Leão não demorou. Aos nove minutos de jogo, Patric foi derrubado dentro da área. O árbitro assinalou pênalti para o time pernambucano. Ronaldo Henrique deslocou o goleiro Rodrigo Calaça, colocou a bola no cantinho e deixou tudo igual.

A virada rubro-negra veio aos 20 mintuso. Sander recuperou a bola na entrada da área, chutou e acertou a trave de Rodrigo Calaça. No rebote, Mikael só empurrou para o gol.

A VIRADA E CLASSIFICAÇÃO

Assim como no primeiro tempo, Juazeirense voltou com tudo no segundo. Outra vez, bem depressa, após cruzamento pela direita, Clébson foi lá no alto e acertou cabeceio com precisão para deixar tudo igual no Adauto Moraes.

O Leão perdeu uma chance incrível de fazer o terceiro aos 11 minutos: Ewerthon arrancou pela esquerda, saiu de frente com o goleiro, mas se atrapalhou e finalizou para fora.

E o gol faria falta. Isso porque, aos 21 minutos, Dedé apareceu na área, subiu no terceiro andar após cruzamento e mandou para o fundo das redes, virando o jogo para o time baiano.

Precisando fazer pelo menos um gol para não ser eliminado, o Sport esbarrou na grande atuação do goleiro Calaço, que defendeu chute forte de Sander, aos 35, e depois, aos 37, falta traiçoeira cobrada por Patric. No fim, a Juazeirense comemorou em casa a vaga na segunda fase da Copa do Brasil.

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Esperamos que o estado de direito seja o norteador do ordenamento jurídico e político e que a democracia siga o seu curso, superando a falta da noção tão necessária para que sejamos de fato uma nação.

Rosivaldo Pinheiro || rpmvida@yahoo.com.br

O Brasil vive mais um momento efervescente não apenas pelas dificuldades impostas pela Covid-19, mas, também, pelas interferências provocadas pelo poder judiciário, que, aliás, passou a ser quem dita o ambiente desde a judicialização da política. O movimento foi iniciado em 2005, quando o presidente Lula buscava a sua reeleição.

A escalada do judiciário aconteceu sob um ambiente de letargia e, de certa forma, parceria do Congresso Nacional. Só que se agigantou e acabou criando um ambiente propício para chegar nos agentes políticos listados por setores do judiciário como adversários do sistema, à luz do combate à corrupção. O modus operandi culminou com a estruturação da Operação Lava Jato, comandada pelo ex-juiz Sérgio Moro, iniciada em 2014.

A estruturação da operação seguia uma pauta midiática: fases, performances, escutas ilegais, prisões e muito marketing, tudo em fina parceria com setores da grande mídia, além dos vazamentos seletivos anunciados sob grandes holofotes e plantões, retroalimentados em diversas emissoras. Uma massificação com um enredo hollywoodiano.

A operação parecia ser liderada por um herói, com prisões de figurões dos poderes político e econômico com claras participações em ilicitudes, e também de outros atores sem a necessária apresentação da materialidade do crime cometido. Entre idas, vindas, versões e notas de esclarecimento, aconteceu o fato de maior repercussão: a prisão do ex-presidente Lula.

O Brasil assistiu às oitivas em que o ex-presidente comparecia para ser interrogado pelo então juiz Moro e sempre se dizia inocente. A divisão do país só se acirrou e as urnas elevaram Bolsonaro ao posto de presidente. Já Moro, largou a magistratura para ser membro do novo governo como ministro da Justiça e Segurança Pública.

Mas surgiu algo inesperado: vazamentos de conversas privadas ocorridas entre Moro, integrantes da Lava Jato e membros do Ministério Público Federal foram divulgados pelo The Intercept Brasil. As conversas foram negadas pelos envolvidos e logo o ministro Moro ordenou a prisão dos responsáveis pelos vazamentos.

Foi montada a Operação Spoofing, que culminou com o encarceramento dos hackers responsáveis pela façanha. De lá para cá, muita coisa mudou e o ex-presidente Lula responde em liberdade, após cumprir pena de um ano e sete meses em regime fechado.

Diante dos fatos da Operação Spoofing, a defesa de Lula requereu ao Supremo Tribunal Federal acesso às mensagens e, após autorização, pediu a suspeição do ex-juiz Moro por parcialidade e motivação política. Com o avanço em favor do ex-presidente, o ministro do STF Edson Fachin adotou um remédio jurídico, fazendo valer a máxima popular “dá-se os anéis para não perder os dedos”.

Para livrar Moro e salvaguardar o que sobrou da operação Lava Jato, Fachin considerou a justiça de Curitiba incompetente para proceder o julgamento e, por consequência, devolveu os direitos políticos ao ex-presidente Lula. A ação de Fachin, embora pareça em favor de Lula, pode ter objetivado evitar a suspeição de Moro, provocando a anulação dos recursos da defesa do ex-presidente, na tentativa de forçar os seus arquivamentos por perda dos objetos.

A batalha jurídica e política parecem não ser encerradas de imediato, ao contrário, novos capítulos serão produzidos. Um deles foi iniciado nesta terça-feira (9) com a retomada do julgamento da suspeição do ex-juiz Moro, colocada em pauta pelo ministro do STF Gilmar Mendes. Aos brasileiros, restará ficar a postos, de olho no noticiário, principalmente porque o próximo ano é eleitoral e os desfechos dessas questões jurídicas influenciarão diretamente na composição das forças políticas que concorrerão no pleito. Esperamos que o estado de direito seja o norteador do ordenamento jurídico e político e que a democracia siga o seu curso, superando a falta da noção tão necessária para que sejamos de fato uma nação.

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades (Uesc).