O trabalho da Defesa Civil de Ilhéus evitou uma tragédia no Alto da Gamboa, na Conquista, onde parte de uma laje desabou. Antes do acidente, a família que morava no imóvel na parte baixa do terreno foi alertada sobre o risco iminente de desabamento, informa o coordenador do órgão no município, Joandre Neres, em entrevista ao PIMENTA.
A casa de três pavimentos já havia sido condenada pela Defesa Civil. A vizinhança tem mais sete imóveis condenados, segundo Joandre. Quando parte da laje desabou, no domingo (6), um homem trabalhava no local por conta própria e sofreu uma queda de oito metros de altura. Alexsandro Amaral de Andrade, de 43 anos, sofreu traumatismo craniano e fraturas (relembre).
As quatro pessoas que moravam na parte baixa, três adultos e uma criança, deixaram a casa duas semanas antes, após a notificação da Defesa Civil, relembra Joandre Neres. Segundo o coordenador, a percepção e a sensibilidade de uma das moradoras também foram cruciais. Foi ela quem reforçou o alerta à família, que será inscrita no programa de Aluguel Social da Prefeitura de Ilhéus.
– Aquela área tem oito imóveis condenados, por motivo de chuvas em outros períodos. Aquele, em específico, tinha algumas anomalias na parte estrutural mesmo do imóvel. Mas, infelizmente, quando a gente condena esse tipo de casa, alguns moradores fazem reformas por conta própria, sem acompanhamento técnico, e acaba gerando aquilo – acrescenta o coordenador, que é geógrafo e especialista em Planejamento de Cidades pela Uesc.
MAIORIA DOS IMÓVEIS CONDENADOS TEM PESSOAS MORANDO
Ilhéus tem aproximadamente 78 casas interditadas, a maioria nos altos do Amparo, Socorro e Gamboa. Desse total, cerca de 70 ainda estão ocupadas, estima Joandre Neres.
A Defesa Civil monitora esses locais com frequência, mas não tem poder de polícia para desocupar os imóveis condenados. “Para a retirada compulsiva, só com ordem judicial. Quando as pessoas voltam para o imóvel condenado, o máximo que a gente pode fazer é notificar de novo e encaminhar para o Social [Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza]”, explica o coordenador.
Ele deu o exemplo do Residencial São Jorge, na zona sul da cidade, onde um bloco tem dezesseis apartamentos interditados. “Esse está totalmente desocupado. Os próprios moradores conseguiram uma intervenção judicial e, junto com o nosso laudo, foi cedida essa intervenção judicial para que os moradores desocupem. Graças a Deus, se eles entrarem hoje, a gente tem um aparato legal para chamar a força policial e fazer a retirada”, conclui.
Uma resposta
É a desordem completa e a loucura total. Mas Olivença não deveria cobrar IPTU das voçorocas que a prefeitura de Ilhéus obriga os tupinambás a chamarem DE RUAS.