FORMIGAS EXPLORADAS E MENTIRAS A ESMO
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“No mar, tanta tormenta e tanto dano”
De acordo com a National Geographic, aquelas “inocentes” sacolas plásticas são uma verdadeira praga a se multiplicar, pois elas não podem ser (como as garrafas pet) recicladas, tendo sempre seu estoque renovado. Quer dizer, são recicláveis, mas isso não é economicamente viável: uma tonelada de sacolas recicladas custa mais de 100 vezes o valor da mesma quantidade de sacolas novas. Elas chegam ao mar (4 milhões de quilos por ano!), aos rios e às matas. Nas nossas ruas, impedem o escoamento da água. Engolidas como se fossem comida, matam cerca de 200 tipos de vida marinha (baleias, focas, peixes, tartarugas), com risco de voltar ao nosso prato, já em forma de polímero tóxico de petróleo.
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Sabe alguém onde posso comprar um aió?
A China, Bangladesh, Israel, Rwanda, parte da Índia, Quênia, Tanzânia, Singapura,Taiwan são lugares onde as sacolas plásticas foram abolidas ou estão em vias de sê-lo. São Francisco (aquela onde I left my heart!) foi a primeira cidade americana a proibir as sacolas, o que depois se estendeu a Oakland (também na Califórnia) e Boston. No Brasil, houve uma tentativa em São Paulo, mas frustrou-se, em nome do “direito costumeiro do consumidor”. Por aqui, talvez as sacolas tenham mais defensores do que acusadores, o que lhes garante vida longa. Eu, convencido, já estou à procura de um bocapiu ou, talvez – pois tenho sob controle meu consumismo – um aió. Saberia a gentil leitora onde posso adquirir um bom e honesto… aió?
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“ASSEMBLEIA CAUDEJANTE E RUMINATIVA”
“– Se o senhor doutor está achando alguma boniteza nesses pássaros, eu cá é que não vou dizer que eles são feios… Mas, pra mim, seu doutor não leve a mal, pra mim, coisa que não presta não pode ter nenhuma beleza”. Gosto dessa passagem, por achá-la ilustrativa do pensamento idealista, a compreensão de que o belo é bom, o feio é mau. Mesmo “vacinado”, já me deixei levar por essa filosofia atravessada, confundindo talento e competência com moral e ética. Intelectuais não são, necessariamente, boa gente; são, às vezes, gente talentosa, de sangue envenenado. O cinema já foi assim, formado por vilão feio e mocinho bonito. Muitas vezes, as aparências enganam, na tela e na vida.
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Almas secas, sofridas e atormentadas
Carlos Lacerda era ótimo exemplo da combinação de talento com ruindade. Certa vez, falando do ditador Castelo Branco, que lhe contrariara o plano de ser presidente da República, disse (citação de memória, sujeita a chuvas e trovoadas): “ – Vocês acham que ele é feio por fora? Pois eu lhes afirmo que ele é mais feio ainda por dentro. Eu vi!…” Era só uma grande “tirada” retórica, mas bem que seria interessante sabermos o que vai no íntimo das pessoas, olhá-las por dentro e ver que, em muitos casos, o corpo bonito é apenas abrigo de uma alma seca, sofrida e atormentada, se não morta e esquecida entre nós. Como um livro de bela capa, mas de asqueroso conteúdo…
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ELIS, A QUE CANTAVA SAMBA… “ASSIM”
Seja tema contemporâneo, como Triste (Tom Jobim), enredo (Alô, alô…/Império Serrano, 1972) clássicos – É com esse que eu vou (Pedro Caetano/1948) e Saudosa maloca (Adoniran Barbosa/1955) – a tudo a cantora dava seu toque pessoal, tudo submetia à marca Elis Regina. O livro Guerreira da utopia, de Wagner Fernandes, sobre Clara Nunes, causou mal-estar entre Alcione e Beth Carvalho (Beth questionou o repertório de Clara, Alcione disse que a mineira era tão “inatacável” quanto a própria Beth). Elis ficou fora da “briga”, por motivos óbvios. Aqui, a temos ao vivo, no saudoso Ensaio da TV Cultura/1973, com César Camargo Mariano ao piano: É com esse que eu vou.
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