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Rosivaldo Pinheiro 

 

Esse novo momento na composição da Universidade no Brasil fez nascer uma série de críticas e ataques por parte de setores da elite econômica e de veículos de comunicação patrocinados e vinculados aos interesses da classe dominante e dos grandes grupos privados ligados à educação superior particular no país, agravando-se agora com a visão do governo atual e a proposta contida no projeto “Future-se”.

 

Compreender a Universidade como espaço de construção e afirmação de uma sociedade é necessário, principalmente quando assistimos ao conjunto de ataques direcionados e orquestrados com o propósito de enfraquecê-la. Ter percepção do momento atual e defender a autonomia da gestão das universidades e a sua contribuição como espaço de ensino, pesquisa e extensão – tripé principal – é tarefa urgente e imperativa para o fortalecimento desse instrumento importante à construção de uma nação.

No Brasil, a Universidade tem início com a chegada da família real portuguesa em 1808. Portanto, historicamente a universidade brasileira foi um instrumento apropriado pela elite, como um entre tantos espaços sob o seu domínio. Da sua implantação para a atualidade, muita coisa mudou, mas, ainda assim, continuou sendo um espaço onde a maioria da sua comunidade faz parte da parcela com melhor nível de renda.

Nos últimos anos, há quase duas décadas, vemos a introdução de um conjunto de políticas públicas que começaram de fato a possibilitar uma maior presença de setores mais populares socioeconomicamente falando nas universidades Brasil afora, a exemplo da nossa Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Esse novo momento na composição da Universidade no Brasil fez nascer uma série de críticas e ataques por parte de setores da elite econômica e de veículos de comunicação patrocinados e vinculados aos interesses da classe dominante e dos grandes grupos privados ligados à educação superior particular no país, agravando-se agora com a visão do governo atual e a proposta contida no projeto “Future-se”.

Reagir e resistir a esses ataques é tarefa básica para não permitirmos o retrocesso e dificultarmos ainda mais a mudança da lógica dominante ao longo desses dois séculos de existência da universidade pública nacional, garantindo a construção de um modelo de educação superior público, voltado para o interesse de todos e, portanto, consagrando a Universidade como um espaço plural, um espaço para todos os brasileiros.

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades (Uesc).

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