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Amélia Maron, filha de Lourdes, e a repórter Marta Almeida.

Desde o final da década de 50, quando foi lançado o livro Gabriela Cravo e Canela, do escritor baiano Jorge Amado, persiste um grande mistério: Afinal a personagem Gabriela existiu mesmo em Ilhéus no Sul da Bahia?

Uma revista da época, a extinta Manchete, divulgou um artigo associando moradores da cidade aos personagens do livro. Foi quando começou a ganhar força a versão de que Gabriela seria Dona Maria de Lourdes Maron, que era casada com o dono do Bar Vesúvio, o libanês Emílio Maron, na década de 40.

Historiadores como Maria Luiza Heiner contam que não é bem assim. Jorge Amado em entrevista em 1992, feita no próprio Vesúvio, declarou que o casal não era Nacib e Gabriela. Mas mesmo assim a história acabou virando um “mito” com a mistura entre ficção e realidade.

Hoje, do livro, podemos observar em Ilhéus um rico patrimônio histórico: O bar Vesúvio, que ainda funciona como restaurante, o Bataclan, que agora é uma casa de shows e também restaurante, o Cine Teatro de Ilhéus, a Catedral de São Sebastião e ainda tem o sobrado onde Jorge Amado passou a infância, a Casa de Jorge Amado.

Pelas ruas da cidade, os turistas chegam em busca dos locais descritos no romance e são recebidos por artistas locais como Janete Lainha, que interpreta Gabriela, no Centro Histórico de Ilhéus. O atual dono do Vesúvio, Guido Paternostro, brinca com a confusão entre realidade e ficção que as pessoas ainda fazem.

REPÓRTERES AJUDAM A PÔR FIM NO MISTÉRIO

A repórter Marta Almeida e o cinegrafista Marcelino Silva, da TV Santa Cruz, conseguiram entrevistar a filha de Loudes Maron, pondo fim às histórias e boatos que cercam o assunto. A reportagem foi ao ar ontem e marca o retorno de Almeida às telinhas.

Na cidade onde moram parentes de Dona Maria de Lourdes, o neto Júnior Maron não se incomoda com a associação que foi feita entre seus avós e os personagens do livro e brinca com a comparação, pois é chamado de “Nacibinho”.

Mas os filhos do casal que ainda estão vivos e moram na Bahia nunca quiseram falar do assunto. A artista plástica Amélia Maron, no entanto, falou com exclusividade para a TV Santa Cruz, em entrevista para a jornalista Marta Almeida. Quebrou o silêncio de anos, depois de muita insistência e contou como era sua mãe, uma exímia cozinheira.

O assunto sempre foi muito delicado na família Maron, mas Dona Amélia decidiu falar para esclarecer de uma vez por todas a confusão feita com sua mãe, que, segundo ela, não tinha as características físicas da personagem.

Segundo Amélia, Lourdes era apenas uma criança na década de 20, quando se passa o romance e, por causa da associação feita, sofreu muito. As pessoas não entendiam que a personagem, diz, era fruto da imaginação do escritor que declarou ter na verdade se inspirado em várias pessoas para construir sua Gabriela.

Respostas de 9

  1. Parabéns a Marta Almeida que teve toda a paciência e atenção com minha mãe, possibilitando então falar de forma clara e direta. Fica ai o exemplo para outros profissionais da mesma emissora.

    Sds

    Helio Lima Junior

  2. E a bobagem continua, …!!!

    Querer trazer a ficção para a realidade, tentar correlacionar, é uma bobagem que não tem tamanho, …, muito menos fundamento, lógica, …!!!

    Fazendo uma analogia: Todos nós sabemos que no vácuo o som não se propaga, no entanto, nos filmes de ficção, historicamente, há explosões no espaço, com efeitos sonoros incríveis, e todos gostam, e os filmes são sucessos de bilheteria, …!!!

    Eu nunca vi Físico algum perdendo tempo em querer contestar o fato, muito menos comparar à realidade, ao rigor científico, acadêmico, …!!!

    Muitas vezes a realidade, por não ter “pimenta”, não vende tanto quanto a ficção, …!!!

    Ao invés de querer encontrar pelo em ovo, descobrir o sexo dos anjos, ou coisa que o valha, o pessoal daqui da região deveria era vender o destino Ilhéus, e aproveitar as oportunidades, …, e as fantasias que fiquem nas cabeças das pessoas, …!!!

    No filme Titanic, todos sabem que a história de amor entre os personagens principais jamais existiu (é ficção, fantasia), no entanto o que importou foi o sucesso do filme, diante do tema, …, no entanto poucos sabem que a maior tragédia do Brasil ocorreu num circo, em Niterói, na noite de 17 de dezembro de 1961, isto porque o brasileiro não sabe aproveitar o limão e fazer uma limonada, como é o caso dos americanos, …!!!

