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Felipe de PaulaFelipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com

“Mais importante do que aquilo que você sabe é aquilo que você é capaz de fazer com o que você sabe. Uma escola livresca, de ensino uniformizador, não tem mais a capacidade de oferecer atrativos para as novas gerações”.

O mundo contemporâneo oferece uma multiplicidade de alternativas tecnológicas. Vivemos na sociedade da informação. Podemos buscar qualquer informação que desejemos, basta que nos apropriemos dos mecanismos e técnicas adequadas. Na educação formal não é diferente. Trabalhamos na lógica do conhecimento compartilhado, da produção coletiva, do exercício da criação, na lógica das redes. O aluno de hoje não precisa – e não deve – aceitar passivamente o que lhe é oferecido em sala de aula. Ele busca outras fontes, ele se capacita além da sala de aula.
Recentemente, em salas de aula de uma universidade federal, encontrei cartazes colados nos quadros com as seguintes palavras: PARA UM MELHOR APROVEITAMENTO DA AULA, POR FAVOR, MANTENHA O CELULAR DESLIGADO. TODOS/AS AGRADECEM!
Aquilo me incomodou. A atitude institucional vai contra o que se espera de uma universidade adequada aos tempos hodiernos. A imagem de um docente centralizador, “dono” do conhecimento diante de mentes menos capacitadas, tem perdido poder. O estudante atual tem ao seu dispor uma série de fontes de informação. A universidade é só mais uma destas. Tentar controlar o uso de tecnologias em sala sugere que o docente é o único meio que o aluno pode encontrar para obter conhecimento naquele espaço.
A Universidade Federal do Sul da Bahia, que receberá seus primeiros alunos no segundo semestre de 2014, vem sendo planejada levando em plena consideração a presença das tecnologias em sala de aula. Desmistifica-se o professor “estrela” e se constrói um sistema de ensino e de aprendizagem coletiva, colaborativa. E, por consequência, mais eficiente diante das demandas formativas atuais.
O referencial dessa reflexão tomado pelas matrizes teóricas da UFSB está em Pierre Lévy. Para ele, nessa realidade, surgem espaços abertos e não lineares, onde cada indivíduo preenche um papel específico, único. E, segundo Lévy, torna-se urgente uma profunda reforma no sistema educacional no que diz respeito a reconhecer as experiências adquiridas por cada personagem do jogo educativo. Para ele, escolas e universidades deixam de ter exclusividade na criação e transmissão do conhecimento. A ideia agora é orientar os caminhos individuais, reconhecendo os saberes de cada pessoa, os diferentes olhares.

Tal como Thomas Friedman afirmou em recente artigo: “Não importa a quantidade de informação e sim a qualidade desta. Mais importante do que aquilo que você sabe é aquilo que você é capaz de fazer com o que você sabe. Uma escola livresca, de ensino uniformizador, não tem mais a capacidade de oferecer atrativos para as novas gerações”.
A UNESCO, por meio da Coordenação de Educação, em 2013, divulgou o documento Diretrizes para Política de Aprendizagem Móvel, o qual estimula o uso de tecnologias móveis em sala de aula. Segundo o documento, “não usar tecnologias móveis é perder oportunidades educacionais muito ricas”.
E, se meu aluno pode confrontar as informações que eu apresento em sala através de recursos tecnológicos, penso que isso potencializará a qualidade de seu aprendizado. Diante do cartaz citado, contrario-me e digo aos meus alunos: Ligue o celular e faça bom uso durante a aula!
Felipe de Paula é professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

20 respostas

  1. , Tem que proibir mesmo. As teclas só são direcionadas para Facebook, Orkut, Twiter e outros. O besteirol que a maioria discute nessas redes é uma tremenda perda de tempo.

  2. O problema é que, nos dias atuais, os alunos utilizam seus aparelhos eletrônicos para fins não didáticos.
    Também não é correto proibir.
    O correto é defender a utilização de aparelhos eletrônicos com a autorização do professor, quando estiverem acontecendo as respectivas aulas. Sendo assim, cabe ao professor dizer se, com ele, o aluno pode ou não pode utilizar o aparelho.
    Até porque o aluno pode utilizar tais aparelhos em outros momentos(que não sejam os das aulas) para aprofundar o conhecimento.
    Tá mais do que claro, para aqueles que frequentam salas de aula, que muitos alunos ficam manuseando celulares, tablets…etc, com a respectiva atenção desviada. Por vezes, durante a aula, ficam sorrindo com mensagens que estão trocando em facebook, whatsapp, instagran….
    Em tais casos, o professor perde a concentração, fica chateado e não rende.

