Marcos Nobre e Wilson Gomes
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O professor e filósofo Wilson Gomes analisa, na sua coluna desta sexta (11) no site da Cult, duas hipóteses do também filósofo Marcos Nobre sobre a conjuntura política atual e a disputa das eleições de 2022.

Em entrevista ao site Marco Zero, no último dia 6, Nobre sustentou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegará fortíssimo à corrida pela reeleição e disse que as instituições da democracia brasileira já entraram em colapso.

Após reconhecer o refinamento analítico de Marcos Nobre, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Wilson Gomes confronta as hipóteses do colega com a percepção de que, desde 2018, o presidente mais perdeu do que ganhou apoiadores.

Para ilustrar sua percepção, Gomes cita o arrefecimento do antipetismo, após oito anos de expansão, e a debandada do lavajatismo, os dois “ismos” que embalaram a campanha vitoriosa de Jair há três anos.

Sobre as instituições, argumenta que há resistência ao autoritarismo do presidente da República no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso, a exemplo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as omissões e ações do governo federal na gestão da crise sanitária em curso.

A disputa de 2022, lembra Wilson Gomes, ainda tem outra diferença substancial em relação ao pleito de 2018: um Lula elegível.

“A minoria bolsonarista parecia suficiente para ganhar eleições quando a Lava Jato tirou Lula do jogo, e a bomba atômica do impeachment desorganizou o sistema partidário de forma a só deixar nanicos desbaratados para enfrentar as forças organizadas da extrema-direita, embaladas pelo que representou no seu imaginário a vitória de Trump em 2016. O jogo virou. Lula está em campo novamente, o legado político da Lava Jato está em grande parte desmoralizado, as forças políticas tradicionais vêm se reorganizando, e as empresas de jornalismo hoje têm a mais nítida noção de que Bolsonaro é o maior dentre os males. No campo institucional, a última trincheira que o STF interpôs ao bolsonarismo, desde 2020, ainda não foi vencida, a oposição antibolsonarista no Congresso está reagindo (vide a CPI da Pandemia que se seguiu a CPMI das Fake News), a opinião pública mundial está vigilante, Trump não está mais no cenário e, por último, vimos em episódios recentes que até o TCU e parte da Polícia Federal não se renderam integralmente à corrupção bolsonarista do Estado brasileiro”, escreve Gomes, que é professor de Comunicação da UFBA e coordena pesquisas sobre as interseções entre democracia e internet.

Leia a coluna na íntegra aqui.

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