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domingos matosDomingos Matos | D´O Trombone

 

A Ceplac quer estar na GigaSul. “Ah, mas precisa de concurso!”. Precisa, claro. Mas para implantar a Nova Ceplac, jamais para “fortalecer” a atual. Fazer mais e melhor, com menos estrutura.

 

É batata. Toda autoridade que por aqui chega ou mesmo aquelas que daqui não saem, na falta do que dizer sobre a Ceplac, ou pedem ou prometem o seu fortalecimento.

Por favor, parem!

A Ceplac, também conhecida como a Velha Senhora da Cacauicultura, já foi muito forte, em sua mocidade.

Naquela época, não faltou quem dela tirasse pedaços, vantagens e sua seiva. Muitos até dos que hoje falam em pedir seu “fortalecimento”.

Hoje, sessentona, ela não quer essas migalhas traduzidas nas tais promessas de vitaminas e sais minerais dos políticos sem criatividade e sem informações.

Sim, sem informações. Porque, se ao menos consultassem seus assessores, se os tivessem bons e antenados, evitariam falar essa grande bobagem. Mesmo quando ‘orientados’ por alguns ceplaqueanos, a “velharia” erra. Simplemente porque pergunta sobre a Ceplac à “velharia” da Ceplac.

A Ceplac está discutindo a pós-modernidade. Trabalho em redes digitais, a partir de conceitos de tecnologia, inovação e comunicação.

A Ceplac quer estar na GigaSul. “Ah, mas precisa de concurso!”. Precisa, claro. Mas para implantar a Nova Ceplac, jamais para “fortalecer” a atual. Fazer mais e melhor, com menos estrutura.

Sair da lógica da assistência técnica de porteira em porteira. Em tempos de diárias minguadas, combustíveis escassos, pessoas obsoletas…

Discute, por exemplo, fazer ciência por demanda, não por vontade do clubinho.

O paradoxo máximo será a cara da própria Ceplac, expert em contradições: ela vai se modernizar quando o Brasil, enquanto nação, se atira num buraco negro do atraso, levado por um governo totalmente analógico, desde os conceitos até as pessoas. Mas, que seja. Até porque, esse processo não é tão novo, embora dele a Velha Ceplac nada fale. No coments. O bom é manter o status quo.

O importante é que vai se (pós)modernizar para, aí sim, se fortalecer, na medida de sua capacidade e da necessidade de sua missão.

Portanto, político, antes de prometer “lutar” pelo fortalecimento da Ceplac, que tal saber da Ceplac o que a própria está projetando? Atente, porém, para a recomendação: saber sobre o que ela está projetando não é o mesmo de saber o que alguns dela estejam querendo.

Esses, infelizmente, acham que “fortalecer” a Ceplac lhes garantirá um elixir da eternidade. Ou, um suprimento eterno de viagra.

Sinto dizer, mas a discussão da Ceplac hoje é outra, tios. Vocês, ó. Nadavê.

Domingos Matos é editor d´O Trombone

9 respostas

  1. Até que enfim; alguém se levanta com inteligência, conhecimento de causa e totalmente desprendido de qualquer interesse pessoal, para falar o que paroleiros de plantão e pretenciosos, nunca tiveram o mínimo de inteligência para falar as verdades, a cerca da Ceplac, expostas pelo nobre articulista!

    Parabéns pelo brilhantismo, Domingos!

  2. Parabens meu caro Domingos ! Finalmente alguem com coragem para combater a velharia ultrapassada e arcaica da CEPLAC,aquelas mesmas mentes retrógradas que outrora devastaram a Mata Atlantica aqui em nossa região plantando na mente dos usuráveis cacauicultores que a devastação da mata e a implantação de um sombreamento externo seria o alcance máximo da produção e eventualmente o lucro extraordinário para os famigerados coronéis.
    Onde estão as nascentes da região, os rios e fontes, a incidência de chuva, aquelas lindas arvores de 70,80 metros de altura? …sumiu tudo, graças não à CEPLAC, mas, aos ceplaqueanos.
    Acredito que como você diz é preciso renovar as mentes pensantes da Ceplac e não fortalecer aquilo que não tem mais vida.

