Datena e Marçal brigam em debate da TV Cultura em São Paulo || Reprodução
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A verdadeira mudança ocorre quando os eleitores se tornam conscientes do jogo insidioso que está sendo jogado.

 

 

Juliana Soledade

Na grande arena das eleições, onde ideais e promessas se confrontam, a política muitas vezes se assemelha a um espetáculo sangrento em que os leões devoram aqueles que ousam se colocar no caminho do poder. O cenário é marcado por estratégias cruéis, ataques implacáveis e uma luta constante pela sobrevivência política.

As campanhas eleitorais, em sua essência, deveriam ser um espaço de diálogo e defesa de propostas. No entanto, frequentemente se transformam em um combate feroz, onde os candidatos, como leões famintos, utilizam de todos os recursos disponíveis para avançar frente ao completo desequilíbrio emocional. Nesse ambiente hostil, as críticas são afiadas, as calúnias circulam como flechas e os ataques pessoais se tornam as armas preferidas. O objetivo é claro: eliminar a concorrência e conquistar a aprovação do eleitorado a qualquer custo.

E se, na arena, os leões são os políticos em busca de votos, os espectadores — os cidadãos-contribuintes-eleitores [por OBRIGAÇÃO!]— muitas vezes se tornam as vítimas desse confronto. Presos entre as promessas grandiosas e os ataques ferozes, eles podem se sentir desorientados, incapazes de discernir a verdade em meio ao caos. O clima de desconfiança e medo se instala, e a desinformação se espalha como um incêndio incontrolável, alimentando a animosidade entre os diversos grupos sociais.

O papel da mídia nesse circo político também não pode ser ignorado. As manchetes sensacionalistas e a cobertura tendenciosa muitas vezes exacerba a luta, transformando a política em um espetáculo a ser assistido, em vez de um processo democrático a ser respeitado. O foco na audiência e na espetacularização se sobrepõe ao debate saudável, levando os espectadores a se tornarem meros torcedores, em vez de cidadãos críticos.

Entretanto, é possível vislumbrar uma saída dessa arena infernal. A verdadeira mudança ocorre quando os eleitores se tornam conscientes do jogo insidioso que está sendo jogado. Ao invés de se deixar levar pelas emoções e pelas narrativas polarizadoras, eles podem exigir uma política mais ética, centrada no diálogo e na colaboração.

Se todos nós, como cidadãos, formos leões que defendem a integridade de nossas escolhas e exigirmos responsabilidade dos nossos representantes, é possível transformar a arena do medo e da manipulação em um espaço para ideias construtivas, onde as políticas públicas realmente atendam aos interesses da sociedade.

Assim, em vez de devorar uns aos outros, que possamos nos unir em busca de um futuro mais justo e consciente, onde o respeito e a empatia sejam os verdadeiros conquistadores nessa batalha política.

Juliana Soledade é escritora, advogada, empresária e teóloga.

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