Nos 490 anos de Ilhéus, Nazal se declara à cidade || Fotos Joilson Dias e Victor Hugo
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No intervalo de um teste e outro do som do Viva Ilhéus, diante de sua casa, na Avenida Soares Lopes, o fotógrafo, memorialista e ex-vice-prefeito José Nazal falou ao PIMENTA sobre os 490 anos da antiga capitania, celebrados nesta sexta-feira (28), mesmo dia da elevação à cidade. Foi o rei João 3º, conta, quem assinou o ato real de criação da Capitania de São Jorge dos Ilhéus, em Évora, Portugal, em 1534.

“A ocupação se deu, segundo historiadores – e alguns até divergem -, de dois a três anos depois, 1536 a 1537, quando chegaram os colonos comandados por Francisco Romero, um castelhano, lugar-tenente do donatário Jorge de Figueiredo Correia”, acrescenta o memorialista, autor do livro Minha Ilhéus – Fotografias do Século XX e Um Pouco da Nossa História, cuja terceira edição foi lançada em 2013, pela editora Vila Litterarum.

A primeira Ilhéus se estendia por mais de 200 quilômetros de litoral, adentrando o continente até a linha do velho Tratado de Tordesilhas. O território, hoje, abriga 332 municípios, segundo o memorialista. “A cidade tem crescido e avançado, de certa forma um pouco desordenada, mas com muita beleza ainda, uma dádiva de Deus”, constata o doutor Honoris Causa, título concedido pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).

Foram as ilhas na costa que inspiraram o nome Ilhéus. “Inclusive, há quem afirme que o Morro de Pernambuco também um dia foi ilha, assim como o Morro de São Sebastião. Não é difícil de acreditar, por causa da topografia”, especula Nazal.

CINCO SÉCULOS

Para o memorialista, começou a circular tardiamente a ideia de uma Ilhéus projetada para os 500 anos. “É a minha opinião, que só vale para mim”, emenda, recorrendo a um jargão de suas intervenções no debate público. “Mas, ainda dá tempo de preparar a cidade com uma ambiência que seja mais favorável àqueles que aqui moram e àqueles que nos visitam”, pondera.

Matéria-prima não falta, aponta José Nazal Pacheco Soub. “A gente tem muita riqueza de material histórico, prédios históricos, quatro igrejas coloniais. O Centro Histórico tem o traçado ainda do Brasil colônia, no centro antigo de Ilhéus. As ruas têm a mesma conformidade, a mesma largura, a mesma disposição, com algumas novas acrescidas no entorno”.

É lugar-comum, mas incontornável, lembrar o papel do escritor Jorge Amado como pai fundador do imaginário ilheense, admite Nazal, antes de se declarar à Terra da Gabriela. “Cada dia mais, Ilhéus é conhecida no mundo, em especial, através da obra amadiana, a quem a gente deve muito esse reconhecimento de pessoas que moram no Brasil ou fora do País. Sou feliz por ter nascido em Ilhéus”, resume.

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