    Só para dar mais um exemplo:

    Será, por exemplo, que o chocolate é realmente afrodisíaco, …?!?!?!

    Estamos, mais uma vez, diante de um dilema entre a realidade e a ficção, mas o que importa é que o chocolate é feito do cacau, …!!!

    Para o Turismo, assim como para a Economia regional, é isso que importa, …!!!

    Faturar é o que interessa, …, o resto não tem pressa, …!!!

    Portanto, vamos deixar de bobagem, …!!!

    Eu creio que a TV local, regional, deveria era fazer especiais mostrando a influência da cultura arabe, de culinária deles, no sul da Bahia. Isto sim, iria render muito mais para todos nós, …!!!

    E tenho dito, …!!!

  3. Conheci dona Lourdes Maron, pessoa bondosa, digna e honesta. Gabriela foi uma brincadeira do poets Jorge Medauar, que saiu de Ilhéus depois de tomar uma carreira do Sr, Maron.

  4. A proposta da reportagem foi mais do que válida. Não é bobagem alguma tratar com seriedade um fato histórico que se criou em torno da ficção – jornalistas que trabalham com filmes de Hollywood fazem isso frequentemente em reportagens e documentários. A surra do Jorge Medauar que fez toda esta confusão sempre foi comentada, até mesmo por ícones como Clarice Lispector. Este é o papel da TV regional também e o momento com a novela de novo no ar é mais do que oportuno. As pessoas precisam entender o que há de real ou não nesta história toda que traz, é claro, muitas vantagens para a região, mas também já fez esta família sofrer muito. Brincar de jornalismo com a vida dos outros é uma irresponsabilidade. Parabéns pelos esclarecimentos TV Santa Cruz!

  5. É claro que Jorge Amado não iria confirmar a estória. Ele não seria tão inocente a esse ponto.
    Jorge misturou os acontecidos em Ilheus, modificou o periodo e narrou, como sempre fez tudo que viu e presenciou ao longo da sua vida. Ou será que o mesmo virou vidente e iria prever que Vezuvio seria comprado por um libanes, marido de uma morena vistosa ? Não sei porque tanta celeuma. O ocorrido narrado no livro e assistido por milhares de pessoas pela TV realmente ocorreu. Talvez não de forma melodramatica descrito na narrativa do autor. Mas que ocorreu isso ninguem tem como negar. Que o diga o grande contador de causos Tonico Pessoa.

  6. Quanta bestagem. A TV deveria questionar o fato de Ilhéus sequer ter sido escolhida para cenário das gravações. Está degradada, lixo e esgoto por toda parte, praias sujas, buracos, pedintes, “monumentos” históricos malconservados, enfim uma tristeza… Era pra ser um primor de cidade, já que tem a situação geográfica privilegiadísssima.

  7. Vivi na cidade, na década de 70 e 80. Sim, mas porque pensava, nunca me eximi de agir e quando não pude mais ser livre, corrir daí. Na boca do povo houve muitas Gabrielas.: as “peludinhas”, as “transeiras”, as “programistas”, as das “baratas bonitas” e tantas outras milongas mais. E quem tinha dinheiro, para comprar casamento, virou Madre Tereza de Cal Cu lar, eu como não tinha, precisei instalar-me no Cerrado Federal, para não ficar moça velha e acordar com o dedo fedendo (úúúíiii).rs Também nunca tive vocação para ser freira. Que bom, meu Deus que hoje sou independente!
    Eu acho uma falta de respeito, a associação feita a D. Lurdes. Eu tive oportunidade de ser amiga de Simone, neta de D. Lurdes (ela falava pouco, mas era muito educada e tratava-me bem). Foi apenas sonhos do escritor e o POVO criou.
    Bom, o tempo passou. Aqui no cerrado eu acabei de “cinquentar”, e continuo querendo VIVER. GRAÇAS A DEUS!!!
    Vamos olhar Ilhéus, por outro horizonte, vamos fechar os olhos e acreditar que ela será enfeitada e bem quista de nôvo, na lembrança dos turistas e nos filhos da região…calma, Beth, nosso prefeito é da região.
    É a informação.
    Alessandra Oliveira

  8. Lenda é ficção. O que falta de verdade para Ilhéus é alguém honesto na prefeitura e nos bancos da Câmara de Vereadores, pessoas trabalhadoras no MP para fiscalização e cobrança…povo esclarecido e exigente, e isso nunca existiu já estamos em 2021 a cidade permanece CHEIA DE LIXO , esburacada, escura, barracas invasoras na praia horrorosas, igual a orla mau cuidada, sempre tudo imundo, só o governo estado que duplicou parte BA e fez a nova ponte Jorge Amado… nada mais! Atraso atraso e roubalheira na prefeitura SEMPRE (até da covid roubam). Filhos da terra da vergonha!!!!!

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