  3. me desculpe felipe mas levar um celular para escola tem um papel pedagogico tão grane quanto levar um gameboy ou uma carteira de cigarros. se ele tem algum potencial para ser utilizado como ferramenta educativa? tem! mas em 90% do tempo será utilizado para se dispersar da aula.

  4. a questão não é proibir o uso das tecnologias.. elas podem ser usadas onde quiserem, exceto na sala de aula..onde a concentração, a atenção e o respeito com o professor deve ser mantido..
    o caso não é de centralização..mas se um aluno tem um celular na aula, ele fica disperso e não participa da discussão.. o dito aluno que usa celulares, tablets ou notebooks em sala não esta preocupado em fazer uma pesquisa para enriquecer a aula…e sim, navegar no facebook!!
    As universidades que conheço não proibem o uso das tecnologias..pelo contrário..e estimulam tanto que fornecem formas de acesso diversificadas, sendo por pontos de internet, hotspots, computadores nos pavilhões de aula etc..
    agora quando vc vai dar uma aula e o pessoal fica viajando no facebook.. irrita e desmerece o profissional que se preparou para dar uma aula de qualidade..
    Novamente reitero, não é proibir..mas saber dosar..saber usar na hora certa..
    Parabens pela nota!!

  5. Zelão diz: – “Reforma do ensino, Já!”
    Minha neta estuda hoje em uma escola de Aracaju. Lá é exigido o uso de “tablete” em sala de aula e os assuntos de classe, são dados através de quadros digitais.

  6. A questão chave é: não é liberar por liberar, mas também não é proibir por proibir. A tecnologia tem potencial para ajudar na educação sim – e muito!
    Agora a atitude pedagógica mais adequada é orientar o uso, direcionar as práticas. Proibir simplesmente é apenas a atitude mais cômoda.
    A outra opção dá mais trabalho, mas dá bons resultados!

  7. Prezado Felipe,
    Sua argumentação em relação à nova tendência da educação está correta, o modelo de ensino da UFESBA é sonhado desde a década de 60. No entanto, sua infelicidade é introduzir essa discussão a partir de um cartaz sobre celular em sala de aula. Vc não deve viver em Marte e sabe muito bem que o abuso da liberdade gera situações de desrespeito a si mesmo e ao aprendizado do outro. E isso, meu caro, não tem nada de estrelismo de professor.

  8. Quando o celular era novidade
    Coisa de rico e empresário
    Ter o aparelho era vantagem
    Hoje é artigo necessário
    Cabe nas bolsas e nos bolsos
    Do doutor ao operário
    Agora culpam o aparelho
    Por algo que não inventou
    A vadiagem do aluno
    Não foi ele quem instaurou
    É prática bem antiga
    De quem viu e não gostou
    Antes eram os bilhetinhos
    Quadrinhos e “catecismos”
    Hoje têm o Facebook, WhatsApp
    São os novos mecanismos
    Condenar o celular
    É o cúmulo do pessimismo
    Aluno não é bicho
    Conduzido em rebanho
    Se usam o celular na aula
    Pode até não haver ganho
    Mas proibi-lo por proibir
    É burrice sem tamanho

  9. FELIPE DE PAULA FAZ UM TESTE SIMPLES, PROCURE LECIONAR UMA AULA DO MAIS SIMPLES ASSUNTO, DETERMINE EXERCÍCIOS E DEIXE TODOS SEUS ADORAVEIS ALUNOS USAREM O CELULAR A VONTADE. VOCE VAI TER UM RENDIMENTO EXCEPCIONAL.
    TEM QUE BANIR , PROIBIR , APLICAR PENALIDADES, POIS NO MOMENTO DE CONCETRACAO DE APRENDIZADO, O ALUNO VAI ESTA FALANDO BABOSEIRAS NO CELULAR COMO SEMPRE. ACORDA PRA VIDA.

  10. Você é professor? Está realmente na sala de aula ministrando ? Suas colocações é de quem não vive o dia a dia com os jovens e adolescentes. Sua teoria é formidável entre adultos que sabem o que querem e estão com a personalidade formada e amadurecida. Existe uma distância enorme entre a teoria e a prática. Faça uma pesquisa entre os adolescentes e veja quantos deles usariam o celular em sala para enriquecimento do assunto. Eu já fiz mais prefiro que você faça pessoalmente para não desacreditar dos meus dados.
    Abraços e boa pesquisa.

