Marão: aval de Otto e prudência
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Sempre que instado a falar sobre as eleições de 2024, o prefeito Mário Alexandre sai pela tangente. Para não deixar o interlocutor sem resposta, costuma dizer que é assunto para o próximo ano. Com o aval do senador Otto Alencar, presidente do PSD na Bahia, Marão conhece o peso de suas palavras nesse jogo e decidiu usá-las com prudência.

Se alguém levanta um nome, ele não descarta. Nem abraça. Com seu estilo pacificador, pontua a resposta com um elogio à pessoa citada. Para decidir quem receberá seu apoio na sucessão, o pré-candidato do grupo, o prefeito de Ilhéus quer tempo e deixa isso claro ao adiar a decisão para 2024.

De tão evidente, o banho-maria do prefeito atrai especulações sobre os motivos. No comando de três vitórias eleitorais acachapantes, somando seus dois mandatos ao da deputada estadual e primeira-dama Soane Galvão (PSB), Marão tem um capital político a zelar. E a investir.

BENTO

Nos bastidores, o secretário de Gestão de Ilhéus, Bento Ribeiro, é visto como possível candidato do grupo, por ter a confiança do prefeito, de Soane e da ex-deputada estadual Ângela Sousa.

Eleger um aliado com esse nível de entrosamento político, segundo essa versão de bastidor, seria o caminho mais seguro para os próximos passos de Marão na vida pública, como eventual candidatura à Câmara dos Deputados, em 2026, mesmo ano em que Soane deverá buscar a reeleição.

Para investir ou não seu capital político em Bento, Mário Alexandre teria em vista o desenrolar do inquérito da Polícia Federal em que o secretário é um dos investigados. Este seria um dos motivos para o adiamento do debate sobre as eleições, na avaliação de alguns analistas.

DIVERGÊNCIA PÚBLICA

O timing para a definição sobre o processo eleitoral está no fundo de uma divergência pública entre Mário Alexandre e o vice-prefeito Bebeto Galvão (PSB). Segundo o socialista, a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) não pode se dar ao luxo de esperar até 2024 para se articular em torno de um nome em Ilhéus. Ele falou sobre o assunto em entrevista ao podcast Super Blogs, na última quinta-feira (5), e em matérias aqui no PIMENTA.

Para sustentar seu ponto de vista, Bebeto recorreu ao exemplo das eleições de Salvador em 2020, quando o então governador Rui Costa, atual ministro da Casa Civil, protelou o debate sobre a chapa da base para o ano do pleito, e o grupo foi atropelado por Bruno Reis (UB), eleito no primeiro turno com o apoio do então prefeito ACM Neto.

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Geraldo, Bento Ribeiro, Juçara e Cícero na audiência para discutir barragem.

O contrato para a construção da barragem do rio Colônia, em Itapé, será assinado ainda em novembro deste ano, segundo o deputado federal Geraldo Simões (PT). Ele e a suplente de senadora Juçara Feitosa estiveram reunidos com o secretário de Desenvolvimento Urbano, Cícero Monteiro, e o  diretor-presidente da Companhia de  Engenharia Ambiental da Bahia, Bento Ribeiro Filho, hoje.
Eles discutiram os passos da obra, avaliada em cerca de R$ 61 milhões e é tida como solução para o abastecimento de água em Itabuna pelos próximos 50 anos. Antes havia a discussão se a obra seria executada pelo governo federal ou o estadual, mas o governo baiano comprometeu-se a investir os R$ 61 milhões para a construção da barragem.
A obra é defendida pelo parlamentar desde a segunda gestão como prefeito (2001-2004), quando o próprio município financiou o desenvolvimento do projeto conceitual da barragem. A construção da barragem foi prometida pelo governador Jaques Wagner em dezembro de 2009.
Ainda segundo Geraldo, o projeto prevê prazo de um ano para conclusão da barragem. A primeira etapa contempla a desapropriação de 3,6 mil hectares de terras entre os municípios de Itapé, Jussari e Itaju do Colônia.