Conforme o acórdão, os desembargadores consideraram que os argumentos apresentados na decisão de primeira instância não sustentam a revogação da prisão. Em seu voto, acompanhado em unanimidade, o relator do processo, desembargador Eserval Rocha, afirmou que “o despreparo revelado pelos réus para lidar com as circunstâncias descritas evidencia que, caso sejam agraciados pela soltura, há possibilidade expressiva que voltem a adotar a mesma postura intempestiva de outrora, que resultou na morte de uma das vítimas, evidenciando o risco que a liberdade dos acusados representa à ordem pública”.
Os policiais militares foram denunciados pelo MP em 7 de janeiro pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio, este último contra Renata Alves Correia. Segundo o promotor de Justiça Antônio Luciano Assis, os policiais surpreenderam Márcio Perez com vários tiros de arma de fogo no dia 19 de setembro de 2018.
O espanhol chegava em sua residência, no bairro de Armação, em Salvador, quando o seu veículo começou a ser alvejado. Acompanhado de Renata Correia, Márcio ainda tentou escapar dos vários e seguidos disparos efetuados pelos policiais, mas foi perseguido e alvejado pelas costas. Conforme a denúncia, ele faleceu em razão de traumatismo crânio encefálico causado por projetil de arma de fogo, sem possibilidade de lançar mão de qualquer recurso em defesa da sua vida. Os PMs foram presos novamente na última sexta (6), conforme o MP baiano.