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marco wense1Marco Wense

 

A executiva do PDT de Itabuna, os membros do diretório, sua militância e os simpatizantes da legenda vão caminhar do lado do médico Antonio Mangabeira França.

 

De início é bom dizer que foi a cúpula do PT, com o aval do governador Rui Costa, que traiu a base aliada no último processo sucessório de Itabuna.

Digo a cúpula, porque a traição não teve o apoio do diretório municipal e da sua militância, que continuaram firmes com a candidatura de Geraldo Simões.

Geraldo, vítima de cruel perseguição do secretário Josias Gomes (Relações Institucionais), chegou a definir a união entre Rui Costa e Fernando Gomes como “casamento de cobra com jacaré”.

Quando o PT sentiu que o então candidato do DEM iria ganhar, passou a paparicá-lo, como se Fernando Gomes fosse um velho companheiro. De repente, uns e outros viraram fernandistas desde criancinhas.

O estranho e inusitado apoio a Fernando não ficou restrito ao campo político, acabou se estendendo para garantir sua elegibilidade e torná-lo ficha limpa perante a Justiça.

O deputado Félix Júnior, presidente estadual do PDT, até que tentou dissuadir o comando petista a não apoiar o demista, levando Mangabeira a ter uma conversa com o governador.

O chefe do Executivo, no entanto, se deixou levar pelo disse-me-disse da articulação política do governo, com o fajuto e simplório argumento de que Mangabeira teria participado do movimento “Fora Dilma”.

Pois é. O “Fora Dilma” terminou influenciando o governador a não apoiar o candidato bem-intencionado, que poderia fazer um bom governo, combatendo implacavelmente a corrupção.

O engraçado é que Fernando Gomes, além de participar do “Fora Dilma”, passou a vida toda dizendo coisas impublicáveis em relação ao PT e aos petistas.

Recentemente, o alcaide disse que não tem nenhum acordo com o PT e, muito menos, com a eleição de Jaques Wagner para o Senado, que seu único compromisso é com Rui Costa.

Pessoas bem próximas do governador, em conversa com este modesto comentarista, afirmam que a cúpula do PT estaria arrependida de ter apoiado Fernando.

Arrependida ou não, o leite já foi derramado. A Inês é morta. Agora fica torcendo para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não decida por uma nova eleição em Itabuna.

Ora, ora, quem pariu “Mateus” que balance. Mangabeira, depois de tudo, de toda essa inominável traição, apoiar à reeleição de Rui? Tenha santa paciência.

O engraçado é que os petistas, com algumas pouquíssimas exceções, fecharam os olhos para as mãos dadas do governador com o prefeito Fernando Gomes. O silêncio foi ensurdecedor.

Quer dizer que as parcerias do PT são intocáveis, não podem ser contestadas, estão protegidas pelo manto da sobrevivência política e do pragmatismo.

Quando é outro partido que se mexe no tabuleiro da sucessão estadual, aí é incoerência, insensatez, contrassenso e seus sinônimos.

Não existe nada mais absurdo do que, por exemplo, essa aliança de Lula com o senador Renan Calheiros (PMDB), que foi o responsável maior pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Tenho dito que a reaproximação com Calheiros e, por tabela, com o PMDB – dos nove Estados do Nordeste, o PT pretende se aliançar com o PMDB em cinco –, é uma falta de respeito a Dilma.

E mais: essa reconciliação com o PMDB joga o discurso do golpe na lata do lixo. Ou seja, de “golpistas”, os peemedebistas passam a ser aliados de primeira hora.

“Pô, eu me aliei ao PMDB e o PMDB fez essa lambança”, diz o petista Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e substituto de Lula se o ex-presidente ficar inelegível.

O problema é que a ala saudosista do PT acha que o PMDB não fez “lambança” nenhuma, que tudo que estão dizendo dos caciques da legenda é pura invencionice da imprensa.

“Esquecem”, com um cinismo impressionante, que o PMDB é o partido do “quadrilhão” da Câmara dos Deputados, o abrigo de Moreira Franco, Eliseu Padilha, Geddel e companhia Ltda.

O PT não está mais em condições de ficar patrulhando outras legendas, já perdeu a luminosidade da sua estrela. É melhor ficar cuidando do seu próprio quintal, que anda precisando de uma limpeza.

Portanto, Mangabeira toma a decisão certa em não apoiar o segundo mandato de Rui Costa e buscar outras forças e lideranças políticas, como ACM Neto, pré-candidato na sucessão do Palácio de Ondina.

A executiva do PDT de Itabuna, os membros do diretório, sua militância e os simpatizantes da legenda vão caminhar do lado do médico Antonio Mangabeira França.

