Adélia Pinheiro: PSD não faz parte do campo progressista || Foto Pimenta
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Do escritório da professora Adélia Pinheiro (PT) é possível ver quase todo o campo do Estádio Mário Pessoa, em Ilhéus. Um grande mapa do município toma a parede diante da mesa de reunião. “Esse não tem anotação”, observou a pré-candidata a prefeita, autorizando o PIMENTA a fotografar o mapa. Nesta pré-campanha, até aqui, a cartografia da ex-secretária de Estado desenha aliança de centro-esquerda, com os partidos Mobiliza e PSOL, além de PCdoB e PV, que integram a federação com o PT.

“A adesão do Mobiliza e do PSOL e o ato de apoio do PCdoB são marcos importantes, significativos, de fortalecimento da pré-candidatura e do nosso campo”, avalia a pré-candidata.

Ouvidos pelo site, membros do PSOL afirmaram que o acordo com o PT enfrentou resistência de socialistas que não querem estar no mesmo palanque do prefeito Mário Alexandre e do pré-candidato de seu partido, PSD, o advogado e ex-secretário municipal Bento Lima, num eventual acordo entre PSD e PT.

Segundo a petista, a conversa com o PSOL não abordou essa hipótese e se concentrou na busca de estratégia vitoriosa para as eleições de 6 de outubro. “Estamos colocando toda a força e expectativa no diálogo com partidos do campo progressista”, emendou. O PIMENTA questionou se o PSD faz parte do mesmo campo. “A princípio, não”, respondeu Adélia Pinheiro.

BEBETO

O site também quis saber das conversas com o PSB do vice-prefeito Bebeto Galvão, pré-candidato a prefeito. “Nossos diálogos são sempre respeitosos, com o entendimento de que há um percurso de pré-campanha, e cada um e uma [segue] da sua forma. Tenho todo o respeito pelo percurso que o PSB e o pré-candidato Bebeto vêm percorrendo”, declarou Adélia, acrescentando ter expectativa de aprofundamento da interlocução com o partido.

AUGUSTÃO

O vereador Augustão, pré-candidato a prefeito de Ilhéus pelo PDT, já fez declarações hostis a Adélia, para quem perdeu disputa interna antes de deixar o PT. Diante dessa constatação, a petista respondeu com elogios, recordando que o parlamentar tem história no campo progressista, assim como o PDT.

– Ele tem trajetória de vida muito alinhada ao campo de esquerda. Já não estou falando exclusivamente do PDT, mas sim do pré-candidato Augustão, como o conhecem, com sua trajetória que me traz muito respeito e admiração. Tenho a convicção de que assim ele permanece.

VICE

Médica e professora aposentada da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), onde exerceu dois mandatos de reitora, Adélia Pinheiro traçou as características do (a) vice ideal. Para ela, uma majoritária deve ser formada por candidatos com histórias de vida, experiências e competências complementares:

– É o que nos leva à chapa que esteja mais de acordo com os anseios da população e dos compromissos que a gente tem e que venha a firmar com a população de Ilhéus.

A definição, no entanto, ficará para as vésperas das convenções, ponderou.

“MOVIMENTAÇÃO ESTRATÉGICA”

Adélia defende renovação política || Foto PIMENTA

Numa manhã de setembro de 2021, o então governador e hoje ministro da Casa Civil, Rui Costa, entregou a segunda ponte construída em seu governo, em Ilhéus, sobre o Rio Almada, no distrito de Aritaguá, e de uso exclusivo do Complexo Intermodal Porto Sul. Havia acabado de voltar de viagem à China e usou o gigante asiático como exemplo de país onde se priorizam as políticas de Estado e não de governo.

Para Rui, o mesmo foi feito pelos governos do PT na Bahia com os projetos do Porto Sul e da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), fazendo justiça, segundo ele, ao legado do engenheiro Vasco Neto (1916-2010) para o desenvolvimento da infraestrutura de transporte do Brasil.

Perguntamos a Adélia Pinheiro se aquela perspectiva de longo prazo, defendida por Rui, poderia ser transportada para a formação de quadros políticos e se era a ideia que o ex-governador tinha no horizonte quando a delegou, em 2019, o comando da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e, em 2021, da Pasta de Saúde. A pré-candidata concordou. Foi uma semente?

“Prefiro chamar de movimentação estratégica, que deu visibilidade, participação e empoderou um agente político do interior da Bahia. No Litoral Sul, no eixo de Ilhéus, há algum tempo, vínhamos falando da necessidade de renovação, de novas lideranças mais alinhadas com as necessidades da população e a construção de políticas públicas vinculadas à garantia de direitos e aos compromissos do campo progressista. Tem uma coerência muito grande. Fazer parte, ser uma pessoa com essa movimentação no tabuleiro político, é muito importante para mim. Me dá a oportunidade de trazer a liderança em benefício da minha terra e das pessoas que moram aqui”.

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