Ônibus poderão rodar a partir da próxima segunda (10), conforme decreto
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A Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA) solicitou o retorno parcial do serviço de transporte coletivo urbano em Itabuna. A solicitação foi feita à Secretaria de Segurança, Trânsito e Transporte (Sesttran), por meio de ofício. O município está sem ônibus desde o dia 22 de março, como forma de inibir maior avanço da covid-19.

A defensora pública Laís Santos Oliveira afirma que o transporte é um serviço essencial e não pode ser interrompido nem mesmo em situações de emergência. Laís Oliveira diz que a suspensão total do transporte coletivo não tem sido adotada em outras cidades brasileiras, sendo necessário ofertar pelo menos um percentual mínimo de ônibus para a população.

“Isto tem que ser feito, claro, observando todas as medidas de segurança das autoridades de saúde, distanciamento social e uso de material de proteção individual. O transporte não pode ser interrompido completamente, porque neste caso se inviabiliza outro direito, que é o da acessibilidade, principalmente para aqueles que são beneficiários da gratuidade no transporte público, como quem faz tratamento de saúde, pessoas com deficiência, dentre outros”, explica a defensora pública.

Um primeiro ofício já havia sido enviado pela Defensoria, o qual foi respondido no último dia 19 de junho, afirmando que – no momento – o retorno é inviável e que a suspensão foi feita com base na recomendação do órgão de vigilância sanitária local.

Por isso, no novo ofício enviado à Prefeitura de Itabuna, foi solicitado pela Defensoria que se indicasse qual foi essa recomendação, no que ela está baseada. Em contraponto a essa determinação, foi encaminhado pela Defensoria um estudo da Fundação Getúlio Vargas que demonstraria que o transporte público não pode ser interrompido durante a pandemia.

TRANSPORTE ALTERNATIVO

A total ausência de ônibus em Itabuna tem feito, segundo a defensora Laís Oliveira, que muitos assistidos da Defensoria que realizam tratamento de saúde contínuo, como fisioterapia e tratamento psiquiátrico, estejam sendo obrigados a procurar outras formas de se deslocar, porque seus tratamentos não podem parar.

“Algumas dessas pessoas são inclusive beneficiárias da gratuidade do transporte, têm passe livre. Mas durante a pandemia elas estão tendo que ter essa despesa por conta da suspensão do transporte”, declara Laís Oliveira.

Por esta situação, a Defensoria também solicitou que fosse dado um transporte alternativo para as pessoas que precisam continuar com seus tratamentos, mas, de acordo com a resposta da secretaria itabunense, o transporte só está sendo disponibilizado para profissionais de saúde, por meio de cinco veículos. Assim, no novo ofício, a DPE/BA questiona quem são os profissionais de saúde e demais serviços essenciais que têm utilizado o transporte alternativo disponibilizado, assim como o critério adotado para a seleção desses profissionais.

Em caso de retorno do transporte público, o ofício da Defensoria também recomenda que seja assegurado um percentual razoável de veículos, evite-se aglomerações nos terminais e dentro dos veículos, além de que seja reforçada a limpeza e a higienização dos ônibus e dos pontos de espera do transporte, bem como que os motoristas, cobradores e demais profissionais sejam orientados para reforçar os cuidados pessoas, como lavar as mãos ao término de cada viagem e sempre utilizar máscaras.

Itabuna é a segunda cidade da Bahia com mais casos e mortes ligadas ao coronavírus: são 1879 casos confirmados e 63 mortes por covid-19, de acordo com dados da prefeitura de Itabuna postados em suas redes sociais no último dia 22 de junho.

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