Casa por onde Tiradentes teria de hospedado em Ouro Branco || Foto PIMENTA
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Nesta semana, a equipe do PIMENTA convida você para conhecer um pouco sobre Ouro Branco, no Circuito do Ouro, em Minas Gerais. Ao contrário dos seus vizinhos que possuem ricos acervos que remetem aos tempos de riqueza e prosperidade, o antigo distrito de Vila Rica (Ouro Preto) possui poucos pontos de visitação, mas vale a pena uma passagem de um dia.

Um dos atrativos de Ouro Branco é a Fazenda Carreiras, no distrito Carreiras, às margens do Caminho Novo da Estrada Real. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o casarão da sede da fazenda tem histórias diferentes e o próprio Iphan e o município de Ouro Branco admitem duas versões sobre a utilização do imóvel, provavelmente, construído na metade do século XVIII.

Estrutura do Brasil Colonial foi mantida || Foto PIMENTA

Uma das versões é que o casarão foi erguido porque a fazenda era ponto de pouso e local de abastecimento por localizar-se um ponto estratégico, próximo a uma estrada, num trecho de grande circulação de pessoas e mercadorias no conhecido Ciclo do Ouro, em Minas Gerais. A fazenda teria sido local de criação, venda e troca de animais.

Abrigo dos animais dos senhores || PIMENTA

TIRADENTES

Uma das pessoas que teriam passado e se hospedado, por várias vezes, na casa da sede seria ninguém menos que Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, um dos líderes da Inconfidência Mineira. Nas viagens por aquela região de Minas Gerais, segundo uma das versões, o inconfidente costumava descansar no imóvel, que teria sido um local de muitas reuniões daqueles que estavam cansados das altas taxas cobradas pelo império. Além da referência como Fazenda Carreiras, o imóvel ficou conhecido também como Casa de “Tiradentes”.

Por aqui passaram muitos nomes conhecidos da história do Brasil || PIMENTA

A  outra versão é que o imóvel era um posto de arrecadação de impostos da Coroa Portuguesa. Essa parece uma versão mais plausível pela estrutura do prédio, da maneira como feita a divisão dos cômodos e pequenas aberturas nas paredes para o acesso externo. A construção é de pedras, mas uma parte do imóvel não é mais original. O casarão ganhou piso de tábuas e um dos cômodos foi transformado em sanitários. Existem poucos móveis.

Nesta senzala muitos escravos foram espancados e mortos || PIMENTA

A casa foi construída sobre embasamento de pedras, com estrutura de madeira e pedra e vedações de pedra, adobe e pau-a-pique. Uma grande varada contorna os demais cômodos. Há uma sala de guarda valores e as trancas das portas são reforçadas. Uma triste lembrança para os negros na época da escravidão ainda está por lá. Uma senzala onde os escravos eram castigados fica ao fundo da casa.

IGREJA MATRIZ DE SANTO ANTÔNIO

Na entrada do imóvel foi preservado o guichê, utilizado para o comércio, provavelmente de ouro.
Outro ponto de visitação em Ouro Branco é a Igreja Matriz de Santo Antônio, uma das mais antigas de Minas Gerais. Considerado patrimônio colonial, o templo religioso foi edificado no final do século XVIII, em um período de riqueza do então povoado de Santo Antônio do Ouro Branco. A nave, capela-mor e arco-cruzeiro constituem um dos conjuntos de talha barroca mais bonitos do Brasil.

Igreja Matriz de Santo Antônio está fechada há muito para restauração || Foto Pimenta

No centro da nave da Matriz de Santo Antônio os visitantes e fiéis são contemplados com uma maravilhosa pintura de uma virgem entregando o menino Jesus para Santo Antônio. A obra é de Manoel da Costa Ataíde, o Mestre Ataíde, mineiro de Mariana e um maiores artistas do período Barroco Colonial. A pintura rococó da nave é do início do século XIX. A igreja foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e encontra-se fechada para restauração.

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