Além de números absolutos, estado viu subir taxa de vitimização por suicídios
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Para marcar o Setembro Amarelo, campanha nacional de conscientização e prevenção ao suicídio, a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) atualizou o painel de dados sobre esse tipo de caso no estado. Na comparação do triênio de 2017-2019 com o de 2020-2022, o número de suicídios cresceu 29,8%, conforme a Superintendência.

Os principais resultados do painel apontam que na Bahia, em 2022, foram registrados 850 casos de suicídios. O número representa um aumento de 1,0% em relação ao ano anterior (2021). No decorrer dos últimos 22 anos, é possível observar que os suicídios são um fenômeno em expansão no estado e que se intensificaram a partir da segunda metade desse período. A taxa média anual de crescimento, considerando o período 2000-2022, foi de 7,4%.

“Esse último período foi quando a pandemia da covid-19 se manteve mais intensa no Brasil. Diante disso, diversos desdobramentos da pandemia sobre a vida social podem ser aventados. No entanto, não é possível afirmar que essa expansão do número de suicídios dos últimos anos foi em função exclusivamente dos efeitos nocivos da pandemia, haja vista a tendência de crescimento já observada desde o início da série histórica”, explica o técnico responsável pelo painel, Jadson Santana.

As informações são extraídas dos microdados da base de registros da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), sistematizadas a analisados pela Diretoria de Indicadores e Estatística da SEI.

TAXA DE VITIMIZAÇÃO

Além do crescimento no número absoluto de casos, as taxas de vitimização confirmam a expansão desse fenômeno no estado. No ano 2000, foram 1,5 vítimas de suicídio a cada 100 mil baianos. Já em 2022, esse indicador saltou para 5,7, o que sinaliza para um aumento de mais de cinco vezes da taxa de vitimização por suicídios na Bahia.

A análise do perfil da vítima de suicídio aponta para algumas observações importantes. A primeira delas é de que os homens têm maior risco de vitimização por suicídios. Em 2022, de cada dez vítimas de suicídios oito eram homens. Em termos proporcionais, isso equivalia a 82,2% dos casos. As mulheres representavam 17,8%.

Quando analisada a idade da vítima, os adultos (de 30 a 59 anos) representavam a maior parte dos casos: 59,5%. Outro padrão observado é a concentração de casos entre as vítimas solteiras. Pouco mais de 58,9% se encontravam nesse estado civil. Já os casados eram 17,4%.

De acordo com a SEI, o reconhecimento de um padrão de ocorrência e de vitimização possibilita a criação de ações mais efetivas para a prevenção desse tipo de violência, já que os suicídios são evitáveis com intervenções oportunas, baseadas em evidências e muitas vezes de baixo custo.

O padrão diz respeito ao perfil da vítima e aos fatores situacionais da ocorrência, tal como a escolha do método e o acesso a determinados instrumentos. A identificação desses fatores visa apontar para as condições em que há um aumento do risco de ocorrência desses eventos.

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