  11. Bom, atento para o evidente: em momento algum em meu texto sugeri o uso livre das tecnologias. Tal como o comentarista “Curioso” citou acima, a postura mais conveniente remete ao uso orientado, direcionado. Uma simples proibição oferece mais perdas do que ganhos.
    A própria UNESCO, no documento que recomenda o uso de tecnologias móveis, sugere a capacitação para o uso responsável dessa ferramenta.
    Sim, estou falando de uma universidade, de minhas vivências constatadas no dia a dia em sala de aula. E essas vivências, independente de pesquisas, me mostram alunos utilizando com desenvoltura a conexão wi-fi da universidade em seus celulares e tablets para complementar as pesquisas nas atividades em sala – e assim encontrar, inclusive, fontes mais amplas do que as oferecidas por minha aula.
    Esse processo será mais trabalhoso em uma escola? Claro que sim. Mas será possível de ser executado? A resposta é a mesma.

  12. Provavelmente você não é um professor, principalmente de adolescentes, e se for, então deve viver numa órbita diferente da que eu vivo.
    O uso da tecnologia é fantástico para enriquecimento da abordagem de certos conteúdos, mas o controle deve haver sim. Liberar o uso, somente em casos específicos, sob orientação do professor. A molecada tem celular, tablet, note,….. em casa o tempo todo, mas procure saber se a maioria usa esses equipamentos para enriquecimento do saber. Não! Usam, na maioria das vezes para bate-papos ou postagens sem nenhum fundo didático.
    Vou discordar de sua opinião reta, fazer educação não é tão simples assim, de fora é fácil. Mas volto a dizer, se você é professor e opina diferente da maior parte dos professores aqui comentando, então ensina em outra órbita ou você é o máximo e todos nós não sabemos o que dizemos.

  13. Professor:
    Provavelmente você não é um professor, principalmente de adolescentes, e se for, então deve viver numa órbita diferente da que eu vivo.O uso da tecnologia é fantástico para enriquecimento da abordagem de certos conteúdos, mas o controle deve haver sim. Liberar o uso, somente em casos específicos, sob orientação do professor. A molecada tem celular, tablet, note,….. em casa o tempo todo, mas procure saber se a maioria usa esses equipamentos para enriquecimento do saber. Não! Usam, na maioria das vezes para bate-papos ou postagens sem nenhum fundo didático.Vou discordar de sua opinião reta, fazer educação não é tão simples assim, de fora é fácil. Mas volto a dizer, se você é professor e opina diferente da maior parte dos professores aqui comentando, então ensina em outra órbita ou você é o máximo e todos nós não sabemos o que dizemos.

    No final da reportagem diz que és professor universitário (desculpa a negligência). Ok, a reportagem cita um cartaz de universidade. Numa ou outra situação, NA UNIVERSIDADE, pode até ser que haja um pouco de respeito se o uso é liberado, mas se você descer ao nível da molecada (10 anos aos 17 anos) sua opinião será reformulada. Educar é muito complexo, o que funciona com uma criança, pode não funcionar com um adolescente. O que funciona com um adolescente, pode não funcionar com um adulto. O que funciona com um adulto(seu perfil de aluno, na maioria), pode não funcionar com um adolescente.

