Projeto desenvolvido no Conjunto Penal de Itabuna concorre a prêmio nacional || Foto Divulgação
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Um projeto implantado no Conjunto Penal de Itabuna pela Defensoria Pública Estadual (DPE)  está concorrendo ao prêmio Innovare – Inovação e Justiça. A iniciativa “Informática Livre” oferece cursos de informática e educação em direitos a custodiados na unidade prisional.

Um consultor do Innovare esteve em Itabuna para conhecer mais detalhes, rotinas e funcionamento do projeto, que foi aprovado para a segunda etapa. Os defensores Aline Müller e George Araújo, mais o técnico de informática da Defensoria Pública e professor da oficina, Vyctor Andrade explicaram ao consultor como funciona o projeto.

De acordo com DPE, o curso tem como diferencial associar conhecimentos técnicos a direitos individuais e sociais, comungando diferentes saberes. Além disso, leva o formato sala de aula para a unidade prisional, oferecendo um espaço equipado com computadores, retroprojetor, mesas e cadeiras.

O PROJETO É INOVADOR

A coordenadora da regional do DPE em Itabuna, Aline Müller, afirma que o “Informática Livre” é inovador. “Confere aprendizado sobre todo o pacote Office, formas seguras de acessar à Internet, a história do computador, além de criar um espaço contínuo de educação em direitos para quem está no cárcere. A oficina também propicia a ampliação do contato entre defensores públicos e pessoas privadas de liberdade para além de um viés processual”, afirmou.

Desde a implementação, em 2021, a ação já beneficiou 28 detentos. Coautor da iniciativa, o defensor público George Araújo acredita no potencial do projeto em modificar a vida dos reeducandos.

“O “Informática Livre” é um meio efetivo de capacitação profissional, ao mesmo tempo em que contribui para o retorno ao convívio social de pessoas mais conscientes dos seus direitos e deveres. Fico feliz pelo reconhecimento do Innovare, mas o que mais me encanta é utilizar a força da Defensoria para impactar positivamente na vida de pessoas tão estigmatizadas”, comentou o defensor.

Para o professor Vyctor Andrade, outro ponto importante do projeto é tornar os internos aptos ao trabalho com as novas tecnologias, considerando o contexto de crescente e intensa informatização. “A maioria dos alunos começa o curso sem saber quase nada de informática. Muitos nunca tiveram contato com um computador. Temos teoria inicialmente, mas a maior parte do projeto são aulas práticas”, explica o professor da oficina.

DURAÇÃO DO CURSO

O curso tem 36 horas de duração, sendo 28 horas de informática – ministradas por técnico da DPE, e oito horas de educação em direitos, ofertadas por defensores públicos da 4ª regional. Os concluintes recebem certificação da Escola Superior da Defensoria Pública (Esdep) e podem solicitar abatimento no tempo de pena. Os participantes do “Informática Livre” são selecionados pela equipe de terapeutas, psicólogos e assistentes sociais do conjunto penal.

Criado em 2004, o O Prêmio Innovare identifica, divulga e difunde ações desenvolvidas voluntariamente que contribuam para o aprimoramento da Justiça no Brasil. A ideia da premiação é dar visibilidade a práticas inovadoras, que aproximem instituições jurídicas da população.

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