Para que o PMDB seja outro, o PMDB que Bruno Reis deseja, é preciso que a legenda passe por uma gigantesca assepsia. Uma limpeza de cima para baixo, do planalto para a planície.
O vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis (PMDB), tem todo o direito de defender sua legenda diante dos sucessivos escândalos protagonizados por suas lideranças.
Um livro com milhares de páginas contando tudo sobre a sujeira peemedebista, dando nomes aos “bois”, poderia ser lançado sem nenhuma dificuldade.
É evidente que um capítulo seria reservado para a cúpula do PMDB no Senado da República. Há fortes indícios de que cinco parlamentares teriam recebido R$ 864 milhões de propina.
Quando questionado se o PMDB corre o risco de perder quadros em decorrência da dinheirama encontrada no bunker de Geddel, Bruno diz que não.
Mas ao justifica o “não”, o vice, que pode virar prefeito se ACM Neto disputar o Palácio de Ondina, se empolga : “O PMDB passa por um processo de renovação e deve ganhar fôlego”.
Ora, ora, o PMDB passando por um “processo de renovação” com Romero Jucá no comando nacional da legenda? A tábua de salvação é o tempo que dispõe no horário eleitoral.
Para que o PMDB seja outro, o PMDB que Bruno Reis deseja, é preciso que a legenda passe por uma gigantesca assepsia. Uma limpeza de cima para baixo, do planalto para a planície.
O vice-prefeito sabe disso. Bruno não é nenhum neófito e, muito menos, um ingênuo a ponto de acreditar que o PMDB passa por uma mudança.
O PMDB continua o mesmo. O PMDB de priscas eras, como diria o saudoso e inesquecível jornalista Eduardo Anunciação, hoje em um lugar chamado eternidade.
Marco Wense é editor d´O Busílis.