  14. PREZADOS PROFESSORES E FELIPE DE PAULA.
    O USO DO TAL CELULAR É ALGO MUITO RUIM, USADO EM SALA DE AULA, SEJA, DESDE O INFANTIL, ADOLESCENTE E ADULTO. PRIMEIRAMENTE UMA ENORME FALTA DE EDUCACAO COM TODOS EM UMA SALA DE APRENDIZAGEM. IMAGINEMOS E SE REALIZAMOS EM NOSSOS MEROS PENSAMENTOS LOGICOS. CITO ALGUMAS SITUAÇOES, PRINCIPALMENTE PROFISSIONAIS EM NOSSO DIA A DIA:
    A) UM PROFESSOR SEJA EM QUALQUER FASE DE APRENDIZADO. SERIA MUITO OBSCURO UM PROFESSOR ENTRAR NA SALA DE AULA E LECIONAR UMA AULA COM UM CELULAR NO OUVIDO CONVERSANDO COM OUTRA PESSOA, CERTAMENTE OS ALUNOS NAO IRIAM GOSTAR, POIS O APRENDIZADO ESTARIA SENDO PEJUDICADO SUMARIAMENTE;
    B) UM JUIZ EM UMA AUDIENCIA COM O TELEFONE OU TABLET VENDO NOTICIAS NA TAL INTERNET E PROIFISSIONAIS NA SALA AGUARDANDO O JUIZ ” VOLTAR” DO MUNDO TECNOLOGICO, PARA PODER INICIAR OS ASSUNTOS E DISCURSAR SOBRE O DIREITO, TOMANDO AS DECISÕES NECESSARIAS , TANDO O DEFENSOR, QUANDO O REU E O JUIZ JULGAR;
    C) UM CONTROLADOR DE VOO ( UMA PROFISSAO ONDE POSSUI UM ALTO NIVEL DE CONCENTRAÇÃO ) FALANDO AO CELULAR, CERTAMENTE CAUSARIA UM DANO OU UMA CATÁSTROFE DE ENORME PROPORÇÃO EM UM AEROPORTO;
    D) UM PROFISSIONAL DA INDUSTRIA OPERANDO UMA MAQUINA DE SOLDA E FALANDO AO CELULAR;
    E) UM MOTORISTA FALANDO AO CELULAR, CAUSOU RECENTEMENTE NO RIO DE JANEIRO ACIDENTE COM UMA PASSARELA ONDE HOUVE VITIMAS FATAIS E OUTROS CASOS DE IMPRUDENCIA , PRINCIPALMENTE ALGO TAO GRAVE QUE É CONDUZIR UM VEICULOS ( VALE RESSALTAR O GRAU DE ATENÇÃO QUE NOS TEMOS NO TRANSITO).
    F) ENTRE OUTRAS PROFISSOES QUE DENOTAM CONCENTRAÇÃO. EU DIRIA TODAS ELAS.
    O USO DO CELULAR É NECESSARIO APOS VOCE TERMINAR SEU APRENDIZADO. VOCE NAO ENTRA EM UMA SALA DE ENTREVISTA DE TRABALHO, CONVERSANDO COM SEUS FAMILIARES, AMIGOS. SENAO CERTAMENTE É ELIMINADO. VOCE NAO ENTRA EM UMA SALA PARA REALIZAR UM CONCURSO, FALANDO AO CELULAR.
    CELULAR, TABLET E OUTROS ENGODOS TECNOLOGICOS EM SALA DE AULA DEVEM SER MESMO EVITADOS. COMO DISSE O SR BETO DOURADO. A TEORIA É DIFERENTE DA PRATICA.
    ENTAO APRENDEMOS QUE: DOIS SENTIDOS NAO SE ASSIMILAM. É A PURA VERDADE.
    AGRADEÇO OPORTUNIDADE

  15. AH ESQUECI DE UMA COISA:
    NAO VIVEMOS REFENS DE CELULAR, TABLET OU NOTEBOOKS.
    O MUNDO NA GIRA EM FUNCAO DE VOCE QUE NAO ESTA FALANDO NO CELULAR COM ALGUEM.
    APRENDAM A FICAR SEM CELULAR UM DIA. NAO SEJAM REFENS DE CELULAR.

  16. Felipe de Paula,
    Proibir por proibir é até indecente.
    Utilizar o celular em sala de aula para fins didáticos é até ideal.
    O problema para quem está em sala de aula é que quase a totalidade dos alunos usam novas tecnologias para outros fins, e você sabe disso, e se não sabe é que não convive com a realidade a qual tenta mostrar.
    Precisamos pesquisar mais para podermos sair por aí dando palpites, principalmente quem usa de títulos.

  17. O uso de celular é polêmico, particularmente acredito que só deveria ser utilizado se o professor assim desejar em momentos bem específicos, e fracamente, sabemos que a maioria dos adolescentes só querem mesmo é acessar redes sociais, portanto, a realidade da sala é que vai definir que metodologia o professor deve usar.

  18. Sou super a favor do uso direcionado de eletrônicos. Vai além de celular. E se tratando do mesmo, nos dias de hoje é mais q necessário. Em sala ou qualquer outro lugar. Acredito que a discussão deve começar a permear outros âmbitos como: a desconstrução que celular atrapalha, como articular com os estudantes o uso da ferramenta, quais atividades posso desenvolver usando o celular e outras mídias tecnológicas.

  19. Sou professora universitária e, algumas vezes, integro o celular para atividades nas aulas. Porém, não permito a utilização desenfreada, porque vários alunos só usam redes sociais e de comunicação para bobagens e até ficam ofendendo os colegas e, pasmem, exigem atender o telefone, deixam tocar e conversam ao telefone durante a aula, ouvem música, assistem TV com fone de ouvido e chegam ao cúmulo da falta de respeito de afrontar e ameaçar o professor que pede silêncio e foco. Então, caros defensores inveterados da ferramenta: é apenas uma ferramenta e deve ser utilizada apenas quando o professor estabelecer. Atender ou fazer telefonemas em plena aula e ficar vadiando nas redes sociais e fazendo barulho é o cúmulo da falta de respeito, de valores e de concentração; atrapalha completamente o aprendizado e pode configurar extremo desprezo pelo professor.Total apoio a proibições; uso apenas em atividades dirigidas pelo próprio professor.

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