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A Uesc é a prova maior de união e vitória dessa região. Foi um sonho de toda a sociedade que virou realidade. Foi fruto da articulação e envolvimento de todos. Não houve divisão. Houve integração, e essa energia e exemplo precisam ser colocados em prática como fio na luta pelo nosso patrimônio Rio Cachoeira.

Rosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

Os tempos atuais exigem cada vez mais responsabilidade do conjunto da sociedade em relação ao desenvolvimento sustentável. O tema, embora importante, sempre fica no imaginário de parte da população das cidades e parece algo intangível. Sempre aparece nas discussões eleitorais dos municípios a cada quatro anos.

A cidade de Itabuna e a região sempre têm ligação umbilical com a bacia do Cachoeira e com o próprio rio, sempre foi uma fonte de inspiração, cantado em verso e prosa, uma fonte inesgotável de história e estórias, mas que sofre com a falta de empatia e responsabilidade de todos nós ao longo do tempo. Itabuna, por exemplo, nasceu a partir do Cachoeira.

Essa desatenção abrange do setor público ao privado e, nesse caso, não cabe citar exceções, pois se existem, são incipientes para mexer nas estruturas de estado. Destacá-las seria mais um subterfúgio para esses mecanismos. Em Itabuna e em outras cidades as pessoas literalmente deram as costas para o rio, construindo em suas margens e fazendo os seus lançamentos de esgoto diretamente no curso d’água do Cachoeira.

Pensar o Rio Cachoeira é tarefa urgente, importante e necessária e obriga toda a sociedade a sair da posição de letargia, dos muros da reclamação e falação para o papel de agente de transformação. Precisamos agradecer a todos que fazem do Rio uma fonte de pesquisa e contribuem com seus estudos. Toda essa contribuição faz nascer a hora da virada. A hora de sermos pragmáticos e dizermos com ações concretas: o Rio Cachoeira é a nossa voz!

Aconteceram dois encontros nessa semana na Uesc, o primeiro no dia 31 de agosto e o segundo no dia 1° de setembro. Foram encontros liderados por Itabuna, tendo a Amurc e o CDS Litoral Sul como parceiros. Estiveram na formatação dessa discussão UFSB, UESC, Embasa, Emasa, Portal Santo Agostinho, Ramboll e comitê das bacias hidrográficas do leste, com a participação de diversos outros técnicos e estudiosos da temática.

Foi Um rico encontro, sem donos da verdade, sem arroubos, sem personalismo, nem mesmo mesa oficial foi formada, justamente para rompermos com o formalismo, colocando todos em pé de igualdade. Algumas cidades demostraram maior envolvimento: Itabuna, Ilhéus e Floresta Azul, sendo as demais representadas pela Amurc e CDS-LS. Aliás, cabe aqui destacar a participação de Luciano Veiga, gerente executivo das duas entidades e vice-presidente do Comitê das Bacias do Leste, mas sentimos a ausência de representantes direto dos demais municípios envolvidos.

O registro aqui é didático, não visa polemizar nem criar cisões; ao contrário, serve de alerta pela importância estratégica deles na construção e fortalecimento do braço político dessa ação em nível de região, afinal, a pauta nos une: recuperação ambiental, social e econômica da região passa pela recuperação do Rio Cachoeira, especialmente com a chegada de novas oportunidades advindas do Porto Sul.

Para não perdermos de vista a luta que estamos iniciando, tem simetria com a que fizemos com a Universidade Estadual de Santa Cruz. Não à toa, escolhemos a Uesc para sediar os dois eventos iniciais na luta pelo nosso Cachoeira. A Uesc é a prova maior de união e vitória dessa região. Foi um sonho de toda a sociedade que virou realidade. Foi fruto da articulação e envolvimento de todos. Não houve divisão. Houve integração, e essa energia e exemplo precisam ser colocados em prática como fio na luta pelo nosso patrimônio Rio Cachoeira.

Rosivaldo Pinheiro é economista, especialista em Planejamento de Cidades (Uesc) e subsecretário de Planejamento de Itabuna.

Uma resposta

  1. Não li a matéria. O meu comentário fica por conta do seu titulo.
    Vamos aguardar A duplicação da Rodovia Itabuna-Ilhéus.
    Até lá!

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