O governador Jerônimo Rodrigues entregou, nesta sexta-feira (5), os 80 apartamentos construídos pelo programa Bahia Minha Casa no Jaçanã, em Itabuna. Os imóveis vão abrigar famílias atingidas pela segunda maior enchente da história do município, no final de 2021. O lar, segundo o mandatário, é ambiente de segurança, tranquilidade e formação, elementos caros à dignidade humana. Após o descerramento da placa, concedeu entrevista em que falou sobre o cenário eleitoral e citou municípios como Salvador, Vitória da Conquista, Itabuna e Ilhéus.
Sobre as cidades do sul da Bahia, disse trabalhar para que aliados vençam as eleições deste ano e apontou que é possível superar o desempenho eleitoral da base governista em 2022, enfatizando a confiança na gestão do prefeito Augusto Castro (PSD) em Itabuna e o diálogo com o prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre (PSD), e com a pré-candidata do PT na Terra da Gabriela, Adélia Pinheiro.
Na sua avaliação, a base construiu consenso em torno da pré-candidatura de Geraldo Junior (MDB) em Salvador, e a articulação da capital ganhou mais consistência com a indicação da ex-secretária Fabya Reis (PT).
Na entrevista, também descreveu seu estilo na condução do Governo e do Conselho Político, afirmando priorizar o diálogo e a escuta. Conforme o governador, não se pode querer ditar o destino político das cidades baianas a partir da capital. Leia.
PIMENTA – O senhor é presidente do Conselho Político do Governo. Qual vai ser o desenho para o enfrentamento eleitoral, daqui a pouco?
JERÔNIMO RODRIGUES – Não é daqui a pouco (Risos). Já estou nessa pegada há tempo, pensando em cada município da Bahia. Temos um conjunto de partidos no Conselho, com bons entendimentos. Onde tiver uma liderança de um partido, do PCdoB, [por exemplo], que esteja à frente, sozinho, liderando, não tem como desancorar. É ali. Tem locais que temos dois, três nomes. Temos que sentar, debruçar e encontrar saída. E tem lugares que falta fechar um vice, a bancada de vereadores está montada. Estamos desenhando isso de acordo com a realidade. Por exemplo, pegamos Salvador com cinco, seis nomes, e fomos construindo, dialogando, e chegamos a um consenso com o nome de Geraldo Júnior.
Há resistência do partido do senhor, o PT, ao nome escolhido.
Não. Não resistência. Em qualquer lugar, de qualquer partido, as pessoas não fecham 100%. Mas, nesse caso, posso lhe dizer, teve consenso geral. E, agora, com a chegada de Fabya Reis, isso unificou ainda mais. Geraldo conhece a cidade. Tem estudado bastante. Tem se debruçado sobre o projeto. Temos um projeto de Estado. Não pode ninguém ficar pensando que não tem debate, uma disputa política de um projeto para Salvador, que é na mesma linha da disputa de um projeto para a Bahia. Aqui, temos aliados de primeira hora, quem me carregou no ombro, foi solidário comigo na hora que precisei. Não tem dúvida nisso.
As negociações conduzidas em Itabuna e Ilhéus fazem com que o Governo creia em vitória dos aliados?
Trabalhamos para isso, porque não se muda a política como o senhor pegou a chave ali, fechadura boa, abriu, entrou na casa. Na política não é assim, tem histórico. Essa foi uma região que não tivemos boa performance. Precisamos melhorar Ilhéus e Itabuna, principalmente. Esses municípios são espelhos para a região e temos possibilidade real de reverter a situação em Itabuna, estamos construindo. Estive lá em Ilhéus, entregando a ampliação do aeroporto. Estive com Marão, com Adélia, é uma boa disputa interna, em casa, mas [a vitória] tem que vir para o colo da gente. É dialogar com maturidade e resolver. Não posso perder a possibilidade de continuar sendo parceiro de Ilhéus e Itabuna. Não posso me dar a esse luxo. As dificuldades a gente trata. Confiamos, por exemplo, na gestão municipal de Augusto. Voltamos de uma entrega de uma Unidade de Saúde da Família, de uma visita ao Hospital de Base, tudo feito com muito carinho. Entregamos essa unidade habitacional. Estamos indo anunciar novos investimentos importantes para Itabuna. No Conselho, o respeito que tenho é de não fazer, como alguns fizeram no passado e fazem, de Salvador querer mudar a política aqui. Não é assim. Temos que respeitar quem lidera o município, quais são as forças nossas. São forças vivas. Temos um potencial muito forte no oeste, extremo-sul, aqui no litoral, baixo-sul e na região metropolitana.
O senhor disse mais cedo, em entrevista ao PIMENTA, que tem um estilo, que não vai impor, mas vai mostrar qual é. Qual vai ser esse estilo na negociação eleitoral e na condução do governo?
Já está revelado. Sou do diálogo, da escuta. Em Conquista, temos Lúcia, do MDB, e Waldenor, dois nomes nossos. Vou empurrar Lúcia da carroceria? Vou tirar Waldenor sem construir isso? Não dá para fazer assim. Não faremos assim. Quem topa o diálogo vai encontrar diálogo. Tenho procurado isso. Conversei bastante com Adélia, com o grupo de Adélia, com o grupo de Marão, porque não estou governando e gerenciando com a estrela do PT. Estou governando com um símbolo, uma insígnia, de um Conselho que tem oito, nove, dez partidos. Então, é Éden que tem que fazer a boa disputa do PT, é Wagner. Pelo PSD, é Otto. Isso não desarruma a casa. Pelo contrário, fortalece a nossa potencialidade de ficarmos mais unidos, de eles confiarem quando a gente diz: a palavra nossa é essa. Quando dermos a palavra, pode saber que a gente vai enfrentar até a última gota do suor da gente. Aqui em Itabuna, em Ilhéus e na região também estamos fazendo esse movimento.
Respostas de 2
Isto é uma vergonha a cidade de Itabuna com cerca de 200 mil habitantes não ter candidatura própria do PT é vergonhoso o governo apoiar um candidato que na eleição passada ficou em cima do muro entre ACM Neto e Gerônimo culminando na derrota de Gerônimo na cidade de Itabuna depois que o PT ganhou a eleição o tal prefeito se apresenta como da base do governo vergonha pro prefeito que ficou na eminência de ACM ganhar e vergonha pro governo do estado que deixa de apoiar uma candidatura de esquerda pra apoiar um candidato dividido entre o governo e a direita
O governador Jerônimo tem sido um péssimo articulador político e está com as mãos atadas (algemadas) pelos acordos que fez para concorrer na eleição de 2022. Como têm certas alianças políticas que acabam se transformando em algemas, ele está sacrificando o PT, impedindo que candidatos do partido concorram neste ano afim de cumprir seus acordos com os Irmãos Vieira Lima. Em Conquista, Geddel insiste manter a candidatura de Lúcia Rocha, vereadora sempre ligada ao carlismo, e mesmo com o MDB apoiando Jerônimo para governador, ela fez campanha para ACM Neto, para Cacá Leão para senador e em Bolsonaro para presidente. Ela tem dito que não tem nenhuma ligação com o PT e que o seu projeto político é diametralmente oposto ao do PT!
Apesar de tudo, Jerônimo continua com a cantilena de que a sua base tem dois candidatos a prefeito em Conquista. Pelo andar da carruagem, Jerônimo será derrotado em Conquista e em outros municípios onde apoia candidatos que até votaram e ainda apoiam Bolsonaro!