O governador Jerônimo Rodrigues gosta de lembrar a importância dos gestos na política. Assim como as palavras, eles carregam sentidos.
Foi um gesto do governador, por exemplo, escalar os secretários de Estado, Adélia Pinheiro (Educação) e Bruno Monteiro (Cultura), para representar o Governo da Bahia no aniversário de 489 anos de Ilhéus, nesta quarta-feira (28). Tanto mais porque Adélia tem laços com a cidade, onde chegou ainda criança. Não bastasse o vínculo, seu nome é ventilado para eventual candidatura a prefeita de Ilhéus.
Ontem (28), para o hasteamento das bandeiras ilheense, baiana e do Brasil, o cerimonial da Prefeitura convidou o prefeito Mário Alexandre, a deputada estadual e primeira-dama Soane Galvão e o secretário Bruno Monteiro. A escolha contrariou a expectativa de que Adélia, pelas razões expostas acima, seria convidada a hastear a bandeira da Bahia.
Para completar, a descortesia veio embalada num ato falho: o cerimonialista confundiu o sobrenome do secretário de Cultura, chamando-o de Bruno Pinheiro, o mesmo Pinheiro de Adélia.
Deixar a prefeiturável fora do hasteamento, um rito simbólico, foi escolha do cerimonial. Seria recado de Marão, um sinal de que teria uma surpresa na manga? Até aqui, tem repetido que só falará da sucessão em 2024. Por enquanto, impera a linguagem dos gestos.