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Gerenciar esse grande condomínio exige um ritmo de trabalho e arranjos de gestão cada vez maiores, mas é o único caminho para dotarmos a cidade de melhores condições e podermos atrair novos investimentos.

 

Rosivaldo Pinheiro || rpmvida@yahoo.com.br

Nossa Itabuna comemora, hoje, 112 anos e já pode, ainda que não haja unanimidade nessa afirmação, comemorar esse aniversário com os olhos na direção da esperança, diante das realizações que começam a ser vistas em diversas áreas.

Pensar as cidades exige compreensão sobre os múltiplos interesses que perpassam pelo tecido social que as compõe. As cidades são por característica genuína um “espaço de conflito” e o prefeito ou a prefeita é uma espécie de síndico (a) desse grande condomínio. Cada vez mais essa pessoa precisa exercer o seu poder com sabedoria, bom senso, equipe com visão técnica e compreensão política e pautada na legislação.

Esses espaços urbanos precisam ser pensados para atender a sua função social. O desenvolvimento das cidades passa por compreender as suas vocações e inserir de forma planejada as demais atividades que possam ser instaladas e que permitam ganhos para a coletividade local. No marco histórico atual, também é importante o entendimento do papel de cada cidade no território onde está inserida.

A discussão sobre as cidades precisa focar em três dimensões: a legal, a real e a ideal. A cidade legal é a contida no conjunto burocrático e nas diretrizes incluídas nos princípios da administração pública que os gestores precisam cumprir.

Os instrumentos de gestão e todo o arcabouço jurídico, contábil e as demais interfaces visam separar os entes público e privado, compatibilizando as expectativas e permitindo que todos possam usufruir dos recursos disponíveis e dentro das normas. Essa condição é essencial para garantir o bom funcionamento das cidades. Itabuna, em particular, precisa fazer o Plano de Mobilidade, além de avaliar e realizar ajustes no Plano de Saneamento e de Resíduos, além do Plano de Desenvolvimento Urbano.

A cidade real exige um hercúleo esforço cotidiano para gerenciá-la, e a superação dos passivos desafia a gestão pública a encurtar tempo de ação e multiplicar recursos, possibilitando mudanças na malha urbana e alteração da realidade socioeconômica.

A cidade ideal é o sonho de todos os munícipes, e exige participação da sociedade. Para atender à expectativa da cidade ideal, o poder público precisa envidar esforços para fazer entregas (obras) e contemplar a maioria dos cidadãos, vez que não se obterá unanimidade, por mais significativa que seja a realização inaugurada.

Embora seja difícil alcançar esse patamar, a gente vem experienciando investimentos na saúde, educação, requalificação de praças, infraestrutura urbana, água, saneamento e maior cobertura de políticas públicas aos mais vulneráveis. Para garantirmos melhor qualidade de vida para a nossa Itabuna, precisamos avançar no transporte público de passageiros, geração de emprego e renda, e esse alcance é possível a partir dos investimentos estruturantes em curso.

Como vemos, gerenciar esse grande condomínio exige um ritmo de trabalho e arranjos de gestão cada vez maiores, mas é o único caminho para dotarmos a cidade de melhores condições e podermos atrair novos investimentos.

Parabéns, Itabuna! Que cada um de nós possa fazer parte da mudança que exigimos no outro e que esperamos ser realizada pelos poderes públicos.

Rosivaldo Pinheiro é economista, especialista em Planejamento de Cidades (Uesc) e comunicador.

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