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erick maiaErick Maia | erickmaia13itb@gmail.com

países importantes como a Argentina, Itália e França fizeram o caminho inverso da privatização do saneamento, por entender, dentre outros argumentos, mas principalmente, que a água é um recurso natural estratégico e fundamental e que, assim, deve estar sob o controle estatal.

Como era de se esperar, foi lançando, no Diário Oficial do Município de Itabuna, ontem (24), a criação do conselho gestor de Parcerias Público-Privadas (PPP). Pelo que tudo indica, trata-se da primeira medida do governo municipal no sentido de privatização da Emasa.

Isso é lamentável e mais uma vez fica claro o interesse privado em detrimento da coletividade. Recentemente fizemos um grande esforço para que o Governo do Estado da Bahia assumisse a operação do sistema de água e esgotamento sanitário, inclusive com absorção de todo o quadro de funcionários da Emasa, mas que, infelizmente, a Câmara de Vereadores rejeitou.

Na ocasião, pela proposta do convênio de cooperação entre o Estado e o Município, o governador Rui Costa havia se comprometido em realizar todos os investimentos necessários para universalização do saneamento em Itabuna.

É bom lembrar que uma das ações mais importantes para que o município de Itabuna tenha segurança hídrica, está sendo conduzida pelo Estado da Bahia com a construção da barragem no rio Colônia, orçada em mais de R$ 100 milhões.

Estávamos convencidos, e ainda estamos, que a solução para os nossos desafios em saneamento básico passava por uma parceira pública que não implicasse em aumentos exorbitantes na tarifa de água, que penaliza principalmente a população mais carente, e que não houvesse demissões de trabalhadores. Não temos dúvidas que tudo isso é improvável com a parceira privada, uma vez que, sem dinheiro público, todos os custos dos investimentos serão repassado diretamente ao consumidor e, certamente, a grande maioria dos trabalhadores serão demitidos.

A título de exemplo, países importantes como a Argentina, Itália e França fizeram o caminho inverso da privatização do saneamento, por entender, dentre outros argumentos, mas principalmente, que a água é um recurso natural estratégico e fundamental e que, assim, deve estar sob o controle estatal.

Portanto, não deixaremos que os interesses de grupos políticos que, por vezes, misturam-se aos interesses privados, prevaleça sobre o interesse do conjunto da sociedade. Estamos preparado para fazer o debate, e demonstrar, que a privatização da Emasa é uma cilada e que não garante melhoria no abastecimento de água a exemplo da cidade de São Paulo. Por adiar investimentos, a SABESP, no intuito de atender aos interesses de investidores privados, fez com que a sua população sofresse uma grave crise de desabastecimento. Isso sem deixar de destacar o enorme problema que é a poluição do rio Tietê.

Entretanto, acreditamos ser possível o diálogo com os vereadores e o executivo municipal, para que o prefeito de Itabuna possa rever essa posição de implementação de Parceria Público-Privada, que, na verdade, é uma privatização disfarçada.

Finalmente, reiteramos e mais uma vez defendemos como alternativa à privatização, que o Governo do Estado da Bahia assuma a operação dos serviços de água e esgotamento sanitário em Itabuna, logicamente, condicionada ao compromisso de absorção dos trabalhadores da Emasa, da dívida da empresa e da destinação de parte da arrecadação dos serviços de água para o município.

Erick Maia é dirigente regional do Sindae.

0 resposta

  1. Ingênuos? Ignorantes? Ou mal intencionados mesmo?
    Após caminhões de evidências de toda parte, após provas e estudos do mundo todo, uma parcela das pessoas simplesmente não quer saber de nada e ainda não entendeu que:
    – Empresas privadas são quase sempre mais eficientes e honestas do que empresas públicas. Sim, tem exceções. São poucas e justamente reforçam a regra
    – Estatal não é e nunca foi “do povo”. Quem ganha com estatais são os políticos corruptos, que são nomeados para dirigí-las e mamar nas tetas de cargos e propinas
    – Sim, tem empresas que corrompem (tipo Odebrecht), mas notem que quase sempre do outro lado tem uma estatal (tipo Petrobrás) sendo corrompida. Por que será, né?
    – Se alguém roubar uma empresa privada quem perde é o dono. Se roubarem uma estatal quem paga a conta é você, cidadão comum pagador de impostos
    – Se a empresa privada for ruim ela quebra e sai do mercado. Se a Estatal for ruim ela dá prejuízo e você paga a conta
    – As empresas privadas mais reclamadas do Brasil são justamente nos setores onde o governo se mete mais (por exemplo telefonia). Setores mais livres tem as empresas mais admiradas (por exemplo Nestle, Apple, etc)
    – Funcionário preguiçoso e incompetente em empresa privada vai para a rua. Na estatal ele passa o resto da vida lá e você tem que aturar
    Empresas do governo: boas só pros corruptos

  2. A emasa tem jeito mais o prefeito deixou uma diretoria técnica que é a mesma da gestão passada a diretoria técnica é um dos setores principais da emasa é responsável pela captação da água pelo tratamento e pela distribuição da água. Aí como uma empresa v

  3. Demagogia PURA, o próprio Governo do Estado, tentou e esta tentando fazer uma PPP na EMBASA. Vamos modernizar e progredir. Outrossim, o que a EMBASA queria com a EMASA era o lucro, já que somente ficaria com 150 dos 302 funcionários, bem como, também, o débito seria absorvido pela Prefeitura a EMBASA não ficaria com esse passivo.

  4. Marreta neles Fernando Cuma!!!A população não correu atrás dos seus direitos. Ninguém fez pressão à Camara Municipal para que os serviços fossem transferidos para EMBASA com a proposta do Governo do Estado de investimento, inclusive com a absorção do quadro de funcionários. Com a privatização o que vai ocorrer? o Zé Povinho que não reclama nada e podem compra água, vai pagar a tarifa bem mais cara e o funcionários serão demitidos. Era o que se esperava de Fernando Gomes. O povo merece porque o povo quis assim!!!!!!!!!!!

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