Raymundo Pacheco Sá Barreto era um exímio contador de histórias e estórias, além de ser aquele amigo que todo o mundo gosta. Profundo conhecedor de Ilhéus, sua política e história, foi nominado por Jorge Amado como o “Último coronel do cacau”. Também afeito à lide política, Sá Barreto costumava contar essa história do então candidato a prefeito (primeira campanha), Jabes Ribeiro.
O ano 1982, início de campanha, Jabes Ribeiro vai a campo em busca de votos. Para tudo tinha um discurso pronto e se apresentava como a solução para todos os problemas de Ilhéus que Antônio Olímpio ainda não tinha resolvido.
Nessa empreitada contava com Sá Barreto, conhecedor de todas as “bibocas” e seus ocupantes de Ilhéus. Lá, Jabes abria o vozeirão para prometer Ilhéus como o melhor lugar do mundo, desde que lhe elegessem, é claro. E a campanha crescia a olhos vistos.
Num determinado dia, Jabes falava para as professoras, exaltando as qualidades da categoria e dizendo ser testemunha disso, por ter sido sua mãe professora. Noutro dia, o mesmo discurso foi feito para as lavadeiras, sempre com a mesma defesa, o que preocupou o velho e experiente Sá Barreto, que pretendia levar Jabes em alguns locais não tão bem afamados.
Para evitar esse dissabor, Sá Barreto chama Jabes no dia seguinte e faz um alerta:
– Jabes, pare com esse discurso, pois amanhã nós vamos fazer campanha nas casas de umas “conhecidas minhas” e não fica bem você expor a pobrezinha de sua mãe num lugar daqueles – disse, com a autoridade de sempre.
Sá Barreto sempre jurou que essa história é verdadeira.