O tiro que matou Hyara Flor Santos Alves, de 14 anos, foi disparado por uma criança de 9 anos, cunhado da vítima, segundo a Polícia Civil, que encerrou o inquérito do caso nesta quinta-feira (10). Os resultados das investigações, divulgados hoje (11), contrariam a hipótese inicial, que levantava suspeita contra o marido da adolescente, também de 14 anos. Hyara foi morta com um tiro no rosto, no dia 6 de julho passado, em Guaratinga, no extremo-sul da Bahia.
O disparo teria sido feito de forma acidental, durante uma brincadeira, conforme as investigações. “A Hyara falou: ‘finja que você vai me assaltar e como você faria’. O menor, no manusear da arma, que estava carregada, pressionou o gatilho, ocorrendo o disparo”, disse o coordenador da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior, Paulo Henrique de Oliveira.
A investigação inicial apontava que o crime teria sido cometido por vingança, após relacionamento extraconjugal entre a mãe do adolescente e o tio da vítima. No entanto, conforme a polícia, a versão não se sustentou diante dos indícios levantados.
INDICIADOS
Por ter 9 anos, a criança apontada como autora do disparo é completamente inimputável, ou seja, não pode ser acusada nem por ato infracional (tipificação análoga a crime destinada a adolescentes infratores).
Ao final do inquérito, a Polícia Civil indiciou a sogra de Hyara por homicídio culposo e porte ilegal de arma de fogo, pois pistola envolvida na tragédia pertencia a ela. O tio da vítima foi indiciado por disparo de arma de fogo, referente a tiros deflagrados contra a residência do casal de adolescentes.
Há a expectativa de que o marido de Hyara seja liberado. Ele foi apreendido no dia 26 de julho, em Vila Velha, no Espírito Santo. Até a manhã desta sexta, o garoto seguia no local. Os dois adolescentes e suas famílias são da cultura cigana.
