Plantação de soja na região do Matopiba || Foto Fernanda Ligabue/Greenpeace
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A devastação da cobertura nativa do Cerrado no território baiano chegou a 157 mil hectares em 2022, um aumento de 67,8% em relação a 2021, segundo dados do Relatório Anual de Desmatamento no Brasil (RAD), produzido pelo MapBiomas Alerta. O resultado colocou a Bahia na liderança de desmatamento desse bioma, à frente do Maranhão, que liderou o ranking em 2020 e 2021 e, no ano passado, desmatou cerca de 152 mil hectares.

Considerando os treze estados abrangidos pelo Cerrado, a derrubada em 2022 atingiu cerca de 659 mil hectares, 32,4% a mais na comparação com os 498 mil hectares eliminados em 2021. O levantamento também mostra que é na região do Matopiba – composta por áreas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – que se concentra a maior parte do desmatamento no Cerrado, cerca de 77,7%. Foram mais de 512 mil hectares desmatados no ano passado.

Bahia lidera desmatamento do Cerrado

MUNICÍPIOS DO MATOPIBA NA LIDERANÇA INGLÓRIA

Cerca de 708 municípios do Cerrado registraram pelo menos um evento de desmatamento em 2022 e a lista dos 10 maiores desmatadores é dominada por cidades do oeste baiano, sul do Maranhão e no sudoeste do Piauí, localizados na região do Matopiba.

O município de São Desidério, no oeste baiano, um dos principais produtores de soja e algodão do Brasil, lidera o ranking, tendo desmatado mais de 36 mil hectares no ano passado. Formosa do Rio Preto (33.416 ha), Balsas (27.854 ha), Uruçuí (23.745 ha) e Jaborandi (20.665 ha), completam as cinco primeiras posições do ranking.

“Essa região abriga grandes produtores de soja, milho e algodão. Este cenário em conjunto com a expansão de novas áreas para agricultura e pastagem, e a deficiência de ações de fiscalização por parte dos órgãos ambientais, contribui para a concentração do desmatamento nesta região. Essa destruição da vegetação nativa tem impactos na biodiversidade, no abastecimento dos corpos hídricos e nas comunidades tradicionais, que necessitam de um ambiente equilibrado”, destaca Roberta Rocha, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

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