É o PT que deve uma explicação, até mesmo um pedido de desculpa. O honroso PDT de Itabuna, que tive a honra de presidir por duas vezes, vai continuar fazendo política com P maiúsculo.

Marco Wense é articulista político e editor d´O Busílis.

10 respostas

  1. Continuo falando a mesma coisa. O projeto Mangabeira perdeu o rumo e seu discurso esvaziou. Ele disse: “Quero ser prefeito para construir uma nova Itabuna” O que houve? Sair pra deputado por pirraça, pra fazer um enfrentamento por vingança, o torna menor. O balão de ensaio irá se materializar. É FATO! O que o nosso querido Marcos Wense tentar fazer neste texto é minimizar o caos político de Mangabeira, que aprendeu com seu staff a ciscar pra fora. Não há luz neste túnel, nem força expressiva que mude a lei natural das coisas da política que Mangabeira diz ser velha, mas que mergulha de cabeça na mesma. Com efeito Wense!

  2. PDT de Itabuna questiona o PT sobre o apoio a FG e assim, apoia ACM NETO, um tanto espelho ou seja fez o mesmo. De relação a candidatura de Mangabeira, sei não, correr muito para tentar ter a metade dos votos de 2016. Mangabeira esta com discurso impopular, essa história de TSE esta soando um tanto transloucado. Em sumo, essa Candidatura de Mangabeira e Deputado pode enterrar DE VEZ seus sonhos políticos.

  3. mangabeira é um personagem que wense inventou. Não tem coerência, não tem conteúdo em suas falas, nunca foi simpático com ninguém, não tem amigos… montou um personagem para ludibriar a população. O maior engodo que itabuna já tev. Fraquíssimo de discurso, fala nada com nada. Essa onda dele já passou, nada que ele pregou está agindo como.
    Não era político não queria fazer carreira política só queria cuidar de itabuna: e se diz pre candidato a dep federal?
    Se dizia o novo e que era contra as velhas práticas: por vinganca pessoal vai caminhar com AcmNeto traindo a ideologia do partido?
    Kkkkkkkk…..
    Faça-me uma garapa de limão balão! Doutor Manga. Essa manga já apodreceu é só o entusiasta wense que não se ligou.

  4. Ouvi do próprio mangabeira que ele iria fazer uma administração diferenciada para Itabuna e acreditei, votei e pedi voto. Agora ver Este político natimorto, apoiar o carlismo é o fim da picada, de novo nada.Apoiar o desgoverno petista também seria um suicídio. Só retornaria a acreditar em mangabeira como um político alternativo se fosse para o PSOL ou REDE.No mais será mais um.

  5. Muita boa a análise da conjuntura política de Itabuna. De fatos foi exatamente o que aconteceu, quem disser algo diferente é porque tem algum laço com algum grupo contrário à Mangabeira. Mas, Mangabeira já é uma nova força política e aliado a ACM Neto, que traz consigo uma Administração exemplar em Salvador, pode gerar bons frutos para Itabuna e Bahia.

    Que Venha 2018 com novos ares e fora velhas raposas.

  6. “Quando o PT sentiu que o então candidato do DEM iria ganhar, passou a paparicá-lo… O estranho e inusitado apoio a Fernando não ficou restrito ao campo político, acabou se estendendo para garantir sua elegibilidade e torná-lo ficha limpa perante a Justiça.” O bem informado colunista poderia nos brindar explicando melhor como teria sido essa ação do PT para garantir a elegibilidade de Fernando e “torná-lo ficha limpa perante a justiça”.
    Espero que o faça para não passarmos a tratá-lo como os colunistas de fofocas das “pós-verdades” de internet, também conhecidas como mentiras bem contadas.
    Quanto ao médico candidato, é muito visível seu alinhamento ao coxinismo hipócrita nacional. Vai apoiar o “honesto” grampinho pra governador, e, provavelmente, também um dos “honestos” João Dória, Bolsonaro ou Alckmin pra presidente…

  7. Candidatura fantoche, marionete, ou sei lá o que. Todos que se empolgaram com o discurso “novo” do pé de manga conhece bem o ditado popular sobre fruta madura no pé. Qualquer ser pensante sabia que a então candidatura natimorta tinha apenas finalidade de minar a reeleição de Rui Costa; puro tiro no pé. O PDT de Dagoberto Brandão se envergonharia e jamais aprovaria o tal apoio a ACM neto, convém ao espólio do partido em Itabuna rever seus conceitos. Lamentável artigo e triste apogeu de seu articulista.

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