Tempo de leitura: 2 minutos

A comunicação que me escolheu e me acolheu segue abraçando vidas, dando voz a causas e pessoas por empatia e compaixão, e experimentando o correr da vida.

Manuela Berbert

A comunicação me escolheu lá atrás, quando eu liderava a equipe de um jornalzinho no colégio que, mesmo sem a força da internet, já conseguia circular por todas as principais instituições da minha cidade. E hoje eu olho para trás, penso nas articulações dessa distribuição em massa de umas folhas de papel que ditavam regras e modismos,  e entendo perfeitamente que não nasci para fazer outra coisa. Mesmo!

Mas é bem louco perceber que ela nem sempre me acolheu também. Que o mais do mesmo, o comum, ditou as regras engessadas do mundo por um tempo, e que as opiniões alheias me encolheram em vários momentos da vida. Resisti, não desisti, mas sofri. E muito. Dia desses, em conversa com uma cliente de consultoria para conexões e redes sociais, lembrei de uma passagem que me marcou bastante: no retorno da minha primeira viagem a São Paulo, escrevi na coluna que assinava no Jornal Diário Bahia o quanto teria sido acometida pela decepção. Teria achado a cidade suja, fedida e a quantidade de pessoas dormindo nas ruas teria cegado completamente o meu olhar. Recebi um retorno tãããão pesado de alguém próximo, que passei alguns dias tonta e absorvendo aquilo tudo!

No seu feedback, ela me disse que era até um tanto tabaréu da minha parte escrever aquilo em um veículo de comunicação. A potência São Paulo seria inegável, e o meu olhar era, digamos, amatutado. “Alguém que não consegue enxergar a dimensão da cidade porque tem a mente pequena”, ela definiu, em outras palavras. Uma paulada no meu juízo, que doeu forte. Não me retratei, como ela sugeriu, mas segui escrevendo cheia de dedos, justificando que talvez eu não tivesse conhecido a parte boa da cidade e que a culpa era minha por isso.

Hoje, a Manu que vos escreve jamais agiria assim. A comunicação que eu acredito me escolheu e também me acolheu. Me permitiu ser dona das minhas opiniões, ainda que eu as mude alguns dias depois, por experiência própria. A comunicação que me escolheu e me acolheu segue abraçando vidas, dando voz a causas e pessoas por empatia e compaixão, e experimentando o correr da vida. É como cantarolava o amigo Toni Garrido na canção A Estradaa vida ensina e o tempo traz o tom…”.

Manuela Berbert é publicitária.

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *