Donos de bares, food-trucks e restaurantes protestam na sede da Prefeitura de Ilhéus
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Empresários e músicos foram ontem (5) ao Centro Administrativo de Ilhéus, sede da Prefeitura, protestar contra o decreto estadual que impõe toque de recolher das oito da noite às 5 horas da manhã. Segundo Agnaldo Batista, que conversou com o PIMENTA nesta sexta-feira, o grupo reivindica a mudança do início do toque de recolher para as 23 horas, de modo que bares, lanchonetes e restaurantes possam realizar atendimento presencial até esse horário.

Por causa do negócio que toca há 16 anos no bairro do Pontal, o microempresário Agnaldo Batista é mais conhecido como Guigui da Tapioca. Ele informou ao site que emprega cinco pessoas, mas não consegue fechar as contas funcionando apenas com o delivery, que corresponde a 8% das suas vendas. “É muito pouco. Para quem tem estabelecimento constituído, com funcionário registrado, com aluguel, encargos, isso aí não representa nada na nossa movimentação”.

“A situação está difícil, a gente está sofrendo desde o ano passado”, diz Agnaldo Batista, que vende tapiocas recheadas no Pontal há 16 anos

A manifestação dessa sexta-feira reuniu donos de bares, restaurantes, food-trucks e artistas, pessoas que tiveram suas atividades econômicas atingidas em cheio pelos impactos da pandemia de Covid-19. “A situação é difícil. A gente já vem sofrendo desde o ano passado. A gente tá vivendo tudo de novo e sem expectativa de melhora. Todo mundo que começa a funcionar a partir das 18 horas não está podendo trabalhar. A gente quer a flexibilização do toque de recolher, modificando para o intervalo entre 23h e 5 horas”, explica Agnaldo.

De acordo com o empresário, os estabelecimentos de Ilhéus seguiram todas as medidas do protocolo de retomada das atividades econômicas. “Diminuímos a quantidade de mesas e aumentamos a distância de uma pra outra. Entregamos álcool em gel aos clientes, higienizamos mesas, cadeiras, cardápios. Não tem nenhum comércio em Ilhéus que foi autuado por descumprir as regras”, afirma.

Ontem, no Centro Administrativo, os manifestantes conversaram com o secretário de Cultura e Turismo de Ilhéus, Fábio Junior. Conforme Agnaldo Batista, o secretário explicou que o comitê de enfrentamento da pandemia vai se reunir na segunda-feira (8) e, no dia seguinte (9), apresentará posicionamento aos setores econômicos representados no protesto.

Agnaldo enfatiza que a crítica ao horário e às regras do toque de recolher tem adesão estadual. Ele enviou ao PIMENTA nota pública da seccional baiana da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes.

“O segmento de bares e restaurantes tem sido bastante sacrificado e amarga com a falta de condições para sobrevivência de cerca de 56 mil empreendedores, geradores do sustento de mais de 250 mil famílias na Bahia. Com os constantes fechamentos, o setor sofre hoje com 30% de estabelecimentos que encerraram suas atividades, totalizando um triste número de cerca de 18 mil empresas com suas portas fechadas e um desemprego de mais de 60 mil pessoas, desde o início de 2020”, informa trecho da nota.

O texto também destaca que “é de extrema necessidade a preservação de vidas, com ampla estratégia de vacinação, ofertas de leitos, contenção de aglomerações e fiscalização do uso de máscaras”.

Até o momento, o vírus matou 12.353 pessoas no estado. Até as 17 horas dessa sexta-feira (5), 87% dos leitos de UTI Covid para adultos da Bahia estavam ocupados.

Uma resposta

  1. Oi me chamo Andressa… Tenho 19 anos, faço 20… Estou a procura de um emprego… tô parada no momento!!! Devido o covid. moro aqui mesmo em Ilhéus… Sou trabalhadeira, corro atrás dos meus objetivos, e seja o que Deus quiser… Agradeço

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