  3. O suposto cronista não sabe o que é e o que foi a Ceplac. Tivesse a humildade de estudar, pesquisar e conhecer o passado da região do sul Bahia – a Região Cacaueira – teria a dimensão da bobagem que escreve. Pode-se dizer um réquiem.

    O conhecimento científico e tecnológico acumulado pelos pesquisadores nas últimas seis décadas, com trabalho duro e suor, é reconhecido em todo o mundo e credencia a Ceplac na pesquisa em agricultura tropical.

    Não fosse isso, a lavoura do cacau teria ido para o buraco após a 2ª Guerra Mundial. Aliás, teria seguido o caminho de outros ciclos de lavouras do país desde a colonização portuguesa que não contaram com a pesquisa como suporte.

    A internet facilita a difusão de tolices como a que o missivista do alto de seu iletrismo apregoa. Mesmo o cacauicultor mais inculto é incapaz de repetir tais desconhecimentos.

    Para saber o que é a Ceplac dispensasse os pentabytes, terabytes, gigabytes e outros bytes que tolamente considera avanço. No atual estágio, Tecnologia da Informação é ferramenta, instrumental. Apenas isso…

  4. Confesso que não vi nada que venha a denegrir o brilhante serviço prestado a cacauicultura, pela Ceplac, quando ela tinha gestores e não empregados como hoje!
    Pelo que pude entender, o articulista nos leva à ver que os que gritam pelo seu fortalecimento, o fazem, não pela representatividade dela a cultura cacaueira, mas, como ele deixou claro; “pelo viagra eterno” Caso contrário, depois de quase trinta anos de devastação do cacau no Sul da Bahia, tanta ciência teria apresentado resposta e solução concretas!

  5. Aloisio Santos,

    O senhor Aloísio Santos, estudioso que certamente é da Ceplac e da região, pode responder qual o custo de uma arroba de cacau produzida nas áreas de cultivo da própria Ceplac? Quanto custa um litro de leite daquelas vaquinhas que enfeitam a paisagem de quem passa pela BR-415? Qual o prazo e quanto custa uma análise de solo no laboratório daquela unidade? Eu sei.
    Quanto a culturas que “não avançaram” desde o pós-guerra, entre essas estariam a soja, o café, o milho, a laranja, a cana-de-açúcar? Em que posição o cacau se encontra entre os produtos de exportação e consumo interno que seguram o PIB brasileiro há décadas?
    Como está a superprodução e superprodutividade de cacau na Bahia? O Pará é um buraco distante ou um gigante que já nos ultrapassa? Logo a nós, os detentores de toda tecnologia mundial em cacau, o maior banco mundial de germoplasma etc, etc… (Não vale dizer que o Pará faz isso assistido pela Ceplac, porque sabemos da realidade da extensão de lá).
    Voltando à vaquinha decorativa: qual foi mesmo o boom da bovinocultura regional, o superdesenvolvimento da bacia leiteira, que a cada semestre provoca as conhecidas ameaças de fechamento de unidades fabris, como as da Nestlé por aqui?
    Porém, apenas gostaria de dizer que você, caro Aloísio, não chegou a verdadeiramente ler meu texto. Apenas partiu para uma resposta em defesa do “fortalecimento da Ceplac” nos moldes que a verdadeira Ceplac nem suporta mais ouvir dos políticos. Quando digo “verdadeira Ceplac”, excluo a “velharia” – e aqui o termo se refere ao pensamento atrasado, como o seu próprio, afinal – e não aos valorosos ceplaqueanos que não suportam o velho “clubinho”, do qual todos sabemos quem são os expoentes.

  6. Um ponto de vista que deve ser discutido e levado em conta! Outras pessoas poderiam também, a exemplo de Domingos Matos, entrar nessa discussão que é muito importante para a região.

  7. Isso é que é conhecimento de causa!

    Sou admirador dos sábios desprendidos de qualquer interesse pessoal!

    São formadores de opinião dessa natureza que o país precisa para nos tirar da mediocridade gestora que, até hoje, nos mantem no nível de terceiro mundo quando, na verdade,temos PIB de primeiro!

    O que explica tal discrepância, senão o pensamento retrógrado dos paroleiros e ambiciosos da coisa publica de plantão?

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