Tempo de leitura: 2 minutosAlcides Kruschewsky Neto
A polêmica demarcação de terras – 47.370ha. – supostamente indígenas, atingindo os municípios de Ilhéus, Una e Buerarema, vem concentrando a atenção da opinião pública baiana. Diante dos fatos, senti-me na obrigação de despertar esse interesse, devido à relevância do tema e as conseqüências que, sem dúvida, incidirão sobre toda a sociedade, especialmente no aspecto socioeconômico. Foi a partir da realização de uma sessão especial na Câmara de Vereadores de Ilhéus que o assunto veio a público, causando surpresa e perplexidade.
Fui administrador de Olivença onde moro há seis anos, além de vereador no segundo mandato. Conheço o movimento que resultou neste pleito, desde a sua vertente político partidária, até a legítima assunção e orgulho indígenas, certamente, também inseridos nessa questão. A minha posição é clara a fim de contribuir para que a verdade venha à luz. Onde a verdade estiver não haverá injustiça, subterfúgios, distorções, inversões ou esbulhos, pois ela prevalecerá.
Questionar a etnia tupinambá, não significa dizer que não estejam envolvidos nesse movimento descendentes de índios, inclusive dos que habitavam nesta região. O que se busca evidenciar é que, cientificamente, a presença de tupinambás por aqui, não é verdadeira e, portanto, exigem-se esclarecimentos. Se isto não torna ilegítima esta causa e o pleito por terras, inegavelmente revela uma intenção, não nobre, de acrescentar ao processo falsas informações, não condizentes com a confiabilidade indispensável para a conquista da opinião pública.
O processo não apresenta um levantamento sócio estatístico da região afetada, indispensável para os estudos e decisões a serem tomadas. O cadastramento que frauda a existência de 3.000 índios, não suportaria uma perícia criteriosa e isenta que deve ser determinada pelo Ministério da Justiça ou, posteriormente, pela própria Justiça/STF.
Utilizando-se de logística da Funai e Funasa, além de ONGS, deflagrou-se um movimento que incluí cooptação de pessoas dispostas a engrossar as fileiras de cadastrados como indígenas – de todas as cores e credos – em troca favores e clientelismos, como assistência médica e cestas básicas.
O gravíssimo envolvimento do BANCO DO NORDESTE, “financiando” tal cadastramento, através de empréstimos dos quais – cada R$ 1.000 reais concedidos são pagos com R$ 750 reais – desencadeou o alastramento do número de cadastrados, hoje utilizados como “massa de manobra”.
Este dinheiro destinado a micro produtores e desviado de sua finalidade, prejudicará o segmento nas postulações por crédito, com nefastas repercussões nos programas de apoio a agricultura familiar, devido a alta inadimplência. A denúncia, que já exigiria uma manifestação oficial do Banco, levada à Assembléia Estadual e ao Congresso Nacional, não escapará de uma profunda investigação, podendo causar grandes embaraços aos envolvidos e ao governo federal.
O que se constata no relatório aprovado pela FUNAI, é a cumplicidade dos técnicos entre si, valorizando trabalhos recentes, uns dos outros, em detrimento de fontes históricas de pesquisadores reconhecidos nacional e internacionalmente, ou seja: um tendencioso favorecimento.
O estudo despreza, por exemplo, a existência de várias famílias descendentes de índios que são proprietários rurais, radicadas nesta região e outros que venderam seus bens, além dos que residem em Olivença, numa realidade bem distinta do que se pode chamar de “bolsão de miséria”.
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