Agonia de cavalo foi registrada por moradora da Sapetinga
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“Olha pra isso, pessoal, olha”, apela uma mulher, celular na mão, filmando um cavalo. Os passos descoordenados, o esforço para se manter em pé e o enrijecimento dos músculos sugerem uma convulsão. A agonia do animal, que morreu pouco depois, foi registrada na Sapetinga, em Ilhéus. A morte repentina levantou suspeita de maus-tratos e envenenamento.

O caso ganhou as redes sociais nesta segunda-feira (12), em uma publicação da internauta Anne Pacheco, moradora da Sapetinga. Ao lado do vídeo com a cena descrita acima, há uma foto do cavalo morto. “Moradores da Sapetinga encaminharam, através de zap e ligações telefônicas, vários pedidos de socorro aos órgãos que têm a obrigação de cuidar do meio ambiente, que animais de grande porte, maltratados, estavam soltos nas ruas”, escreveu Anne. Sem citar nomes, disse ter havido descaso de órgãos “que não funcionam”. “Uma morte dolorosa que poderia ter sido evitada”, emendou.

VETERINÁRIAS COMENTAM

A pedido do PIMENTA, as médicas veterinárias Hannah Thame e Raissa Gracie assistiram ao vídeo, comentaram a suspeita de envenenamento intencional e levantaram outras hipóteses, com a ressalva de que falavam no campo da suposição, sem informações e instrumentos necessários para cravar parecer.

“Os sintomas estão parecidos [com os de intoxicação], sim. Ainda mais que veio a óbito no mesmo dia do vídeo, bem rápido. Pode ter sido intoxicação, sim”, comentou Hannah. No entanto, lembrou que são comuns os casos de intoxicação por planta tóxica. “Mas, a gente não sabe como era o local que ele fica, se tinha dono, se ficava solto ou preso”, ressalvou.

Apesar de curto, o vídeo deixa claro que o animal apresentou distúrbio neurológico, mas não é possível determinar se foi provocado por intoxicação, ponderou Raissa. “Pode ter sido intoxicação e pode ter sido alguma doença com sitomatologia nervosa. Inclusive, não descartaria a raiva nesse caso”, observou.

Especialista no tratamento de animais de grande porte, Raissa enfatizou que a raiva é doença de notificação obrigatória. “A Adab [Agência de Defesa Agropecuária da Bahia) deveria ter sido acionada para fazer a coleta do cérebro do animal e mandar para o laboratório”, explicou, reafirmando não ser possível, com as informações disponíveis, atestar a prática de envenenamento. “No cavalo, várias doenças têm essa mesma sitomatologia nervosa”, reiterou. O caso, segundo ela, demanda investigação pós-morte e, além disso, seria importante saber se pessoas entraram em contato com o animal.

Ao PIMENTA, o médico veterinário Gilmar Farias, fiscal da Adab, informou que a morte do cavalo na Sapetinga não foi notificada à Agência. O site não conseguiu contatar o Centro de Zoonoses de Ilhéus, órgão do município responsável pelo recolhimento de animais de grande porte soltos em espaços urbanos.

3 respostas

  1. Aí na reportagem’ não deram a informação que o cavalo estava sendo espancado por um jovem, que os moradores chamou a polícia, mas pela demora da policia o jovem não foi localizado. Deveriam ter feito uma biópsia pra saber se foi envenenamento. agora não adianta ficar com disse e me disse.

  2. Foi o maior absurdo
    O cavalo passou pela rua caindo por cima de carros e o povo socorrendo e pedindo ajuda e os órgãos competentes nunca deram resposta a nada
    Foi horrível ver o cavalo agonizando????

  3. Eu morador da Sapetinga juntamente com outros que tentaram socorrer vimos a situação triste que foi, creio que por conta do espancamento juntamente com a falta de asistencia dos órgãos “competentes” levou a morte do cavalo, ele sangrava, o olho esquerdo machucado, e andou de uma rua a outra se apoiando nos carros e muros, caiu 4 vezes ou 5, tentamos dar água ele recusou, não quis comer e por fim tentamos ligar pra todos órgãos e outros veterinários, mas ninguém ajudou, um vizinho fez um cabresto pra manter ele no local e não deixar cair no rio, mas infelizmente todo esforço foi em vão.

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