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Luiz Tito | luizvitorianotito@gmail.com

Pautado para cobrir uma possível epidemia de dengue na cidade, fui logo informado de que o índice de proliferação do mosquito no município tá abaixo de 1%.

Nessa manhã, acordei e encontrei tudo mudado em Itabuna. O Rio Cachoeira voltou a ser o cartão-postal da cidade, ele está reluzente como a luz do dia, belo e formoso como as ondas do mar. Como foi excelente fazer minha caminhada às suas margens, sem um só buraco na calçada, lixo acumulado e mato numa crescente, e, melhor, ter o prazer de ouvir os pássaros cantando como se fossem uma sinfonia.

Após uma hora deslumbrado com esse lindo cenário, lamentavelmente tive que retornar para casa. Tomei meu banho, me alimentei feito um rei e parti para o batente. Nas ruas, tudo mil maravilhas. Até parecia conto de fadas. Trânsito fluindo maravilhosamente bem, com suas sinaleiras em perfeito estado. Não havia ninguém dormindo nas calçadas e os motoristas dando prioridade aos pedestres que atravessavam as ruas nas faixas. Gentileza benéfica para os cegos e pessoas com outras deficiências.

Cheguei ao trabalho e resolvi dar um rolé em busca de uma boa foto jornalística. Peguei um ônibus, paguei apenas R$ 1,50 e parti para a Vila da Paz. No decorrer da viagem, tudo beleza: ruas sem buracos, tudo asfaltado, ônibus limpo, todo organizado e o melhor nisso tudo foi a informação passada pelo cobrador: “não teremos aumento no preço da passagem tão cedo”.

Ao chegar à Vila da Paz, que maravilha!, a paz reina no local, assim como em todos os outros bairros periféricos do município. Não poderia ser diferente, afinal, as nossas polícias estão muito bem equipadas, com armas de primeiro mundo, viaturas blindadas e um efetivo acima da média. No local, há anos que ninguém é assassinado. É só alegria.

Pautado para cobrir uma possível epidemia de dengue na cidade, fui logo informado de que o índice de proliferação do mosquito no município tá abaixo de 1%. Leptospirose?  Que bicho é esse? No bairro Jaçanã, os escorpiões são criados em cativeiros e exportados para países adeptos desse prato. No Antique, seus moradores viraram especialistas em cobras e as mandam direto para o instituto Butantã. Esse negócio ta rolando muita grana.

A pauta da dengue caiu e fui designando a ir ao famoso bairro Califórnia, o nome é tão sugestivo que tem até a Nova Califórnia. Fiquei deslumbrado com o local, é coisa de Hollywood, o cenário é bem apropriado para a produção de bons filmes. Fui informado que os políticos todos os dias estão no pedaço. Lá, a assistência é constante, não falta nada e, assim como na Vila da Paz, a paz também é predominante no local.

Montei no cavalo e parti para o futebol. Logo de cara, encontrei no estádio Luís Viana Filho (coisa de primeiro mundo, a FIFA já aprovou e teremos jogos da Copa ) placas de publicidades do poder público e de empresas privadas que estão unidos na luta do Itabuna para retornar à Primeira Divisão. Falaram-me em off, que estão trazendo algumas feras renomadas para reforçar o elenco.

Nas escolas, tudo informatizado, professores alegres com os seus salários e ensino “de prima”. A nossa saúde, que esteve doente, como num toque de mágica, levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima, e hoje o diagnóstico é outro. Mudou para melhor.

E como todos os anos aqui tem carnaval, festa que agita a rede de hotelaria, restaurantes, bares e afins, conseqüentemente gera trabalhos e receitas para a terra de Jorge Amado, só me resta lembrar-se dessa música: Eu queria que essa fantasia fosse eterna. …Sonhei que estava sonhando um sonho sonhado, um sonho de um sonho, magnetizado. Na verdade, não sonhei. Hoje é primeiro de abril! 

Luiz Tito é repórter-fotográfico da agência A Tarde e sonha com uma Itabuna melhor.

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