Lauro Mendes Calazans, presidente do Aeroclube de Ilhéus || Foto PIMENTA
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A dois meses de concluir o mandato na presidência do Aeroclube de Ilhéus, Lauro Mendes Calazans, 38, recebeu o PIMENTA para uma visita guiada às instalações da escola de aviação. Com trânsito livre no Aeroporto Jorge Amado, ele autorizou a entrada da nossa reportagem pelo portão de embarque e nos levou à recepção do clube.

No local, explicou que a origem formal do aeroclube remonta ao dia 28 de junho de 1942, depois que o prefeito Mário Pessoa adquiriu 5.9 hectares da Fazenda Sapetinga, ao lado do campo de aviação, para o patrimônio municipal. Atualmente, a escola ocupa pouco mais de um quinto da área original, por meio de termo de cessão concedido pelo município. Firmado em 2012, o termo tem prazo de 10 anos e vencerá no próximo dia 2 de janeiro.

Conforme o presidente, é importante que a Prefeitura de Ilhéus renove a cessão ou doe o terreno ao clube ainda em 2021. Isso evitaria a iminente situação de insegurança jurídica sobre o direito de uso do espaço. O problema, segundo Lauro, é o tempo, que parece curto para o trâmite legislativo na Câmara.

O mandato de quatro anos de Lauro acabará ao final de janeiro próximo. Até lá, o principal objetivo do presidente é garantir a manutenção das atividades do clube. Para isso, está disposto a garantir contrapartidas ao município, a exemplo da prestação de cursos profissionalizantes a pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

“A gente já tem um curso de atendimento a clientes para esse público. Quem vai dar aula para essa turma? Os comissários formados aqui, que têm o rol de atendimento das empresas aéreas. É isso que a gente vai passar para esse público, que vai ser indicado pela Prefeitura ou pela Câmara de Vereadores. A gente vai aceitá-los aqui e ministrar esses cursos”, acrescentou Lauro Calazans.

O ultraleve Ventura, uma das três aeronaves do Aeroclube de Ilhéus || Foto PIMENTA

Devido ao alto custo da formação de pilotos, o aeroclube não tem condições financeiras de custear bolsas para o curso completo de piloto privado, afirma Lauro. Segundo ele, o investimento é de R$ 25 mil a R$ 27 mil por aluno. As 42h obrigatórias de voo geram despesa de R$ 11.550,00 apenas com o combustível de aviação.

“PAPO DE AVIAÇÃO”

Um mapa na sala do clube traz marcados os locais de onde saíram alunos que estudaram na escola ilheense: Mato Grosso, Sergipe, Pará, a lista é grande. Nas contas de Lauro Calazans, foram mais de 500 pilotos formados em 79 anos de história. O próprio presidente estudou no aeroclube, com direito à bolsa da parte teórica do curso.

Aeronave levada por Bruno de volta à base de Salvador

Diante do mesmo mapa, o piloto Bruno Valverde e o aprendiz Cleyton Rangel conversavam sobre o defeito em uma das luzes do painel da aeronave na qual o primeiro viajaria para Lençóis, na Chapada Diamantina, a 510 quilômetros do litoral sul da Bahia. Naquele dia, por cautela, Bruno decidiu retornar à base de Salvador, onde a aeronave será avaliada por mecânicos especializados, conforme explicou ao PIMENTA.

Morador do Pontal, bairro do Aeroporto Jorge Amado, Bruno escolheu a profissão ainda na adolescência, quando estudava no antigo Centro Integrado de Ensino Rômulo Galvão (Cierg), atual Colégio da Polícia Militar. A escola fica a menos de dez metros do muro do aeroporto. Hoje, com 34 anos, ele é piloto comercial. Como o aeroclube ilheense forma apenas pilotos privados – que não podem voar profissionalmente – , completou sua formação em Salvador.

Cleyton Rangel, o aprendiz, deseja seguir o mesmo caminho de Bruno e também se dedica ao podcast “Papo de Aviação”, que pretende estrear em breve. Quer convidar para o primeiro episódio o ex-vice-prefeito José Nazal, fotógrafo e dono do maior acervo de imagens aéreas de Ilhéus. “Nazal deve ter mais horas de voo do que eu”, emendou Lauro.

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